segunda-feira, 3 de novembro de 2014

MINHA FAMÍLIA E O PALHAÇO BETERRABA

Minha família é e sempre foi muito unida.
Apesar de quebrarmos o pau com frequência porque afinal fazemos todos o estilo bélico, somos extremamente unidos. Ninguém pode falar de um de nós na frente de outras pessoas que viramos bicho. Nos unimos sempre para defender quem precisa ser defendido, não importa contra quem tenhamos de lutar.
Estamos sempre dispostos a uma boa briga para nos mantermos juntos – vide aquele dia na churrascaria. Mas essa é uma outra história que depois contarei. Em tempo, exercemos nossa soberania sim com os espetos do churrasco em questão mas felizmente ninguém se feriu, o que fez com que mesmo após a luta de esgrima que promovemos, continuássemos a frequentar o restaurante em tempos posteriores, sendo tratados sempre com muita dignidade. Foi até lúdico. Minha mãe ficou sem falar com a gente uns 3 meses depois do ocorrido, mas ouvi dizer depois que muitos clientes adoraram o barraco... um dia passei na frente do lugar e tenho certeza de ter visto uma placa de "churrasco com esgrima". Eu prometi à minha mãe que pelo nome da nossa família não ia colocar "mais" a público esta história. Mas véi, sem brincadeira, os caras do lugar nunca se divertiram tanto! Certeza!
O fato é que tentamos por uma ou duas vezes a cada semana, nos encontrar todos. Às vezes também combinamos neste meio tempo de nos vermos, as irmãs, ou os pais com uma filha, os arranjos sendo os mais variados possíveis.
Eu a minha irmã do meio por exemplo sempre damos um jeito de nos encontrar uma vez por semana para almoçar. Por exemplo, semana passada fomos num buffet self service, orgânico, daqueles orgânicos que estão na moda, onde a comida é tão leve que metabolizamos tudo em 40 minutos e depois podemos tranquilamente ir a uma churrascaria comer direito.
Mas nós adoramos o orgânico. É gostoso mesmo, sem brincadeira. E neste dia, como cheguei um pouco antes da minha irmã, já fui me servindo e aguardei na mesa.
Quando minha irmã chegou, deixou sua bolsa e seu celular na mesa e foi se servir. Aguardei. 
Tô pra colocar a primeira garfada na boca quando de repente toca o telefone dela. Meu cunhado ligando.
Bom, quem conhece a gente sabe que eu e a minha irmã temos a mesma voz, e que meu pai até hoje tem dificuldades para nos diferenciar num telefonema... Atendi!
Eu atendi e o cara foi logo me chamando de amor: “oi amor!”. Eu juro que ia falar que era eu, mas eu tô carente, o cara liga e vem me chamando de amor, resolvi dar trela. Que mal tem nisso? Né?! E a conversa fluindo, falei das crianças, ele todo carinhoso... até que uma hora ele mesmo se tocou de que estava tudo muito light para um dia de semana no almoço. A minha irmã é muito brava! E ele pergunta: “quem está falando?”. Quando respondo que sou “eu”, a conversa imediatamente começa a tomar outro rumo.
No que ele engrossou achei melhor passar o telefone para ela, que lida melhor com esse tipo de comportamento. Sei lá... mas foi agradável. Amor pra cá, amor pra lá... fez bem pro meu ego!

Por fim outro tópico que discutirei futuramente em outro texto: a falta de atenção.
A falta de atenção também sempre foi uma marca registrada da nossa família.
Este final de semana tivemos o aniversário de minha sobrinha num buffet infantil e minha mãe confundiu o palhaço Rabanete com um convidado da festa chamando-o – o convidado – de palhaço Beterraba e reclamando do atraso no início da apresentação. Quer dizer, além de confundir o palhaço ainda trocou o nome dele, o que para mim soou particularmente ofensivo!
Tivemos de passar a festa evitando este pai de criança, com medo não do mal entendido, mas de ter outro ataque de riso na frente dele. Como lição proibimos a minha mãe de travar qualquer tipo de contato com palhaços de qualquer espécie. 

Melhor assim.

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