segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CONTINUAMOS SENDO NÓS... NÉ GRETA?

Engraçado que quando alguma coisa não vai bem a gente tende a inventar muitas desculpas para justificar os pretensos acasos. E é uma sorte imensa quando conseguimos realmente acreditar em uma, umazinha que seja, dessas desculpas, porque isso nos poupa o trabalho de re-analizar a situação infinitas vezes. Acreditar numa explicação, mesmo que sem pé nem cabeça, nos tira um peso romanesco das costas.
Uma vez estava conversando com um amigo e ele me disse a coisa mais óbvia e mais difícil de fazer cotidianamente na vida, que é aprender com experiências passadas. Difícil. A gente tende a olhar cada novo acontecimento como sendo... novo! Desvinculado de outras vivências. Não está errado, mas tirando todos os recalques cabíveis, devo admitir que a vida é realmente cíclica. 
As experiências se repetem...
Cometemos os mesmo erros, fazemos as mesmas besteiras e escrevemos invariavelmente sobre as mesmas coisas, afinal de contas, somos as mesmas pessoas. Fora o espírito do Chalita, que desceu num centro e agora habita outro corpo (http://depoiseagora.blogspot.com.br/2012/09/meus-pontos-de-referencia.html).
Conseguimos nos aprimorar um pouco, só para de novo cair nas mesmas armadilhas do nosso subconsciente.
Não dá para evitar isso, né Greta?

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MEUS PONTOS DE REFERÊNCIA

Hoje é feriado, o que não me impede - infelizmente - de trabalhar duro no pronto socorro e em um pequeno intervalo aproveitar para rapidamente escrever sobre um tema que tem me assombrado há semanas.
Já sonhei muitas vezes com isso: pontos de referência!
Quando eu era pequena, morria de medo que demolissem as casas que eu utilizava como pontos de referência para alcançar a minha própria casa. Tanto que cheguei a decorar, com detalhes de distanciamento, quantos passos eu teria que dar desde o ponto de ônibus até a porta da minha casa, decorando inclusive quando deveria girar meu corpo uns noventa graus - à direita ou à esquerda - para virar nas esquinas certas. Nunca falhou! Este método dos passos se mostrou inclusive muito mais eficaz do que o das árvores. Antes eu contava as árvores, quantas delas existiam até chegar em minha casa (desde o ponto de ônibus - é claro). Até aí eu contava com a pontaria certeira da equipe do ônibus que deveria saber (sempre saber!) onde ficava o ponto, mesmo que a praia tivesse sido arrancada do calçadão. Cada um neste método tem que se preocupar com seu cada qual. Bom, mas voltando ao método das árvores, este perdeu totalmente sua credibilidade quando houve a invasão dos cupins. Me lembro exatamente quando a prefeitura chegou e retirou as árvores mais afetadas, me fazendo demorar mais de cinco horas pra achar minha prórpia casa, o que me fez trabalhar arduamente para desenvolver a teoria dos passinhos.
Hoje em dia me sinto relativamente mais segura com o GPS, mas... e se tirarem os satélites??? E se um deles quebrar!?? 
Então é isso, esse meu medo de perder minhas referências me deixa deveras preocupada, principalmente à noite, quando sonho com isso com uma frequência romanesca.
Ao mesmo tempo, fico pensando nas minhas referência atuais. Já escrevi aqui sobre religiões e nunca escondi a minha admiração pelo candomblé e o espiritismo. Contando que tudo isso anda extremamente na moda, com difusões televisivas e novelescas sobre o tema, comecei a imaginar rituais e me vieram algumas perguntas.
Eu não entendo muito sobre essas religiões, mas sei que em alguns rituais sempre tem uma pessoa que bebe muito e encarna um espírito de um marinheiro, uma cigana ou de alguém igualmente muito bêbado que faz previsões. E aí eu me pergunto: por que ao invés de um marinheiro ou um pescador, esses seres que recebem os espíritos não encarnam por exemplo um grande executivo da Apple, ou um especialista em nanotecnologia, ou até um grande consultor do mercado financeiro, que, mesmo bêbado!, poderia fazer então grandes previsões sobre o mercado de ações ou sobre investimentos futuros... seria maravilhoso!
Pô, outro dia eu tava numa roda de espiritismo e de repente alguém encarnou o Chalita! Que porra foi aquela? Nem preciso dizer que suspendi minhas incursões por estes terrenos... pelo menos até o Chalita voltar pro seu corpo original. Credo!