terça-feira, 23 de outubro de 2012

OS GUARDAS DE TRÂNSITO

Mais de um mês se passou desde minha última postagem e outro dia mesmo me perguntaram se eu não ia mais escrever, colocar no papel meus devaneios. 
Aí pensei, e continuo pensando diariamente em múltiplas idéias maravilhosas para discutir por aqui, mas com um conteúdo politicamente muito incorreto. São idéias ótimas, que usualmente discuto com meus amigos, mas que quando colocadas no papel, sem as inflexões de voz que nos livram talvez de inimizades eternas, não conseguimos expôr na escrita.
Sempre pensei na escrita como monocórdica. Existem e por vezes usamos o recurso das letras MAIORES ou menores ou muito menores para indicar inflexões. Mas com assuntos tão politicamente incorretos, fica difícil mesmo com estes recursos, escapar de um mal entendido.
E olha que pensei, sobre política, religião, sexo, e muitas outras pautas que gostaria de discutir aqui. MAS NÃO POSSO!!! MERDA!
Então hoje vou dar uma pequena palavra sobre uma coisinha que vem me incomodando há semanas: a falta de sentimentos dos guardas de trânsito.
Outro dia distraidamente passei em um sinal vermelho. Estava cantando uma música e no melhor do refrão não vi que o sinal havia fechado. Também, era uma parte da música que eu tinha que usar as mãos e os pés para representar, o que significa que naquele momento não havia mesmo ninguém no controle do veículo. E olha que eu dirijo bem! Foi apenas um momento...
Mas o que mais me abismou foi o fato de eu não ter sido multada. E tudo isso aconteceu numa fração de segundos bem no nariz de um guardinha de trânsito.
Aí fiquei pensando... se eu fosse um guarda de trânsito eu também não me multaria. Pô, eu tenho sentimentos, e tenho também o meu lado filosófico curioso, que indagaria os motivos.
Eu ia querer saber o por quê daquela infração hedionda, bem embaixo do meu nariz. Por que uma pessoa em sã consciência atravessaria um sinal vermelho, berrando dentro do carro com uma mão na cabeça e a outra segurando o que parecia fazer as vezes de um microfone... os pés aparentemente visíveis através do vidro dianteiro do veículo...?? Pensaria mesmo que esta pessoa NUNCA poderia ser simplesmente multada! Não sem antes me brindar com uma bela explicação. Eu pararia o veículo infrator e iniciaria - com toda a minha autoridade - um questionário. Incontáveis perguntas para satisfazer minha curiosidade! E posso garantir que muito guardinha por aí teria uma vida muito mais saudável se fossem estimulados a interagir. Afinal eles lidam com o público!
Né?!
O problema é que eles não tem coração. Não querem saber! Simplesmente vão lá e multam! Emburrecidos pela lida. Assim como aconteceu um dia - NO MEU ANIVERSÁRIO! - quando fui terrivelmente multada por estacionar 5 minutos num lugar proibido. Achei um absurdo isso.
Ou quando parei o caro num local proibido e peguei um táxi para o aeroporto. A placa de proibido estacionar estava bem atrás da copa de uma frondosa árvore, impossível de ser vista! Mesmo que a placa gritasse, eu nunca ia adivinhar que o grito pudesse vir de um sinal de trânsito altamente colocado acima da minha cabeça. Não vi! Não vi e pronto! Voltei do Rio de Janeiro após 4 dias de um delicioso feriado o qual meu carro passou hospedado num albergue da prefeitura. Lugar horroroso, cheio de carros velhos, muitos deles guinchados injustamente como o meu... Pior é que para me devolver o carro, me fizeram pagar uma tonelada de multas antigas, das quais eu nunca tinha ouvido falar. Resumindo: sequestraram meu carro e pediram um resgate fenomenal, o qual tive que pagar sem ao menos poder discutir cada uma das infrações das quais eu estava sendo acusada. Esse é o problema, a gente não tem nem chance de argumentar! O próprio guinchamento eu achei injusto! Se tivesse um guarda interativo lá onde eu parei, embaixo da árvore com a placa, tenho certeza de que muita energia seria poupada!
Será que o embotamento afetivo é um pré-requisito para ser guarda de trânsito? Nesse caso onde é que eles seriam recrutados? Eu até sei, mas achei boa a pergunta.
Uma coisa realmente é certa: eles - os guardas de trânsito que não interagem - não sabem o que estão perdendo!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CONTINUAMOS SENDO NÓS... NÉ GRETA?

Engraçado que quando alguma coisa não vai bem a gente tende a inventar muitas desculpas para justificar os pretensos acasos. E é uma sorte imensa quando conseguimos realmente acreditar em uma, umazinha que seja, dessas desculpas, porque isso nos poupa o trabalho de re-analizar a situação infinitas vezes. Acreditar numa explicação, mesmo que sem pé nem cabeça, nos tira um peso romanesco das costas.
Uma vez estava conversando com um amigo e ele me disse a coisa mais óbvia e mais difícil de fazer cotidianamente na vida, que é aprender com experiências passadas. Difícil. A gente tende a olhar cada novo acontecimento como sendo... novo! Desvinculado de outras vivências. Não está errado, mas tirando todos os recalques cabíveis, devo admitir que a vida é realmente cíclica. 
As experiências se repetem...
Cometemos os mesmo erros, fazemos as mesmas besteiras e escrevemos invariavelmente sobre as mesmas coisas, afinal de contas, somos as mesmas pessoas. Fora o espírito do Chalita, que desceu num centro e agora habita outro corpo (http://depoiseagora.blogspot.com.br/2012/09/meus-pontos-de-referencia.html).
Conseguimos nos aprimorar um pouco, só para de novo cair nas mesmas armadilhas do nosso subconsciente.
Não dá para evitar isso, né Greta?

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MEUS PONTOS DE REFERÊNCIA

Hoje é feriado, o que não me impede - infelizmente - de trabalhar duro no pronto socorro e em um pequeno intervalo aproveitar para rapidamente escrever sobre um tema que tem me assombrado há semanas.
Já sonhei muitas vezes com isso: pontos de referência!
Quando eu era pequena, morria de medo que demolissem as casas que eu utilizava como pontos de referência para alcançar a minha própria casa. Tanto que cheguei a decorar, com detalhes de distanciamento, quantos passos eu teria que dar desde o ponto de ônibus até a porta da minha casa, decorando inclusive quando deveria girar meu corpo uns noventa graus - à direita ou à esquerda - para virar nas esquinas certas. Nunca falhou! Este método dos passos se mostrou inclusive muito mais eficaz do que o das árvores. Antes eu contava as árvores, quantas delas existiam até chegar em minha casa (desde o ponto de ônibus - é claro). Até aí eu contava com a pontaria certeira da equipe do ônibus que deveria saber (sempre saber!) onde ficava o ponto, mesmo que a praia tivesse sido arrancada do calçadão. Cada um neste método tem que se preocupar com seu cada qual. Bom, mas voltando ao método das árvores, este perdeu totalmente sua credibilidade quando houve a invasão dos cupins. Me lembro exatamente quando a prefeitura chegou e retirou as árvores mais afetadas, me fazendo demorar mais de cinco horas pra achar minha prórpia casa, o que me fez trabalhar arduamente para desenvolver a teoria dos passinhos.
Hoje em dia me sinto relativamente mais segura com o GPS, mas... e se tirarem os satélites??? E se um deles quebrar!?? 
Então é isso, esse meu medo de perder minhas referências me deixa deveras preocupada, principalmente à noite, quando sonho com isso com uma frequência romanesca.
Ao mesmo tempo, fico pensando nas minhas referência atuais. Já escrevi aqui sobre religiões e nunca escondi a minha admiração pelo candomblé e o espiritismo. Contando que tudo isso anda extremamente na moda, com difusões televisivas e novelescas sobre o tema, comecei a imaginar rituais e me vieram algumas perguntas.
Eu não entendo muito sobre essas religiões, mas sei que em alguns rituais sempre tem uma pessoa que bebe muito e encarna um espírito de um marinheiro, uma cigana ou de alguém igualmente muito bêbado que faz previsões. E aí eu me pergunto: por que ao invés de um marinheiro ou um pescador, esses seres que recebem os espíritos não encarnam por exemplo um grande executivo da Apple, ou um especialista em nanotecnologia, ou até um grande consultor do mercado financeiro, que, mesmo bêbado!, poderia fazer então grandes previsões sobre o mercado de ações ou sobre investimentos futuros... seria maravilhoso!
Pô, outro dia eu tava numa roda de espiritismo e de repente alguém encarnou o Chalita! Que porra foi aquela? Nem preciso dizer que suspendi minhas incursões por estes terrenos... pelo menos até o Chalita voltar pro seu corpo original. Credo!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O TELEMARKETING E A MERDA

Recentemente tenho sido bastante importunada por ligações telefônicas de telemarketing.
Há alguns anos cadastrei meu celular no PROCON e na ANATEL para não receber mais esse tipo de telefonema, mas de alguma forma alguns telemarketeiros teimam em dizer que não sabiam disso e após explanações extremamente desagradáveis sobre seus produtos, insistências megaloblásticas sobre assuntos os quais não temos nenhum interesse, me pedem desculpas e juram de pés juntos (pelo menos me dá a impressão) que nunca mais retornarão a ligar. O nunca mais deles dura quase uma semana, muitas vezes nem isso, mas é um nunca mais que para mim soa como um período de felicidade e tranquilidade imensas. Alegria logo ceifada por um novo telefonema driblando leis vigentes e quebrando protocolos. Claro que impunemente.
Os telemarketeiros só podem ser enviados do demônio ou da própria morte, porque com o poder que eles têm de nos estressar, vão abreviando minutos preiosos de nossas vidas, com certeza fechando lentamente nossas coronárias ou dilatando algum vaso cerebral que explodirá num futuro toque de telefone.
Hoje, especialmente, durante o jantar em casa, estávamos lembrando deste assunto visto que esta semana foi campeã de telefonemas desnecessários. 
Lembramos como meu tio lidava com este problema, dizendo "você é a fulana da empresa tal???, puxa, que bom que você ligou, eu precisava mesmo falar com alguém...", e destilava toda uma problemática familiar, ameaçando tomar calmantes em excesso e desligando após infinitos momentos, fazendo a mocinha do outro lado da linha prometer que ligaria novamente para saber de sua saúde, o que obviamente nunca acontecia. Meu tio conseguia surtir o efeito desejado de ter seu nome retirado das listas de possíveis compradores, mesmo que para isso simulasse ser um maluco de pedra. Bom, a gente achava que ele estava simulando... Vai saber...
Eu já não tenho esse dom. Quando me ligam, imediatamente, sinto meu sangue ferver e não preciso de muita conversa para elevar a voz e meus batimentos cardíacos. Para me tirar do sério bastam alguns minutos de telemarketing contra a lei, como o que é feito quando algum desses babacas me liga no celular.
Semana passada enfrentei um problema com uma telemarketeira da Porto Seguro que insistia no fato de eu ter um perfil compatível para adquirir o seguro que ela queria me vender. Cara, eu falei mil vezes que não queria e que ela não podia - por lei - me ligar no celular. Mas ela não entendeu, ligou muitas vezes, até eu perder totalmente a paciência e alardear nos meios de comunicação cabíveis sobre o problema. Só assim, recebi um email da Porto Seguro me prometendo que ninguém mais me ligaria para fazer propaganda, o que estão cumprindo, pelo menos até agora.
E eles sempre acertam a hora em que você menos pode atender para efetuar estes disparos na sua saúde.
Ontem por exemplo, ligaram para o meu pai. Numa hora em que ele obviamente não podia atender. Meu pai estava em casa, resolvendo mil problemas, contas a pagar, pendências diversas, quando pelo milhonésima vez ligaram os telemarketeiros do Filtros Europa. O cara, com o discurso pronto, todo decoradinho, insistia em tentar vender um filtro ao meu pai, mesmo sabendo que já temos um filtro destes em casa e que não necessitamos em absoluto de mais outro igual. Depois de várias negativas de meu pai, ainda mantendo a calma, o cara pergunta "mas o que é que o Sr. faz para purificar a água na sua casa?". No que o meu pai, sem a mínima hesitação respondeu com a voz muito calma "ah! eu coloco merda!". E o cara meio desconcertado, na necessidade de dizer algo, logo remendou "mas isso deve fazer mal meu senhor... e a Filtros Europa se preocupa com a saúde da sua família". E o meu pai sem perder a postura, com toda elegância do mundo, levou mais de 10 minutos para expllicar ao rapaz que colocava sim merda na água e que isso deveria sim fazer muito bem à saúde porque ninguém aqui ficava doente.
Muito resignado o cara ouviu toda a explicação e ouviu também meu pai rebater todos os seus argumentos, defendendo ferrenhamente a colocação de merda purificadora na água da nossa casa. 
E fiquei pensando... se mantivermos a calma, podemos nos divertir imensamente com telemarketing. Imagina: não sabemos quando vão ligar e nem por que. Uma atividade que nos pegará, na totalidade das vezes, de surpresa, nos obrigando a exercer nossa habilidade no mundo do improviso. 
É uma fonte inesgotável de boas risadas! Quase igual ao meu cadastro no site de relacionamentos virtuais! Há!
Vou tirar o meu telefone do serviço anti-telemarketing do PROCON! Dependendo do ângulo em que observamos, a diversão pode estar garantida!

domingo, 29 de julho de 2012

Reflexões

Fóruns e debates sempre me despertaram interesse e curiosidade. A comunicação virtual possibilitou interação rápida e certamente enriquece as ideias dos que se propõem a expor seu ponto de vista.
Como uma brincadeira, perguntei a algumas amigas (todas casadas, por sinal) onde poderíamos encontrar “coisas” como cabelos esvoaçantes logo pela manhã, coelhinho da Páscoa, Papai Noel e homem bonzinho (razoável já seria suficiente), sim estas “coisinhas” com as quais toda mulher sonha... ou pelo menos a maioria de nós.

Obtive respostas de todas, resumindo as proposições:

Nos contos de fadas...uma fábula infantil, talvez?
Eu diria que não, não era para ser uma “pegadinha”.

Na infância (cabelo de criança é bonito, coelhinho da Páscoa e Papai Noel sempre vêm, às vezes com fartura, até) e homem bonzinho é o pai.
Sim, só se for o próprio pai...

Talvez com o gênio da lâmpada, o que carece de muita atenção, pois tradicionalmente só se tem direito a três pedidos.
O que escolher!? Como o coelhinho da Páscoa e Papai Noel não existem e alguns outros seres são uma espécie em extinção (eles já existiram?), quem sabe um belo cabelo? Ainda sobrariam dois sonhos de consumo...



NOTA: a brincadeira não é nenhum recalque, não pretende incitar guerra entre os sexos, tampouco visa à alguma vingança pessoal ou coletiva. Pode ser considerada uma brincadeira entre amigas, a mesma coisa entre amigas pouco ocupadas por ocasião do envio de seus emails, o início de uma discussão sobre sonhos de consumo femininos em tempos atuais ou uma singela homenagem ao dia dos Pais!


sexta-feira, 27 de julho de 2012

O LIVRE ARBÍTRIO E O CARRINHO DE PIPOCA

Alguém por acaso acredita em livre arbítrio?
Pois é... já faz um tempo que penso sobre isso. 
E sabe o que eu acho? Que o livre arbítrio não existe. Mesmo.
Claro que com pequenas ressalvas... acredito que a gente consegue mudar algumas coisas escolhendo direções, mas o que tem de ser será, impiedosamente e sem sombras de dúvidas.
Hoje por exemplo ouvi uma propaganda no rádio sobre um espetáculo de balé, de "tirar o fôlego". Deus me livre de assistir uma coisa dessas, alguém já ficou sem ar pra ver como é terrível? Essa é uma figura de expressão tão infeliz, mas tão infeliz, que me fez novamente divagar por este tema, o qual nem gosto muito de repensar. O livre arbítrio.
Eu comecei tanto a achar que as coisas tem a sua hora para acontecer, que invariavelmente me pego olhando para os lados com um complexo persecutório, achando que se for aquela a minha hora, vai aparecer um carro, um disco voador ou um animal não identificado correndo loucamente pela rua a qual atravesso, sem que eu tenha a mínima chance de escapar. 
Mas eu acho isso mesmo. Quantas vezes não atendi gente no pronto socorro, atropelados por exemplo, que não faziam a mínima idéia de onde ou como ou quando havia surgido o veículo que os acertou. 
Uma vez eu mesma fui atropelada por um carrinho de pipoca que - juro! - só pode ter caído do céu. E olha que carrinho de pipoca eu identifico a quilômetros de distância! Esse aí, por um acaso do destino eu não só não enxerguei, como me estabaquei de encontro, espalhando pipoca para todos os lados. E vou te falar mais: o pipoqueiro tinha uma cara bem estranha. Pode ser que ele foi enviado por alguma entidade para se chocar comigo... vai saber. E tem mais uma coisa ainda: eu fui e me choquei com o tal carrinho. Uns 10 minutos depois, quando voltei pelo mesmo caminho, o carrinho de pipoca havia sumido como se nunca tivesse existido por ali. Muito estranho.
A primeira vez em que pensei sobre isso foi quando eu estava no 5o. ano da faculdade de medicina. Eu passava por um estágio na Clínica Médica e me deparei com pacientes e suas doenças em estágios diversos. Jovens, velhos, muito e pouco doentes. E uma coisa que sempre me chamava atenção era o fato de que as pessoas melhoravam e pioravam muitas vezes independentemente do tratamento proposto. A gente estudava, passava visita nos pacientes, revirava as doenças de cima a baixo, mas os que tinham de morrer por exemplo, morriam independentemente de nós. Lembro de um episódio com um paciente o qual um colega de turma era responsável. O paciente em questão sofria de uma doença infecciosa que na época era quase que uma sentença de morte. Pois bem, depois de muitos baixos e sofrimentos, conseguiram por fim estabilizar o doente, um cara jovem, muito humilde, guerreiro que lutava com braveza para sobreviver. Todos estavam muito felizes com a melhora clínica do garoto que já seguia com a alta programada para aquele dia fatídico em que finalmente se engasgou com um fio de macarrão. Spaghetti! Porra, o cara tinha uma doença incurável! E quando a equipe médica conseguiu o impossível, ele se engasgou com o macarrão do seu derradeiro almoço. E morreu! 
Nesse meio tempo eu cuidava de uma senhorinha diabética, com quadro clínico e idade para pensarmos que ela não sairia dessa, e que um belo dia acordou e estava boa. Não curada, mas boa para sair do hospital gritando que não foi dessa vez. 
Incrível mesmo. Não adianta a gente agir ou escolher o caminho. As nossas datas estão marcadas. O que tiver de ser vai ser. Se a gente escolher um tratamento e se livrar de uma doença ou se escolhermos uma estrada e evitarmos um acidente, eu sei - é mórbido!, mas se a gente escolher e mantiver a vida, isso só terá acontecido porque realmente ainda não chegou a hora. Tudo está programado!
O gene que causa uma doença específica tem a sua hora de funcionar, o aneurisma tem a hora certa para explodir, e as pessoas tem as suas horas boas e ruins pré-determinadas desde o momento em que nascem. Aqui eu tô logicamente abordando só as ruins porque dá mais ibope né!
Por isso é que ando na rua e olho para um lado e para o outro, e também para cima por via das dúvidas. As coisas se materializam na nossa frente se tiverem de acontecer. Aquela história de pronto socorro em que o cara fala "nem sei de onde veio o carro que me atropelou", é a pura realidade. Veio do nada, se materializou, apareceu! Estava ali no momento programado.
Igualzinho ao carrinho de pipoca.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

REFLEXÕES DE VIAGEM

Eu tenho fé na humanidade... quer dizer, eu tinha... terei?
É isso mesmo, na verdade eu não sei mais. Tô meio confusa a esse respeito. 
Sempre achei que a humanidade ia salvar o mundo, que as coisas sempre mudariam para melhor, que a gente daria um jeito na fome e no aquecimento global e que alguém faria alguma coisa a respeito de tudo!, mas com o passar dos anos perdi um pouco esse senso de esperança. Fiquei cética, mais cética. Repetindo um conhecido chavão, a esperança não é a última que morre, é a penúltima. Depois dela morre você. E eu tenho de concordar.
Não que eu não ache que as coisas vão melhorar - falando no sentido mais genérico da filosofia eu até que acho... - mas com o passar dos anos eu comecei a pensar que o negócio era correr mesmo cada um por si. Praticamos o bem, fazemos coisas de acordo com a nossa consciência, sem atos ou idéias que agridam nossa maneira de sobreviver. Às vezes ajudamos os outros, às vezes ajudamos a nós mesmos, às vezes só paramos e olhamos. E eu acho que essa é a melhor forma de viver: com a consciência limpa. Cada um com a sua.
Mas o que me levou a pensar nisso foi mais um momento de reflexão que tive em minha viagem de férias.
Fui obviamente visitar muitos monumentos históricos e como qualquer pessoa que imagino interessada, quis saber e entender um mínimo que seja da história dos lugares que fui.
E sabe o que eu percebi? Que as pessoas não mudam! 
No Coliseu por exemplo, cheguei bem cedinho, quase que madruguei. Comprei meu ingresso numa fila até que bem pequena para os padrões locais, e na falta de um guia de carne e osso optei por alugar um audioguide. Na verdade o audioguia é a melhor das invenções para viajantes que não querem perder tempo. 
Pois bem... história vai e história vem, me descobri comentando com minha amiga e minha irmã sobre os detalhes das batalhas dos gladiadores. E depois percebemos que ficamos quase que o tempo inteiro só falando sobre isso. Imaginando como e por onde eles entravam, o que sentiam, como lutavam e como morriam, com ou sem animais envolvidos. E pelos gestos dos turistas a minha volta, o pensamento dos outros também não estava muito longe dalí. 
Aí fui ver o guia de papel que sempre carrego comigo. Esperava obter mais detalhes sobre a construção, arquitetura, modo de vida na época em que este era o palco mais divertido da cidade, e qual não foi minha surpresa ao descobrir que o guia só falava das batalhas. Armas, combates, mortes. E maior ainda a minha surpresa ao me descobrir lendo o guia em voz alta, simulando a batalha como num teatro, assistida por um grupo turístico de língua portuguesa que ao final aplaudiu ferozmente a performance. Minha irmã demorou um pouco pra acordar após o golpe final, mas está tudo bem agora. 
Posso dizer então que o resumo desta empreitada foi que ficamos por quase 3 horas dentro do tal Coliseu só pensando em como funcionava tudo por ali. Depois fomos no Circus Maximus e ao descobrir que lá morreu mais gente do que no próprio Coliseu, ficamos fascinadas. Morreu como? Lutavam como? E o por que não fingiam de mortos para escapar ao combate? Bom, isso era porque os romanos espetavam os corpos mortos com um ferro em brasa para desestimular a prática do fingimento. Terrível né? Mas fascinante.
Por que tanta gente estuda a crucificação? O que leva as pessoas a quererem saber detalhes sórdidos de torturas e santos martirizados?
O UFC não deixa de ser uma versão moderna dos combates ancestrais.
Em Amsterdã por exemplo tinha o Museu Van Gogh, o Rijkmuseum, a Casa deRembrandt, todos repletos de obras de arte, mas adivinha onde o povo estava concentrado? É pessoal! No Museu da Tortura. Imagina o tamanho da fila. Nem fui! E olha, eu tava morrendo de vontade de ir. Pô, tanta coisa bonita pra ver em Amsterdã, e a gente querendo ir no Museu da Tortura! E quando voltei de viagem um amigo ainda perguntou "você foi pra Amsterdã??? E aí!! Foi no Museu da Tortura??? É demais!!!".
Bom, só pra citar mais uma história parecida, uma vez meus pais foram a Tarascon e pegaram a cidade em meio à um Festival Medieval. E adivinha qual a barraquinha mais concorrida entre as tantas armadas para a festa? Isso mesmo: a barraquinha da tortura, onde cidadãos fantasiados como na Idade Média imitavam práticas de tortura medieval, com direito a toda sonoplastia competente. Divertidíssimo, segundo relatos!
A natureza humana não muda mesmo. Suaviza, ameniza, fica novamente agressiva, e se normaliza para depois começar tudo de novo. É cíclico. 
Quanto à mim, já aprendi a comprar entradas de museus pela net. Da próxima vez nada me escapará!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O CHOQUE CULTURAL

Recentemente saí de férias e viajei para a sempre boa e velha Europa.
Eu adoro viajar e viagem à Europa para mim é igual supermercado: eu tenho que ler todos os rótulos, passar por todas as gôndolas e saber exatamente tudo o que está acontecendo, ou no caso da Europa tudo o que já aconteceu por ali, antes de me dar por satisfeita.
O pior é que sempre volto de lá com a sensação de que mais da metade das coisas interessantes aos meus olhos passaram desapercebidas. E, melhor ou pior de tudo, dependendo do ângulo em que se mira a curiosidade, volto sempre sentindo que na próxima viagem vou ter de voltar lá pra ver o que deixei de ver nessa (viagem).
Desta vez viajei no verão europeu. Que delícia! Uma viagem totalmente diferente das outras que havia feito no inverno.
O verão europeu é muito semelhante ao nosso quando se trata de cidades mais ao sul. Já ao norte, o verão é como se fosse nosso inverno. Um calor agradável no sol e um frio da porra na sombra. Muita chuva, tempo cinza, casacos sobre shorts e mangas curtas, colocados e retirados incessantemente no decorrer do dia, ora frio ora quente. Isso não impede porém que a população local se vista de acordo com a estação, levando à risca quando o serviço meteorológico diz que é verão, o que nos leva a ver muita gente de shorts, chinelinhos e mangas curtas num frio que para nós é de rachar os ossos.
Mas o que mais me chamou a atenção desta vez foi a diversidade cultural em meio ao mundo de turistas andando de lá para cá com mapas nas mãos. Isso mesmo, mapas de papel. Embora possamos contar hoje em dia com o conforto de um GPS, não encontrei turistas que usufruíssem do aparelho. Porque, convenhamos, não existe nada mais romântico do que fazer turismo como nos velhos tempos, com um bom mapa de papel e um belo guia pesando quilos, trazido às custas na bagagem de mão, no qual já fizemos anotações para passar o tempo durante o longo vôo de ida. 
É uma emoção chegar a um lugar no qual nunca estivemos e nos deparar frente a frente com monumentos e obras de arte que um dia vimos em gravuras nos livros de história do primário. E olha que para mim é emoção elevada à décima potência, tendo em vista que minha memória é uma merda. 
E eu ainda anoto tudo. Incrível não? Hoje em dia tem o Google e milhões de opções de obtenção de informação na ponta dos dedos - quando estes estão grudados ao teclado, é claro - mas eu acho que não há nada mais gostoso do que ler anotações de viagem e lembrar com detalhes um dia específico ou uma coisa que aprendi visitando algum lugar. 
Geralmente eu leio estas anotações no intercurso de alguma outra viagem, visto que só abro meu caderninho de anotações quando estou realmente viajando. Mas é gostoso mesmo assim.
Bom, voltando à diversidade cultural, é interessante observar a quantidade de turistas como nós, indo e vindo, como formiguinhas desorientadas numa grande metrópole, olhando as coisas com curiosidade e muitas vezes dando a entender conclusões tiradas e explicações que dão uns aos outros, fugindo totalmente do propósito do assunto em questão. Tenho certeza de ter visto um grupo de turistas em Amsterdam procurando informações sobre visualização de baleias nos canais do Rio Amstel. Se bem que Amsterdam não é muito parâmetro né... enfim...
Em Roma por exemplo eu e minha irmã fomos surpreendidas por uma turista indiana, vestida à caráter, que me parecia estar viajando sozinha. Ela e a sua máquina fotográfica. A moça se aproximou da gente e gentilmente perguntou num inglês macarrônico se podíamos tirar uma foto dela em frente ao Coliseu. Minha irmã que é dada a interagir e na maioria das vezes ingenuamente me faz passar verdadeiros perrengues, logo se prontificou e praticamente arrancou a máquina da mão da mulher. Já tomando conta de tudo, indicou à moça o melhor lugar para se posicionar em frente ao monumento colossal, e levou aí alguns minutos procurando o melhor ângulo para clicar o instantâneo digital. 
Pois bem, tudo arranjado, minha irmã muito satisfeita disparou a câmera da indiana e num inglês macarrônico logo chamou a mocinha para apreciar a bela foto no visor microscópico de sua câmera. No que minha irmã perguntou se ela havia gostado da foto, a moça balançou a cabeça látero-lateralmente com um sorriso nos lábios e tentou pronunciar alguma coisa num inglês pior do que o da minha irmã. Bom, bastou isso para a minha irmã novamente arrancar a máquina das mãos da mulher antes que a coitada pudesse tentar gestualmente terminar a frase que estava ensaiando começar com o comentário sobre a foto contido nas palavras a serem ditas.
E minha irmã foi logo dizendo "olha, 'peraí', se não gostou eu tiro outra!". E novamente posicionou a modelo em frente ao gigantesco monumento histórico, clicando em seguida do que supôs ser o melhor ângulo. Pronto! Mais uma vez, chamou a mocinha que toda sorridente olhou para a foto e balançou a cabeça látero-lateralmente, olhando minha irmã nos olhos. 
Nesse momento eu posso dizer que me considero uma pessoa de sorte porque cheguei bem a tempo de evitar um incidente diplomático! No que a mulher - coitada - olhou para a minha irmã e balançou a cabeça, os olhos de minha irmã começaram a faiscar e eu só me dei conta de que havia aí um choque cultural quando a minha irmã salivando ódio e soltando fogo pelas ventas vira pra mim e fala: "mas não é possível que ela não gostou da foto!! eu tirei duas fotos maravilhosas e não tô aqui o dia todo à disposição dessa vaca!! deve ter ficado ruim porque ela é feia pra caralho!! desse jeito não tem fotógrafo que acerta!!". E quando olhei, estava lá a indiana toda sorridente, embora com um sorriso tímido, balançando a cabeça látero-lateralmente para minha irmã. Coitada - da indiana.
Foi aí que me dei conta de que ela tinha gostado da foto e que desde o primeiro disparo ela já tinha se dado por satisfeita, balançando assim a cabeça em sinal de aprovação. Agradeci então a moça por ter gostado da foto, peguei minha irmã pelo braço e fomos embora antes que ela batesse na pobre mulher, viajando sozinha, coitada de novo. Deu o azar de pedir uma foto pra gente!
E isso só não foi pior do que o dia em que minha irmã, querendo comprar um depilador à bateria, me fez perguntar em inglês para a mulher do caixa da loja se o depilador também fazia massagem. A caixa, uma senhora gorda e loira olhou pra mim e soltou um "uáuuuuuu", antes de me direcionar pra uma sex shop.
E minha irmã tem então uma dívida eterna comigo por causa deste segundo episódio. EU AINDA ME LEMBRO DISSO VIU DANIELA!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CONFERINDO O BLOG RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: A MOÇA DA CANGA PELA METADE

RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: A MOÇA DA CANGA PELA METADE: Esta história vai ser um pouco diferente das outras. Não é auto-biográfica. Desde de que comecei a construir este blog, tenho recebido his...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ecochatices...


Tempos modernos. Agora é uma questão de lógica. Os noticiários nos bombardeiam com as construções auto-sustentáveis do Brasil à China passando evidentemente pelos EEUU. Os respeitabilíssimos cientistas concluem que a economia de energia, que se faz mister, é alcançada sempre que se concentra centenas de pessoas em um mesmo espaço, citando como exemplo que Nova Iorque polui menos do que Beverly Hills. Será?

Para esses doutos formadores de opinião, seria a vida em Tóquio melhor do que em Auckland? Gente confinada em espaços exíguos cujo metro quadrado custa uma cifra intangível para a maioria dos mortais?

No Brasil isso definitivamente não funciona. Uma família de classe média com uma ou duas crianças dividindo um espaço de trinta metros quadrados, num prédio de trinta andares com oito, dez ou doze apartamentos por andar. O problema já começa na garagem. Dá para guardar os autos de todos (na classe média, todo mundo tem – ou almeja ter – um carro)? Sem contar que, nos horários de pico, não se circula por estas ruas.

E as crianças? Como não dá para guardá-las, ou desligá-las, serão inexoravelmente rotuladas como hiperativas? Estas tem muita energia a ser liberada. Se não o fazem, pobres pais. Professores sofrem, se bem que por aqui as escolas em tempo integral ainda sofrem certo preconceito, então só vão sofrer por meio período.

E o melhor amigo do homem terá que ser um peixinho vermelho. Só um, por falta de espaço para o aquário.

terça-feira, 12 de junho de 2012

CONFERINDO O BLOG RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: MR. FAKE - O CARA DO ORKUT

RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: MR. FAKE - O CARA DO ORKUT: Esse cara eu conheci há alguns anos, no finado Orkut. Lembram????Pois é, eu tinha perfil no Orkut, coisa que nunca revelei à ninguém. Tinha ...

domingo, 10 de junho de 2012

Mulheres possíveis

Neste fim de semana prolongado que se encerra hoje, fiz algumas tentativas frustras de atentar violentamente à minha própria carteira (senão a minha, a de quem mais!?). Alegria de pobre e de remediado dura pouco, então, foi com certo desdém por parte dos vendedores que percebi que algumas supostas grifes só tem em suas araras tamanhos P e PP.

Nada disso, não sou G. Médio cai muito bem, embora meu peso (que palavra horrorosa) oscile bastante. E não, nunca usei XL muito menos XXL, mas saliento que, de qualquer maneira, jamais fiz do corpo minha profissão. Aliás, não tenho nada contra àquelas que o fazem, só não faz a minha cabeça.

Um parêntese que coloco é que, apesar de às vezes estar mais roliça, às vezes nada roliça, nunca tive dificuldade em iniciar um (bom) diálogo com o sexo oposto. Digo que o appeal de deusa afasta qualquer mortal, e não me coloco acima de nenhum deles (exceto, lógico, aqueles que acham coisa normal cutucar o nariz, comer com as mãos em público, essas coisinhas banais). Minha auto-estima não é das piores, portanto.

Também não consegui entender porque colocam adolescentes marcados pela acne característica da idade e colados ao celular para atenderem – sozinhos - em lojas hipoteticamente voltadas para a classe A. Os públicos B, C, D e E também merecem um atendimento que não seja inclassificável, concordam? O ato de trabalhar com raiva não rende piadas ao serviço público? Pois é...

Em boutique de luxo espera-se que as atendentes tenham o mesmo manequim das roupas size zero que revendem...Tatuagens são admitidas para as descoladas. Já para as tradicionais...deixa pra lá.

E, na contramão do meu afortunado (para o bolso) passeio pelo shopping, deparei com a Vogue. Cartilha do luxo fútil (atire o primeiro Louboutin quem não gosta!), deste mês em diante só estampará modelos que tenham uma relação peso e altura considerada salutar. Size zero, nunca mais. Quem viver, verá.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A POMBA

Hoje estava indo para o trabalho e de novo me aconteceu: uma pomba atravessou a rua à pé. Bem na minha frente!
Aí como sempre, fiquei me perguntando: porra, se a pomba voa, por que atravessar o trânsito caótico da cidade de São Paulo à pé? Sofrendo inclusive a possibilidade de um acidente fatal e tudo?
E novamente me veio a sensação de que os seres vivos não estão usando na realidade a totalidade de seus potenciais.
Haja visto a pomba!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

CONFERINDO O BLOG RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: O VÉIO DA REPRESA

RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: O VÉIO DA REPRESA: Mais uma história pro rol dos relacionamentos virtuais. Esta é do ano passado. O véio da represa era um senhor dos seus 54 anos, que conhec...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

CONFERINDO O BLOG RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: O VÉIO DO RIO

RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: O VÉIO DO RIO: Mais um capítulo para a série de relacionamentos virtuais. Este senhor que eu conheci até que não era dos piores. E não tinha nenhuma sem...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Comer, dormir, comprar

Nestes dias recém-passados, provei de uma amostra da Colômbia, indo parar lá quase por acaso, e de uma forma bastante voluntária. Que país!
Descrevo uma mescla de México com Brasil. De nossa terra verde-amarela, meu mais recente país desbravado tem muito em comum com São Paulo, minha cidade adorada. Algo em torno de 8 a 9 milhões de habitantes dividem um transito caótico e sem preferenciais. Todo mundo invade a pista de todo mundo. E buzinam muito, muito mais que em qualquer lugar que já tenha trafegado (com exceção, é claro, da Bolívia). Dos simpáticos mexicanos, eles tem o colorido. Quando prestamos atenção às vitrines, as cores se revelam como uma profusão mágica de arte e inspiração. Uma beleza rara.
Quantas são as cores trabalhadas com riqueza de detalhes, no couro, nos tecidos, nas joias. Artesanatos sofisticadíssimos para ornamento do que se pode imaginar. Ombros, colos, paredes.
E como se come bem na Colômbia! A despeito dos altos impostos, as refeições são um manjar para olhos, olfatos e paladares. Tanta degustação, com alta qualidade e lauta quantidade, exige preguiça e relaxamento do corpo. A consequência...
A musa de Botero.
Nas dependências do museu, senti uma alusão à minha pessoa em cada uma daquelas mulheres retratadas, as mulheres rotundas e sem movimentos. Felizmente o douto mestre jamais colocou seu olhar sobre a minha pessoa.
Nada de passeios ecológicos ou desportivos, não desta vez. Um pouco de praia, na medida do possível, uma vez que nem sempre as faixas de areia sejam lá grande coisa.
De movimento corpóreo, somente as solas dos sapatos e o atrito contra as vias bem pavimentadas, tendo como companhia a carteira e os bolsos.

sábado, 5 de maio de 2012

O beijo

Meses sem um beijo, um único beijo úmido, ao menos. Quase me esqueço de seu aroma, sabor, de sua doçura, só não se deixa olvidar aquele beijo roubado.


O beijo que me levou ao mundo paralelo, e às vezes me pergunto qual é o real. Construí tijolo por tijolo, usei o melhor dos cimentos, e agora não sei se a fortaleza existe. Ela existe em minha mente, em meu coração e com frequência em meus sonhos, no entanto não sei onde ela está situada. Não sei chegar até lá, e se chegar, não sei se será o meu castelo. Quiçá não seja habitado por outra alma feminina.


De um lado, a vida dura com tinta cor-de-rosa. Do outro lado, a vida mansa, repousada na imensidão do universo, com tinta normal e comum. Uma vida de dia, outra vida de noite. Temo que uma delas seja o protótipo e que não haja tempo de edificá-la.


Como sinto falta de um beijo. Um beijo, um abraço sem pressa.


Volto para uma de minhas vidas, aquela em que sou a protagonista e ainda a roteirista e diretora. Soberana, nunca solitária. Soberana de minha vida e de minha alma, jamais de outra. Parece uma vida qualquer, mas não é. É a minha escolha, consciente e madura. Carrega alguns pesos e o esforço se concentra em não mitificá-lo. Ah, como eu amo esta vida. Não sei quem sorve o que.


Agora só quero aquele beijo, nos seus braços. É isso o que quero.

A INUTILIDADE DA COMUNICAÇÃO

Pra que falar?
Em alguns dos meus posts anteriores eu já havia abordado este tema, citando inclusive a fala como a mais inútil das habilidades humanas.
As pessoas não se ouvem mais. Ninguém se preocupa em interpretar o que os outros dizem. 
Estamos sofrendo de uma espécie de analfabetismo funcional no que diz respeito à comunicação interpessoal.
Já disse aqui neste blog que nunca tive tão pouco trabalho em esconder as coisas que eu digo, penso, escrevo, como depois que resolvi divulgar tudo na internet. É impressionante como ninguém presta atenção no que eu falo, como ninguém lê o que eu escrevo, nem mesmo as pessoas que me acham interessante.
Não seria natural querer saber o que seus amigos pensam, como eles se posicionam, ou até mesmo o que aquela garota na qual você está interessado pensa?
Recentemente resolvi transformar em texto tudo o que considero absurdo em relação à minha pessoa. Comportamentos bizarros, falas inúteis, desrespeito e falta de educação, viram por consequência texto. Ninguém é poupado. As pessoas sobre as quais escrevo realmente merecem esta singela homenagem. 
Contudo hoje fui surpreendida por um absurdo grau de falta de interesse, e ao mesmo tempo, um interesse estúpido, tudo na mesma pessoa.
Pô, eu escrevi barbaridades sobre o cara há exatos 2 dias, e qual a minha surpresa ao ser novamente convidada para um date hoje! Quer dizer, o cara quer sair comigo mas não tem o mínimo interesse em saber quem eu sou, o que penso, como eu sou. Socorro!! De novo!! 
As pessoas pensam das outras o que elas querem pensar. Então fazem uma espécie de historinha, compõe o personagem que mais às agrada e simplesmente fecham os ouvidos para a realidade.
E isso não acontece apenas no campo pessoal, quantas e quantas vezes passei horas explicando fatos, observando com interesse a concordância craniana do meu interlocutor, gastando uma energia enorme e toda a minha rouca voz que quase se extingue ao final de cada explanação, para no final, mas beeeemmm no finalzinho ser surpreendida por uma pergunta cujo o conteúdo deixa óbvio que a pessoa parou de entender o que eu dizia na primeira ou segunda frase da explicação.
Se não tá entendendo por que não pergunta? Por que me fazer gastar tanta energia desnecessária para depois repetir tudo mais duas ou três vezes? Por que por que por que???
E no restaurante? É muito óbvio que o pedido venha errado, os caras não prestam atenção ao que falamos mesmo. Já experimentou pedir por exemplo, um suco de laranja SEM gelo? A única coisa que fica gravada na memória do ser atendente é exatamente a última coisa que você falou: GELO!
Aí o camarada lembra que tem que te trazer um suco, talvez de laranja, mas com toda certeza, num copo repleto de GELO!
O mais certo então, para gastar menos energia desnecessária, seria deixar os caras te servirem o que eles quiserem servir. Talvez tenhamos agradáveis surpresas. Vai saber.
No que diz respeito à comunicação o tempo das cavernas com certeza era muito mais produtivo e objetivo!
E já que um voto de silêncio me parece ser uma colher de chá excessiva, vou continuar me posicionando, com reservas de energia, é claro.
Lê quem quer, entende quem precisa,  e assim vamos levando... as pessoas na verdade são óbvias, transparentes. Elas falam! É só prestar atenção.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sandwich, uma leitura lato-sensu

Não posso começar a postar sem antes fazer um pequeno preâmbulo.Eu e a criadora deste blog há cerca de uma semana estivemos no cenário da narrativa que segue.Naquela ocasião dois comentários foram muito importantes:
1.Nós precisamos nos policiar pois estamos nos tornando sarristas inveterados, o que faz com que no trato pessoal não poupemos nada, nem ninguém.
Se hoje, jovens como somos, já estamos assim, como será quando formos acometidos pela idade?

2. Toda vez que eu quiser voltar àquele estabelecimento jurei trazê-la junto, pois naquela ocasião, diferente de todas com as quais me deparei, os pedidos podem ter demorado um pouco, mas vieram corretos e foram servidos corretamente.

Vamos à história.

Na noite de hoje, eu e o meu velho amigo Fabio Caverna estivemos em uma padaria na Haddock Lobo,atrás do colégio São Luis para comermos, tomarmos uns cafés, admirarmos uns pares de pernas e demais atributos femininos e atualizarmos os cadastros...não exatamente nessa ordem, mas a rotina acaba sendo essa...vida de solteiro avulso é assim mesmo.
Elegemos o lugar pelo fato de funcionar 24hs. por dia, a comida é boa,em geral é bem frequentado por mulheres,conseguimos estacionar com certa facilidade e os funcionários já nos conhecem...o problema só está em uma coisa...temos estado constantemente à mercê de um garçom que nos tortura de diferentes maneiras.
Nós nunca conseguimos receber o pedido na ordem certa...o prato principal chega antes que a entrada, coca cola vira suco, café virá capuccino...os pedidos sempre demoram...e inevitavelmente acabam virando assunto.
Eu já tive restaurante, conheço o perfil dos profissionais e sempre trato a todos de forma respeitosa e digna.Embora  considere isso indispensável por uma questão de educação, também não quero que ninguém cuspa no prato que eu vou comer.
Ao buscar meu velho amigo na estação de metrô havia comentado com ele que estava sentindo uma tristeza gratuita, fruto de alguns acontecimentos chatos , somados ao dia frio, à uma viagem cansativa e ao cansaço que ando sentindo..eu não sei exatamente o que  foi isso, mas comer seria muito reconfortante.
Para que tudo desse certo dessa vez com nosso algoz, digo, garçom,resolvi fazer o pedido de forma fracionada, para não confundir.Pedi uma coca-cola e um salgadinho, virei para o Caverna e disse...Velho, preste atenção...o pedido foi feito de forma fracionada e virá certinho...não deu outra...chegou a esfiha, seguida da coca...timing perfeito!!Fiz um gesto com as mãos para o meu comensal  e só não gritei "Presto" para não assustar os vizinhos das mesas laterias.
Convicto de que tudo corria bem chamei novamente o garção e mandei o complemento do pedido...."Um X-EGG".
99 em 100 garçons ou balconistas de lanchonetes, botecos ou padarias teriam entendido o meu pedido e me trazido um hamburger coberto com queijo e um belo zoiudo com a gema dura para não melecar tudo...eis que então chega cerca de 10 minutos depois um sanduiche de queijo com ovo entregue por um cumim e não pelo garção.Entendi que aquele não era o meu pedido e toquei o cumim de volta para o balcão....30 segundos depois me aparece o garção com o sanduba de queijo e ovo na mão,vira para mim e fala...eis aqui o seu sandwich, por que o Sr. não quer?
Não foi o que o Sr. pediu? Cheese Egg, pois temos aqui o Cheese e o Egg...
Por cerca de 15 segundos baixou em mim o espírito de um napolitano grosso, com direito a gesticulação e só conseguir dizer..." Cáspita,se eu quisesse isso pedia um sanduiche de pão com queijo e ovo!!!"
Só me faltava essa...queijo e ovo em inglês...vem cá, não fui eu quem atribuiu esses anglicismos ao nome dos sandubas... eu só vou no popular...se você vai no Ponto Chic e pede um Bauru na canoa o garçom sabe que tem que arrancar o miolo do pão para caber mais recheio...qualquer balconista novato aprende o cardapio de sanduiches rapidinho...esse garção está lá há pelo menos um ano...no mínimo o cara já comeu um X salada e sabe que não é pão com queijo e salada logo...
O pior é que nem tem sanduiche com queijo e ovo no cardápio da padoca...o resultado é quase não consegui comer na hora que o sanduiche certo chegou porque olhava para ele, olhava para o garçom e ria...o mesmo aconteceu com o café ...e durante todo o trajeto de casa ainda continuei rindo sozinho...tempos estranhos...eu juro de pé junto que eu tento tornar minha vida mais calma e fácil...felizmente não estava num restaurante japonês querendo comer sashimi de baiacu venenoso...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

CONFERINDO O BLOG RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: O CASAGRANDE DO BOM RETIRO

RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: O CASAGRANDE DO BOM RETIRO: Continuando minha série sobre relacionamentos, penso sinceramente que eu deveria construir um videoblog. Porque existem coisas que merecem ...

CONFERINDO O BLOG RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: DELANEY - O SR. GOSTOSO

RELACIONAMENTOS CIBERNÉTICOS: DELANEY - O SR. GOSTOSO: Iniciando minha série sobre namoros virtuais e blind dates, venho por meia desta atualizar este tema, chegando cheia de novidades para este ...

BOM HUMOR

Quando está tudo muito bem, a minha veia poética não aflora. É como se eu estivesse no pólo norte sem agasalho, gerando uma vasoconstricção periférica romanesca. A veia some.
A crítica diminui, a auto-crítica torna-se praticamente inexistente, e tudo passa a ser ridiculamente tolerável.
Dá para entender perfeitamente os depressivos românticos que precisavam gerar uma carga estupidamente negativa para escrever qualquer coisa.
O fato é que estou há algumas semanas num bom humor irritante. 
Não consigo ter um mínimo de indignação que me gere qualquer tipo de inspiração.
Que merda!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Panfletagem

Dia após dia, com as janelas devidamente cerradas, recuso
cortesmente, ou tanto quanto posso, panfletos. A lógica, muito simples. Trafega
isolado quem pede sossego. Quiçá para apreciar música, ouvir a um noticiário,
por temor à arma branca que se esconde na manga do delinquente, talvez para
evitar o cheiro dos combustíveis.
A panfletagem, este capítulo à parte, com sua agressão
dirigida ao meio ambiente. Cada folha de papel, aquele amontoado no fim do dia.
Lixo. Direto pro lixo. Coleta seletiva, cesto da cozinha, lá se vai, sem nem
mesmo uma olhadinha.
Definitivamente não quero comprar um apartamento situado a
20 minutos do centro, ou seja, a uns sessenta quilômetros, nem estou
interessada num financiamento irrecusável de uma empresa com nome suspeitíssimo.
E a dona Fernanda, a vidente, não perguntei por seu telefone, perguntei?
Outra coisa, porém, é olhar para a pessoa que estende o
famigerado pedaço de papel. Olhos nos olhos. Uma história por trás daquele bico
sob o sol inclemente.
Na última semana escutei quase hipnotizada a história de uma
gentil moça levada a panfletar para garantir o aluguel e a comida na mesa, assim
como a preocupação com a filha pequena. Um relato tocante, que descreve com
pormenores as agruras da migração em território nacional. A sina que começa com
o mau casamento, continua com a não aceitação do divórcio pela família (ainda
existem comunidades tão tradicionais).
De dificuldade em dificuldade, a interrupção dos estudos, já
tardiamente iniciados. Distribuição de currículos sem resposta. Nada de um
emprego de verdade. A dor, física e emocional.
É, minha opinião sobre o panfleto é a mesma. Até porque não tenho
como dar o final que sonhei para esta – verdadeira – história. Não uso de papel
para recontá-la, tenho de ser coerente.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dura lex sed lex, dura lex sed latex

A casa não tinha teto solar, tinha telhado de vidro.
Irremediavelmente maculado, o senador goiano caiu na boca do povo. O
senador que se pautava pela conduta ilibada, pelo discurso correto e que não
tinha medo de se declarar de direita.
Os indícios de corrupção, inequívocos. Respingam também em
parte dos representantes de Goiás e até de São Paulo na Câmara Federal. Sugerem envolvimento do
governador goiano, figura querida, embora controversa.
Não questiono os fatos. Está tudo na mídia, à disposição de
todos.
Convido à reflexão desapaixonada.
Desta vez, o que sobra da oposição? Uma das figuras mais
fortes, agora bandeada para o ficha-suja, com possível envolvimento do
Executivo estadual, e sabe-se o que mais veremos.
Não tenho intenção de polemizar, política não é meu ponto
forte. Entretanto, concedo-me o direito de perguntar por que o senador execrado
é mais nocivo do que o (literal e infelizmente) imortal Sarney? Com sua sede de
poder e necessidade de comando vitalício? Renan Calheiros? (gosto das quatro
primeiras letras do sobrenome).
Setenta e sete por cento de aprovação. Não tenho uma palavra
contra a figura pública e presidente Dilma, já o seu séquito, é outra
história.
Onde está a oposição? Pelo momento, somente São Paulo e
Minas. Não faço apologia a nenhum corrupto e acredito em punição exemplar, mas
que possa então o café - com – leite nos assegurar alternância de poder, na
Câmara, no Senado e no Executivo. Ao destruirmos a oposição nos aproximamos
inexoravelmente do caminho para as ditaduras tão conhecidas da América-latrina.

segunda-feira, 26 de março de 2012

FOLHAS EM BRANCO

Adoro folhas em branco.
Essa possibilidade de desenharmos nossa própria história me atrai com um magnetismo tão intenso que sou literalmente vidrada em papéis vazios.
Por outro lado, como é bom deixar que essas folhas permaneçam em branco por algum tempo, manter a mente vazia, sem expectativas e sem cobranças.
Por muitos anos tive dificuldades em lidar com dias brancos, como se tivesse a eterna obrigação de preencher todos os meus instantes.
Hoje tenho raros momentos como este, de paz. Sem nada programado para agora, sem obrigações e sem pressões do mundo lá fora.
A noite está linda... abri minha janela e apuro o ouvido para ouvir a rua, buzinas de carros, teste de som num bar perto qualquer, conversas soltas e sem sentido... vejo as luzes da cidade, e me sinto protegida num mundo só meu.
Hoje eu sou a minha convidada especial.
E afirmo mais uma vez: como é bom!!!!!!!!!!

quinta-feira, 15 de março de 2012

SONHOS DE CRIANÇA

Quando eu era pequena sempre achava que podia mais.
Nunca me passou pela cabeça que eu atravessaria esta vida sem que meu nome brilhasse em letreiros luminosos. Pensava nas entrevistas que iria dar, nos aplausos que iria receber, mesmo sem saber exatamente o que eu faria para que isso acontecesse.
Daí eu cresci.
E junto com o amadurecimento veio a auto-crítica... a sensação de que eu adoraria aparecer permanecia em mim, mas o senso do ridículo gritava nos meus ouvidos a cada sonho tresloucado que eu tinha.O resultado de tudo isso foi que apareceu em mim um pavor de falar em público. É... eu posso perfeitamente falar numa roda de amigos, não sou tímida nem nada, mas falar para pessoas desconhecidas em um microfone sujeita ainda a perguntas ao final, me dá calafrios só de pensar!
E eu aprendi a duras penas que nem sempre os sonhos se tornam realidade... eles dão de frente com a realidade, amassam o nariz  na realidade e ficam lá, presos nas ferragens.
Não quero dizer realmente nada com isso. É só uma constatação. E é evidente que realizamos muitas coisas boas e agradáveis, mas ficamos naquele café com leite morninho, sem nenhuma nota musical inalcançável. Somos felizes sim, mas dentro da curva de Gauss. 
Sempre me pergunto se é só isso mesmo ou se vai ter mais.
Cade o Big One??? Hein hein???

quinta-feira, 8 de março de 2012

HOJE TIVE UM DIA BOM!

Então agora a noite, ou melhor já de madrugada, quando fui passar um hidratante nos lábios para dormir, me lembrei do hidratante labial importado que eu usava e que um belo dia apareceu estragado. Eu achei incrível como em tão pouco tempo de uso o produto poderia assim, um belo dia, aparecer estragado. Fiquei dias e dias pensando no assunto, afinal era um produto bom, e caro. Até que passadas quase 2 semanas do ocorrido me lembrei! E acredito piamente que o tal hidratante pode sim ter se deteriorado por causa disso. É que toda noite a Vynna - minha cachorra - fica me olhando enquanto eu me preparo para dormir. E ela fazia uma carinha quando eu passava o batom... que eu não resistia e passava nela também. E ela adorava! Pode ter estragado o hidratante, mas que foi divertido enquanto durou, isso foi!
Me lembrei também do dia em que alguém falou que minha irmã era triste, provocando na família tal comoção que nos levou - a nós e aos nossos amigos - a tirar fotos com a cara amarrada em todos os eventos sociais que sucederam este episódio nos 2 anos seguintes à tal heresia. Bom, outro dia me falaram que eu tinha um semblante que irradiava uma certa tristeza, e eu pensei em divulgar isto entre família e amigos para ver se a onda pegava de novo. Há! era muito divertido, alguém falava "olha a foto!!" e imediatamente a turma fechava a cara para a pose. Tenho vários exemplares destes 2 anos de fotos amarradas e todas elas me trazem muito boas e divertidas recordações.
É que hoje tive um dia bom... aliás, muito bom!
Não vou descrever nada com detalhes porque o que é muito bom para uns é deveras chato para outros.
Mas sabe aqueles dias em que tudo dá certo?
Trabalhei, conversei com um monte de gente que não atualizava o assunto há semanas, operei com sucesso meus pacientes, tomei um lanche com meu amigo de cirurgias, depois desmarquei a minha aula de ginástica (tenho de confessar que adorei essa parte!) e fui ao cinema com meu amigo David.
O filme tava ótimo, o pseudo jantar de depois foi muito bom, e eu voltei para casa ouvindo Michael Buble. São Paulo estava uma delícia, não andei no trânsito, a lua estava cheia e linda... 
Meu time ganhou!!! Vai Corinthians!!
E olha que eu não estou sendo romântica.
Meu dia realmente foi bom!
Por fim cheguei na minha casa e nenhuma luz queimou! Aí me lembrei que nenhum chato me ligou! E então tive que abrir o computador e registrar o "dia perfeito" com a certeza de que amanhã será melhor ainda!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012 - OS JUDEUS E AS CRUZADAS, A HISTÓRIA REVISITADA

Ah o Carnaval...
O Carnaval é tão repleto de significados que escrever sobre isso suporta qualquer enfoque.
Tem gente que gosta, gente que odeia, gente que muito polidamente não se pronuncia... mas o fato é que o Carnaval se tornou uma festa tão descaracterizada que lá no fim das contas visa com muita dedicação agradar a todos os gostos.
E neste ano, como em muitos outros, assisti parcialmente aos desfiles na televisão, não deixando - claro - de me admirar com o grau de insanidade criativa dos carnavalescos da vez. Nesse contexto gostaria muito de comentar aquela escola que vestiu a totalidade da sua bateria como judeus ortodoxos!
Os mestres de bateria estavam de capa preta e chapéu, comandando um batalhão de mais de 200 pessoas de sexos variados usando tallit e indumentária religiosa, e tocando muito animadamente toda a sorte de instrumentos de percussão. Achei o máximo!! A câmera da TV focava os caras e eles passavam com um baita sorriso no rosto, gingando os tallits e tocando maravilhosamente seus pandeiros. Realmente inovador!
E não posso de deixar de mandar aqui o meu respeito aos organizadores do desfile que fizeram a judeuzada passar antes dos Cavaleiros das Cruzadas, que vieram homenageados na escola seguinte, de forma que NINGUÉM se encontrou na avenida!! Que timing sensacional! Imagina um encontro desses quase 1000 anos após... 
Fico pensando também... será que um cavaleiro das cruzadas jamais imaginou que um dia seria retratado pela história com fantasias brilhantes e muito samba no pé? Consigo comparar a isso alguém sendo desenhado para a posteridade por um artista do dadaísmo... tipo falem de mim de qualquer maneira. Mesmo assim, foi uma bonita homenagem a todos os retratados.
E depois da história revisitada, só tenho a agradecer: valeu carnavalescos!! 
Aguardando ansiosamente o próximo ano, fico por aqui.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MONOGAMIA - desabafo ortopédico!

Monogamia... 
Não é natural do ser vivo ser monogâmico, com exceção feita à algumas espécies é claro.
As araras, por exemplo, são animais monogâmicos e eu devo aqui tirar o chapéu para esta espécie que, mesmo sem a complexidade de raciocínio que envolve a espécie humana, insiste neste modo de se comportar.
Mas fico pensando em nós. Como seria se fôssemos como os outros animais que na época do cio dão para todo mundo? Bom, com exceção feita à algumas lutas entre machos, não se observam grandes brigas como as que vemos por exemplo nas portas das boates, que envolvem várias personas da tribo e criam o caos em grupos multidivididos onde antes uma só massa dançava em harmonia.
Se a fêmea gostosona muda de idéia e abandona o macho, este rapidamente se conforma e dá espaço ao novo escolhido, estando porém sempre atento a retornar ao lar se chamado ao serviço. Não é nenhuma vergonha ser trocado e depois destrocado.
Só que a nossa espécie pensa. E esse pensar é que é a grande merda. 
Portanto somos monogâmicos porque envolvemos moral, bons costumes e sentimentos, mas sendo a maioria dos humanos poligâmicos com identidades secretas.
Só que existem os machos poligâmicos e burros. Em teoria seria o ideal, porque vemos as espécies que não pensam abraçando a causa poligâmica sem pudores e em total harmonia com o grupo em que vivem.
E como única saída para a pouca inteligência masculina - os inteligentes que me perdoem, estou generalizando aquele grupo que descrevi acima - sugiro a monogamia. Dá muito menos trabalho e faz um bem tremendo à saúde dos ossos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

IEMANJÁ, JUDAÍSMO E O PAI OMAR

Já faz um tempo que venho meditando sobre um assunto, mas não sabia como abordar o tema e escrever sobre isto.
Na verdade estou aproveitando a deixa por hoje ser dia de Iemanjá, o famoso 2 de fevereiro, dia de festa no mar e etc e tal. Tenho de confessar que eu A D O R O esta data! Sei lá, fico feliz por ser dia de Iemanjá, da perspectiva de existir um ritual, uma festa propriamente dita, para comemorar a divindade.
Uma época eu tinha certeza de que era filha de Iansã... e isso durou um certo tempo, até que um dia cheguei em casa afirmando com uma convicção inabalável que meu pai veio de Aruanda e meu pai, o biológico, ouviu. Ele ouviu... pensou... pensou mais um pouco... e depois, num reservado, veio me aconselhar todo cuidadoso, dizendo que não havia nenhum lugar na Besarábia com esse nome...
Então, na verdade, apesar de meus castelos desfeitos, eu continuo achando que sou filha de Iansã com aquele tal pai de Aruanda, mas agora guardo isso pra mim e ainda frequento a sinagoga nas grandes festas. Tá meio confuso, mas por enquanto tá bom assim.
E o que eu queria contar é que um dia conheci realmente um pai de santo. Um pai de santo de verdade! E o que ele tinha de simpático tinha também de estranho. Uma pessoa misteriosa, sempre acompanhado de mulheres, de idades variadas, às vezes senhoras, às vezes gostosas e às vezes vinha com a mãe - dele mesmo!
Eu tratei dele por um tempo, cuidados médicos que os deuses não conseguiram resolver. Vai ver que nessa época fui indicada à ele talvez por meio de alguma divindade, porque até hoje não sei explicar direito como foi que ele me achou... vai saber... e assim teve início minha história no candomblé.
Não, nunca frequentei um terreiro, infelizmente. Mas o fato é que nos demos muito bem, eu e o pai de santo.
E tenho até hoje um cartão de visitas que ele me deu quando nos despedimos, na época me pedindo uma caneta e riscando febrilmente o nomezinho abaixo do nome dele exibido no tal cartão. Achei insólito aquele procedimento, no que ele imediatamente me explicou - com olhos de fogo e falando pausadamente, pronunciando cada palavra com uma fúria romanesca: "r i s q u e i   p o r q u e   a   C i- g a n a   d a s   S e t e   S a i a s   n ã o   é   m a i s   s ó c i a!!!".
Bom, foi a última vez que o vi... e toda vez que me lembro do pai Omar, uma pergunta estala na minha cabeça:  por que será que ela não era mais sócia???... Olha, eu não sei o que a Cigana das Sete Saias fez, mas com certeza não deve ter sido nada bom.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Duas mulheres e o mesmo homem

Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada." podemos verificar na expressão de Adão quando surge a figura de Eva, nos primórdios.
Teria existido outra criatura? Uma que não poderia ser dependente ou submissa porque não teria sido criada a partir de sua própria substância? A mitologia, ou o folclore medieval, nos conta que Lilith teria sido a primeira mulher criada pelo Todo-Poderoso junto com o aparecimento do primeiro homem, Adão, e que esta teria abandonado o paraíso original devido a uma querela sobre igualdade de sexos. Outros afirmam, ainda, que Lilith teria se recusado a se posicionar embaixo durante o intercurso.
Não precisou de mais nada para que fosse banida. Traduzida como um demônio, um ser noturno, das trevas. Outros ainda explicam que posteriormente Lilith se encontrou com Caim, já expulso do paraíso, e teria se unido a ele. Belo gesto, o filho fratricida de seu ex-amante. Muitas histórias, muita lenda cerca esta primeira mulher. Todas de um profundo mau-gosto e, não estando aqui para apelar ao politicamente correto, venho tentar fazer justiça às mulheres.
De volta ao princípio, foi criada a Eva e a servidão. Servil!? Eva foi a mulher responsável pela desgraça da humanidade. Provou do fruto proibido, seria a sabedoria? Houvera sido Adão e a história seria bem diferente. Lembremo-nos que a Sabedoria, segundo a Sagrada Escritura, é o feminino que emana D’Ele.
Eva não era pecadora, não era louca nem santa, era uma falsa submissa, daquelas que provavelmente, nos dias atuais, manipularia o espertíssimo Adão com doçura e longos cabelos ao vento. Lilith, a divorciada, ainda é o perigo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

MEU PRIMEIRO CELULAR

Outro dia estava pensando no meu primeiro celular...
E uma das primeiras pessoas para quem telefonei na época foi meu amigo Raul. Uma época em que o celular, artigo para poucos, era visto até mesmo como sinônimo de bom status social.
Meu primeiro celular foi adquirido alguns passos mais moderno do que aqueles velhos trambolhões que nos impeliam a atender praticando yoga, e ficando nas mais variadas posições para que o sinal chegasse. Uma vez vi uma pessoa com a cabeça entre as próprias pernas e segurando o celular na orelha esquerda, mas com a mão direita, batendo o maior papo num moto contínuo, como se esta posição fosse a mais confortável do mundo. 
Enfim, pulei essa fase da evolução deste magnífico aparelho.
Mas como ia dizendo, com meu amigo Raul foi uma das primeiras conversas telefônicas de que me lembro, com a autonomia de meu próprio aparelho. A única inconveniência, na época, era o fato de que um falava e o outro ouvia, bug que até hoje não foi resolvido na transmissão celular.
Assim como na transmissão por rádio, não podemos falar ao mesmo tempo. Até hoje! O que não ocorre no telefone convencional. Outro dia estava conversando com um amigo e ele falava sem parar, sem me dar brechas para comentar, e eu adoro comentar!
Mas o que mais me incomoda mesmo, e na época me lembro de ter falado isso ao Raul já na nossa primeira conversa, é o fato de não podermos rir juntos! E me lembro como se fosse hoje de meu amigo me dizendo: pode rir porque eu também estou rindo! E assim, rimos juntos por celular, um déficit eletrônico que ninguém mais repara hoje em dia.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Escrevivendo...

Escrevo por prazer. Não se trata de vaidade, mas claro que todos gostamos quando somos compreendidos e mais, elogiados. Compartilhar experiências, então...
Ocorre, no entanto, que às vezes sou flagrada por minha amiga consciência (nem sei se gosto dela), aquela que gosta de torturar. Como você teve coragem de pensar numa coisa dessas, e se alguém fica sabendo? Você escreveu isso?
Pois é, cara consciência, eis que sou politicamente incorreta, adoro provocações e não suporto reacionários... uma vez estava lendo um livro da notável Rosa Montero, e ao comentar com determinada pessoa, fui chamada de quase-herética. De outra feita, escrevi num outro blog que abominava este sistema de cotas para afro descendentes. Bem, fui bombardeada por uma afro descendente que provavelmente assina com a digital.
Às vezes acho que sou instada a semear discórdia , mas em minha defesa, alego que gosto de fazer justiça. Ora, alguém ainda acredita que Maria Antonieta proferiu mesmo a frase que culminou com a guilhotina?
Vejamos. Maria Antonieta era austríaca, da casa de Habsburgo, filha da respeitadíssima Maria Tereza de Áustria, a imperatriz, não uma mera consorte. Educada por natureza, casada aos 14 anos e rainha esta, sim, consorte aos 18, tendo dado à luz primeiro uma garotinha, Maria Antonieta não poderia mesmo ser bem sucedida em território xenófobo.
Bem, franceses xenófobos, gordinhas cara de pau, brasileiros pouco honestos, ataque ao sexismo (deixo claro que não gosto de machismo... nem de feminismo!) Adoro!
Até a próxima!