sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ 2012!!

Hoje é o último dia do ano.
Um dia que por si demanda reflexões, preparativos, planejamentos, tristeza e euforia.
Se fosse enquadrar num manual psiquiátrico, esse dia seria um compêndio!
Então resolvi me sentar aqui no computador da sala, são 10 hs da manhã e minha família ainda está dormindo. Hoje pode! Na verdade hoje pode tudo! E ao mesmo tempo em que escrevo consigo observar meu cachorro na janela, olhando a rua. 
Está chovendo, muito. E eu desejei nesse minuto que todas as minhas aspirações se resumissem no planejamento puro e simples que meu cachorro deve estar elaborando, genialmente! diga-se de passagem: "como sair para passear?". E fiquei imaginando como são lógicos e geniais esses bichos. Sem a noção de tempo que tanto nos aflige, eles aproveitam cada minuto das suas vidas e aceitam a evolução dos seus corpos e almas com uma naturalidade assustadora. Aos 10 anos meu cachorro ainda busca uma bolinha para brincar e consegue achar nisso tudo uma graça e uma leveza divertida que me impressionam. 
O equivalente humano poderia ser pensado como um adulto de 70 anos brincando, por exemplo, de Barbie! Alzheimer né?
E com a mais absoluta certeza, sei que telepaticamente meu cachorro já exerceu sua influência sobre o meu dia. Impressionante o que um cachorro consegue com um simples olhar. Imediatamente já me imagino passeando com ele na chuva e, olhando-o nos olhos, nós dois sabemos que vamos sim sair! Sem palavras, apenas sentimentos, olhares e maravilhoso entendimento!
Quanto às pessoas... nem olhando e nem falando conseguimos decifrar o que elas dizem ou pensam.
A fala é a mais complexa e inútil das funções humanas.
Proponho então, para o Ano Novo, mais silêncio e mais feeling. Mais honestidade e mais sinceridade. Mais coerência e mais atos de bom caráter, como se fôssemos bichos, sem maldades e sem mentiras!
Feliz 2012!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Happy Birthday

Há uma semana estive trabalhando no domingo, em atividade acadêmica. Eu, meus colegas e nós rodeados por alguns daqueles que foram nossos grandes mestres, na graduação. Vão anos, é verdade, e numa daquelas conversas para ver se o relógio colaborava, meu chefe resolveu mergulhar fundo no tempo e lembrou a um dos figurões que quase fui sua colega de especialidade.
Explico: há dezessete anos (que horror!) estava dividida entre cirurgia e anatomia patológica. E foi por muito pouco, mas muito pouco mesmo que não bandeei. Desnecessário explicar que passei dois malditos anos em puro conflito interno.
Bem, não foram tão malditos assim, ao menos não quanto imaginei. Hoje sou profissional e guardo grandes lições daquele período.
Caro leitor, se ainda tiver sobrado alguma paciência, e imagino que esteja a se perguntar que raios tem isso aqui a ver com o título, respire fundo que aí vai minha justificativa. Não sei como não ser piegas. Acostumei a fazer piada de tudo, inclusive, e principalmente, de mim. Fica tudo mais palatável. Então, você está certo, que lenga-lenga...
A verdade é que aqueles anos não foram nada malditos. Tudo bem que eu comia feito louca e pensava que a vida se resumia em trabalho e sono, mas não foram somente uns dez quilos a mais na balança.
Entre a cruz e a espada, entre fazer o que eu queria e aquilo que meu coração queria, optei pela razão. Embora às vezes não pareça, sou bastante pragmática. Ainda assim, tinha de ter a certeza de que não iria me arrepender. Naquela ocasião, porém, tal certeza teria sido impossível. E muita coisa mudou.
Hoje tenho a grata certeza do resultado: um balanço para lá de positivo, um saldo credor e muitas alegrias, ao olhar para trás e enxergar as amizades que fiz e que o tempo e o espaço não dizimaram.
Neste exato momento só quero homenagear uma amiga bastante cara que completa anos em poucas horas, e é para isso que escrevo.
Feliz aniversário, e que muitas bênçãos sejam derramadas, que você tenha muitas alegrias e que tenha a felicidade de ter amigos como eu tenho!

Auguri! Auguri! Auguri!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O SHOW DE SAMBA

Então vamos lá, inaugurar mais um mês neste blog, com o primeiro texto de dezembro...
Ganhei um cd de pagode, destes com os melhores, os piores, enfim, todos os sucessos do Fundo de Quintal. E tenho de confessar, o cd é muito bom. Ouço no meu carro, no meio do trânsito, e cantarolo as letras fáceis e adesivas, me imaginando na praia, com uma cerva bem gelada, debaixo de um sol escaldante. Até aí a máxima semelhança com o meu imaginário se dá por meio dos meus óculos escuros da Mormaii, a única coisa em minha vestimenta que cheira a verão.
Bom, depois de duas infindáveis semanas ouvindo um bom pagode, troquei o cd por um cd de jazz. Se for pensar com cautela, não foi uma mudança tão radical, afinal pagode e jazz são dois expoentes da música negra com raízes africanas. Só nasceram em lugares diferentes, mas têm quase que a mesma origem.
E me lembrei nesse meio tempo de um show de samba que fui assistir com a minha irmã nos idos dos anos 90. Naquela época não havia internet e para conseguir bons ingressos tínhamos que amargar horas em filas de bilheterias. Pois bem, fomos com um amigo que conseguiu 4 ingressos: um para ele e outros 3 para mim e minhas duas irmãs.
Todo mundo que nos conhece sabe bem que a Daniela não se destaca pela audição apurada, o que a faz falar muito alto em diversas situações, principalmente em locais barulhentos.
Fomos ao show. Chegamos cedo e logo pegamos um lugar na fila, e, sem brincadeira como éramos as únicas pessoas brancas no meio de quase mil pessoas de outras colorações. Qual não foi minha surpresa quando distraidamente a minha irmã se virou para nós e num tom surpreendentemente elevado para a ocasião, soltou: PORRA! MAS SÓ TEM A GENTE DE BRANCO AQUI!!!
Naquele momento senti como se todas as pessoas do mundo se virassem para nos encarar. E se fez um silêncio espetacular. Incrível o poder das palavras né?
Só sei que no momento seguinte meu amigo iniciou um batuque e quase que em uníssono eu e a minha outra irmã - a não surda - iniciamos um corinho de uma música em homenagem ao Zumbi dos Palmares, como se tivéssemos nascido no próprio quilombo. É realmente impressionante o que fazemos quando estamos sob pressão.
No momento seguinte nossos "amigos de fila entraram no coro" e assim adentramos o espetáculo, cantando e batucando, o que me faz pensar que... quando imaginamos que tudo está perdido, nada como um bom samba pra alegrar os nossos e por ventura, também os corações alheios!