quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A VACA DA MARGINAL

Sei que tenho uma imaginação criativa. Que sou imaginativa. Enfim, que às vezes devaneio em idéias absurdas. Sei de tudo isso.
Pois bem. Ontem, em meio a um engarrafamento colossal, me peguei a pensar que ninguém nesta cidade olha para cima. É! Isso mesmo. Ninguém tem o costume de olhar para cima. As pessoas só enxergam um palmo à frente do nariz, e olhe lá!
Após infinitos minutos no trânsito resolvi que era hora de apreciar melhor nossa cidade. E olhei pra cima... E foi então que eu vi!
Uma vaca!!! E ela estava lá, com 4 chifres, pendurada da cintura pra fora de uma cobertura em plena Marginal do Rio Pinheiros.
À princípio fiquei desconcertada, pensando se havia realmente visto certo, mas ela estava lá, observando o trânsito caótico, em plena 4a feira a tarde.
Eu sei que o trânsito altera nossas idéias, além do fato de eu estar febril naquele dia, mas tenho certeza de que realmente vi!!
E para finalizar só me resta fazer um último apelo: quem passar pela Marginal do Rio Pinheiros, vindo da Juscelino, em direção à ponte da Rebouças, faz só o favorzinho de dar uma olhadinha pra cima e ver se enxerga a porra da vaca! Só pra eu ter certeza de que não estou pirando.

domingo, 18 de setembro de 2011

Humanizando...

Humanizar – verbo que significa tornar humano; tornar razoável; suavizar, segundo dicionários e arquivos, verbo que não pode ser mais erroneamente empregado.
Fala-se muito, há mais de uma década, em “humanizar” o parto. Melhor seria animalizar, pois apesar de alguns defenderem o emprego de anestésicos, outros advogam que isto seria desnecessário. Em maternidades públicas, a morfina está disponível há muito pouco tempo, na maior parte do território nacional.
Apaga-se a luz (como será que o obstetra procede à episiorrafia?), o pai acompanha o nascimento (seria belo se alguns pais tivessem ao menos noção do que é uma sala cirúrgica) e, em certas maternidades, quem dá o primeiro banho é a mãe. Isso mesmo, a mãe, depois de seis horas. Enquanto isso, o infeliz recém-nato é limpo com panos, superficialmente, exceto se recoberto por mecônio.
Os defensores desta barbárie pregam que nenhuma cria é separada da mãe ao nascer. Engraçado, sermos comparadas às vacas ou cadelas. Amo animais, no entanto isto não me faz querer ocupar suas peles.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"BULLYING ELETRÔNICO"

Recentemente adquiri alguns aparelhos eletrônicos, sonhos de consumo há muito desejados. Nunca fui boa com coisas eletrônicas, mas já que todo mundo está se informatizando, não custava também tentar.
Tudo bem que sou dotada de alguma intuição virtual, o que faz as pessoas pensarem que posso entender alguma coisa no que diz respeito ao funcionamento de relógios e computadores. Aqui em casa quando alguma coisa pára de funcionar, em primeiro lugar me chamam. Eles pensam que eu sempre saberei como consertar. O fato é que em 99,9 % dos casos eu não faço a mínima idéia de como sanar o problema... Tenho essa mania de apertar vários botões, às vezes alguns ao mesmo tempo - afinal tenho 5 dedos em cada mão né?! - o que faz com que, misteriosamente, vários aparelhos voltem magicamente a funcionar.
Bom, em segundo lugar, quando invariavelmente não consigo fazer os eletrônicos voltarem a vida, o pessoal chama o filho do vizinho. Um garoto... de 8 anos! E ele sempre arruma tudo. Tenho de confessar que isso mexe com a minha auto-estima. Mas o garoto é eficientíssimo, então fico quieta e não falo nada. Melhor assim.
Hoje é sexta-feira e estou cercada por todos os aparelhos eletrônicos que adquiri recentemente, inclusive este iPad no qual digito. E eles NÃO CONVESAM ENTRE ELES! Estou descobrindo isso após muitas horas de dedicação, tentando fazer essas porras falarem umas com as outras. Pô! Eles, os aparelhos, deveriam conversar! É tudo eletrônico, têm a mesma origem, NÃO TÊM???
E descubro da maneira mais dolorosa que o iPad detesta o telefoninho da Samsung, que por sua vez também não conversa com o PC de marca ignorada que temos aqui em casa. Simplesmente viram as costas uns para os outros, fazendo com que eu gaste horas preciosas copiando manualmente informações necessárias a minha sobrevivência. Chego a pensar que isto é intencional. Tenho certeza de que o telefoninho está dando risada da minha cara ao se recusar a fazer o que estou pedindo há horas!
O pior vem agora: O FILHO DO VIZINHO VIAJOU!!!
E eu aqui, em plena sexta-feira à noite, sofrendo um bullying eletrônico!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

AS PESSOAS QUE CRUZAM NOSSA VIDA... OU, COMO ENTRAR PARA A HISTÓRIA!

Imagine agirmos como locutores ou âncoras de programas televisivos para cada vida que toca a nossa própria vida. Você cruza ou esbarra em alguém na rua e vai logo dizendo: "ooooooooooiiiiiiiiii" daquele jeito animado e com os olhos arregalados.
Por que os apresentadores - em geral - estão sempre tão animados? Eu queria muito saber o que eles tomam no café-da-manhã para agirem dessa forma tão peculiar.
Mas o que eu queria mesmo era falar sobre as pessoas que cruzam nosso caminho. Às vezes as conhecemos, outras vezes não. Já me peguei em diversas ocasiões tentando gravar a fisionomia de uma determinada pessoa que atravessa a rua na frente do meu carro, para me lembrar disso se algum dia eu a vir de novo... Nunca deu certo, sou péssima fisionomista. Não consigo me lembrar nem das pessoas que acidentalmente atropelei.
A questao se resume em: o que faz as pessoas estarem na mesma hora e no mesmo lugar, compartilhando experiências únicas?
E aquelas que saem em segundo plano nas nossas fotos de viagem? Eu sempre tento reparar nas pessoas que aparecem nas nossas fotos. E ultimamente tenho reparado em pessoas que aparecem em segundo plano de fotos históricas. Imagina você reconhecer seu avô numa foto jornalística, de uma festa de rua qualquer, ou de um desfile de 7 de setembro num ano qualquer da década de 60...
Imagina, você aparecer no plano de fundo e ficar para sempre registrado na história.
Eu, que não tive filhos, nunca plantei uma árvore (porque alguma força obscura fez o meu ipê amarelo sumir do vaso ao completar 10 meses de vida!!, mas essa é outra história), e por fim, não escrevi um livro, tenho minha chance de entrar para a posteridade aparecendo em fotos alheias! Visualiza aí, daqui a 300 anos, os caras levantando um arquivo histórico e dando de cara com a minha imagem bem lá, no cenário fotografado!... Eles podem não saber de quem se trata, mas que eu vou estar lá, eu vou!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

VIVA OS ORNITÓLOGOS!!

Hoje vou dedicar algumas poucas palavras aos ornitólogos.
Em primeiro lugar, puta que o pariu! Como é difícil essa profissão, hobby, ou o que quer que pense a pessoa que resolve observar um passarinho. A menos que seja um condor, ou uma ave de grande compleição física, é quase que impossível seguir os passos de um animal que voa.
Olha, eu sei que muita gente deve ter visualizado um morcego nessa hora e, embora seja impossível acompanhar o vôo desse bicho, munido de um simples binóculo - porque eu já tentei! - o ornitólogo se safou dessa dificuldade. Morcego para quem não lembra, é mamífero!
Esse texto na verdade é para parabenizar os ornitólogos. Eles poderiam sim, e com muita propriedade, observar também os morcegos, pois devem ter uma experiência tal com a velocidade com que essas porras se movem, que um morceguinho simples deve ser fichinha para o olhar treinado desses estudiosos dos pássaros.
O ornitólogo tem um dom! As sinapses cerebrais desses caras devem ser pelo menos duas vezes mais rápidas do que as nossas, dos simples mortais.
Vou explicar a minha súbita admiração... Estou de férias, sem nada para fazer, nadinha mesmo. E aqui perto de casa tem passarinho a dar com o pau. Hoje eu pensei... Por que não fazer algo diferente? Peguei minha cachorra e juntas resolvemos observar os pássaros. Fizemos uma programação, eu e a minha cachorra, e retiramos os urubus do roteiro - muito fácil ver urubu, já que fizeram um ninho no telhado do vizinho bem em frente a minha janela e todos os dias vem um casal deles alimentar os filhotes. Um casal de urubus, que fique bem claro que não é o casal de vizinhos que mora aqui em frente - O CASAL É DE URUBUS!
Bom, fomos até a pracinha, sentamos no banquinho, eu com meu binóculo e, esperamos. E vou te dizer: você ouve os porras fazendo barulho, mas é impossível ver! Não da pra saber qual barulho pertence a qual criatura. E após uma tarde inteira de um irritante imobilismo observante a única coisa que eu poderia te jurar é que ouvi um esquilo piar. A minha cachorra, que não me deixa mentir, está aí pra confirmar tudo isso! Pode perguntar pra ela.
E em primeiro lugar quero que fique bem claro que EU VI UM ESQUILO!
Em segundo e último lugar, eu tenho quase toda a certeza de que ele piou!