segunda-feira, 25 de abril de 2011

História Infantil Versão Adulto - por Luna

Chapeuzinho Vermelho,  em nossos dias, é nada além de um prato cheio para os psicoterapeutas de  plantão e psiquiatras forenses. Em primeiro lugar, trata-se da garotinha que atravessou a floresta (matagal?) para levar quitandas à avozinha. O que fazia só a menininha? Um promotor de justiça certamente enquadraria a família de origem ou o tutor legal, fato consumado. Na seqüência, de duas, uma: ou a garotinha se desviou do caminho, desobedecendo à recomendação materna, ou foi abordada pelo lobo já na casa da avó. Em ambas as circunstâncias, o relato está pra lá de mal contado. Ou o lobo era pedófilo, ou gerontófilo.  Ambas as coisas? Pouco provável. As telespectadoras moralistas certamente atribuiriam a culpa às vestes da garota – muito curtas – ou da avó – camisola transparente. Então o lobo, coitado, não teve opção: rendeu-se ao desejo e se satisfez. Não contente com a velhinha, usou e abusou da menina, provavelmente porque era impotente. Nesta hora, o lenhador chega, mata o lobo e salva a garota. Outro pedófilo?  Amante da avó? Um cidadão consciente? Um pai de família revoltado? E o linchamento, não é crime? Prendam o lenhador.

Rapunzel. Taí uma que eu gosto. Porque diabos essa maluca ficou presa na torre tanto tempo? Tenha dó, fizesse uma corda com seus longos cabelos e descesse logo. Será que ela era míope? Ficou esperando o príncipe, mas na versão recente, em desenho animado, seu redentor era bem mais divertido – e humano. Por assim dizer, um anti-herói. Convenhamos, porém, não é mais o que se espera das mulheres, não é mesmo? Esperamos atitude, até os machistas ultimamente aprovam alguma atitude (melhora o orçamento doméstico).

E a Branca de Neve? Teimosa, não? Um prendedor para os cabelos, uma fita para ajustar o vestido, por fim a fatídica maçã. Vaidosa, gulosa e ...burra (será que ela era loura?). Como os médicos da época não eram lá tão bons (vão dizer que não dispunham de recursos), precisou de um príncipe. De novo! Por que não um plebeu, playboy, sei lá...só sei que tratou de deixar os anões depressinha, nem quis saber se ainda tinha família. Prato cheio para as revistas de fofocas, que irão criticar sua bela aparência (que olheiras, depois de tanto sono). Uma catarse, meio patética.

Nota da autora:  não é minha intenção destruir a ingenuidade, tampouco adaptar as histórias para os tempos modernos, trata-se de licença digamos, nada poética. Uma brincadeira, e só.

Maria Tatame - por Luna

Pratico atividade física visando ao bem-estar. Costumo dizer, com freqüência, aquilo que se faz pela saúde acaba por brindar a estética, benefícios adicionais e muito bem-vindos, afinal, vaidade não é pecado. Ainda mais em se tratando do sexo frágil. Tão frágil este sexo que pratica com regularidade e disciplina atividade aeróbica, musculação, desenvolve consciência corporal e, de quebra, diverte-se. Desenvolvi nos últimos anos uma curiosidade pela defesa pessoal, curiosidade transformada aos poucos em uma de minhas paixões. Nada a ver com artes marciais, elegância ou ética. Luta mesmo, corpo a corpo, que vença o melhor. Em razão de certa dificuldade em encontrar o instrutor ideal, iniciei com aulas de boxe. Fantásticas. Devo dizer que isto se deve ao Ricardo. Mais esta, obrigada, muito obrigada. Ao Ricardo.
De início sem o mínimo jeito para a coisa, aprendi o que era um golpe direto, cruzado, gancho e me envolvi em cada execução de exercícios, às vezes imaginando um adversário real, às vezes nem isso. Como preocupação apenas não me machucar. Apaixonante, sem dúvida. Desta forma foi que também aprendi o significado direto da palavra endorfina. Recomendo a todas as pessoas, agitadas ou simplesmente estressadas, ou ainda a pessoas casadas de boa índole que jamais, jamais pensariam em fazer algum mal ao parceiro.
Há algumas semanas, para deleite dos assíduos, compareceu ao ringue ninguém menos que Popó, Acelino Popó,expressão maior do pugilismo nacional e hoje deputado federal pela Bahia. Pois bem, enquanto trocava de roupa no vestiário, preocupada em usar alguma peça mais estruturada e que não me limitasse os movimentos, deparei-me com uma cena, no mínimo, cômica. Algumas jovens e belas praticantes estavam a se maquilar. Naturalmente aguardavam pelas emissoras de televisão, desnecessário comentar sua presença diante das câmeras.
Acho que sou extra-terrestre.

A Mala de Mão - por Luna

Quanto sua bagagem de mão pode revelar sobre você? Não que este assunto seja relevante, ou que vá a sugerir segredo oculto no recôndito de... de... da sua frasqueira, ou valise. Às vezes, é claro, o conteúdo é bastante óbvio, se você for, por exemplo, um executivo, ou advogado.
Notebook, net book, ipad, indutores do sono, estas coisas imprescindíveis da vida moderna. Vez ou outra, um agasalho elegante. Maquilagem, não, mesmo que você seja mulher, vai melhor acondicionada na bolsa. Isto se você estiver a trabalho, porque se for turista...
Turista: quero render-lhe homenagem. Souvenires, bombons, perfumes, maquilagem, lembrança para a sogra, talvez uma pequena jóia para a afilhada adolescente, eletroeletrônicos, uma peça de moletom, quiçá uma muda de roupa para os mais precavidos, algo para o estômago, enxaqueca, cólicas, ufa. Isto se não houver um bebê ou criança pequena.
Conheço uma mãe desvelada que se arriscou em vôo transatlântico com nada menos que dezessete bonecas, havia para todos os gostos. E o cachorrinho? O ursinho? Aquela manta, o Juninho não dorme sem.
Na atualidade, alguém aconselharia álcool-gel. E o hidratante? Protetor labial? O ar a bordo é muito seco. Ok, se for mulher, lá está ele no nécessaire, dentro da bolsa, se for homem, ou nem tanto, na... bagagem de mão, oras!
Um bom livro, uma revista importada, palavras cruzadas, caneta, de suma necessidade antes do desembarque internacional. Voltando ao turista, vouchers. Toda a descrição do itinerário. Guias de turismo, em português e inglês, às vezes espanhol também.  Dicionário de russo básico, húngaro em dez lições. Com traduções para o inglês.
E, por falar em inglês, hoje mesmo vi um outdoor com propaganda de cursos de inglês e espanhol em vinte e seis lições. Maravilha, mas isto terá de ficar para a próxima, porque apesar de todos estes anos ainda não sou uma expertise...

domingo, 17 de abril de 2011

O CACHORRO SEMPRE SABE!

São quase 2 da manhã... 
Eu estava aqui jogando um joguinho pela minha rede social quando me dei conta de um fato: tem coisas que só o meu cachorro sabe!
Coisas que variam de realmente importantes à simplesmente banais. 
Imagina os outros cachorros por aí!
Deus quando criou o cachorro deve ter pensado nisso porque se o cachorro falasse com certeza teríamos muito mais revistas de fofocas.

sábado, 16 de abril de 2011

MEU CORPO

Ontem encontrei uma amiga de infância e depois de muita conversa e comida japonesa entramos naquele obscuro campo dos sentimentos confusos que a idade nos oferece.
Estou me referindo à sentimentos físicos, somáticos!
Me lembrei do dia em que atravessando a rua com um velho amigo (velho mesmo), este me disse com toda a convicção do mundo que depois de uma certa idade tudo doía. Na época nem dei muita importância e segui caminhando com a certeza de que isso nunca aconteceria comigo.
Doce ilusão... um dia acordei e o meu corpo - sem nenhum aviso prévio! - resolveu que não iria me acompanhar. Juro que insisti, ofereci chocolate, doces diversos, tudo de melhor que tinha na geladeira, mas ele não veio! Ficou deitado o dia inteirinho e nem quis segurar um livro pros meus olhos passarem uma tarde lúdica.
E foi justamente isso que minha amiga me disse ontem. De um dia para o outro, sem avisos de alerta, os seus pés começaram a inchar e o corpo começou a mudar em uma série de ítens que deveriam durar até o fim da bateria! 
Não se produz mais corpos como antigamente. O meu por exemplo, depois da primeira rebelião (supra-citada) só vai onde ele quer... criou uma espécie de vontade própria. Quando ele não quer, responde com dores nunca antes sentidas e me faz andar como um robô sem óleo nas dobradiças até que eu ceda às suas vontades. Ele se auto-flagela! É incrível.
Meu corpo é de um caráter excessivamente dominante e no momento está envolvido num processo romanesco de possessão da minha mente que pelo jeito está dando certo.

CINDERELA - por Daniela Rosenthal

Frase da Cláudia (revista): "Não é pq está em plena batalha pelo sucesso que vai deixar de lado a autoestima e aparência".
Cinderela era uma moça trabalhadeira, simpática e honesta, mas só conquistou o príncipe depois de trocar os farrapos por um belo vestido e sapatinhos de cristal."
Eu pessoalmente, acho a Cinderela uma porca...
Meu, a mina dormia com barata, rato e vários outros bichos que nem tomavam banho, igual ela.
Alguém ouviu alguém falar que a Cinderela tomou banho antes de entrar na carruagem na hora que chegou a fada com aqueles dizeres:
-“Onde foi mesmo que eu enfiei a minha varinha de condão?”
E na hora de experimentar o sapatinho alguém notou se ela ao menos limpou os pés?
Pois é, ou eu trabalho igual alguém que na outra encarnação matou alguém a facadas ou eu passo o dia me arrumando pra encontrar a porra do principe que imagina só...nem sonha com a camisola rasgada que tenho dormido ultimamente.
Aliás, onde foi mesmo que a Cinderela enfiou as olheiras dela hein???

quinta-feira, 7 de abril de 2011

COISAS ACUMULADAS

Juntamos inutilidades durante toda a nossa vida.
E deixamos rastros quando nos mudamos.
Às vezes guardamos coisas das quais nem nos lembramos, coisas inúteis que nunca vamos precisar e que nunca mais sequer olhamos.
Quando faço malas pra passar alguns dias distante , sempre me surpreendo com a pequena quantidade de coisas que considero indispensáveis para a minha sobrevivência em terrenos estranhos. É lógico que depois adiciono quase tudo o que a mim pertence e saio de casa com excesso de bagagem, mas as primeiras coisas que junto para levar são sempre poucas e tenho a certeza de que viveria completamente feliz com essa pequena reserva de objetos essenciais.
Em suma, acho que somos colecionadores natos, mas gostaria imensamente de enfatizar o quanto faz bem jogar tudo fora.
Confesso que tenho dificuldades em me livrar das minhas "coleções", mas quando consigo jogar fora ou reciclar quanquer coisa, por mais ínfima que seja, sinto uma leveza interna que quase me faz esquecer dos meus 10 Kg ganhos recentemente. É como tomar Prozac.
O computador também incita ao colecionismo. Por exemplo, quantos contatos você tem na sua agenda? Naquele programinha insuportável que é o msn? Tente bloquear os contatos dos chatos do msn e depois me diga se você não se sentiu muito bem!
Se a gente for contar tudo que realmente importa materialmente e sentimentalmente falando, não leva de casa mais do que um saquinho de supermercado - às vezes nem isso! E as coisas não fazem a mínima falta porque no momento seguinte começamos a acumular outras.
A vida é assim...