sexta-feira, 1 de outubro de 2010

UMA MANHÃ NO INSS

Ontem fui ao instituto de previdência dos funcionários públicos estaduais, uma espécie de INSS. Sou funcionária pública há quase 10 anos e precisei me afastar por alguns meses do trabalho por causa de um tratamento médico. Bom, o processo é complicadíssimo. Primeiro tive que pegar uma "guia" - não espiritual! - no meu local de trabalho para levar ao instituto e agendar a perícia.
Da primeira vez que fui lá, retirei uma senha e aguardei uns 53 minutos até que uma moça bastante mal humorada me chamou e disse que só teria vaga para uma perícia dali a 1 mês. Tentei argumentar que moro longe e que pela minha saúde, depois de 1 mês não poderia frequentar lugares aglomerados de pessoas, mas foi tudo em vão. Falei até com o chefe da seção de agendamento, que pelas minhas contas não deveria ter mais de 19 anos! - também em vão.
Tive que voltar em 1 mês, que foi no caso ontem.
Bom, assim que cheguei uma senhora atrás de um balcão olhou meus papéis e me indicou com um grunhido uma rampa no corredor que achei melhor subir. Detalhe, não havia crachás e nem uniformes na turma atrás do balcão, bem como posteriormente observei que esta prática de identificação de funcionários era inexistente no local.
Assim, indicada por uma popular desuniformizada e perita em comunicação na linguagem dos lobos, fui parar no segundo andar. Eram 9 horas da manhã e adentrei um salão apinhado de pessoas! Pô! 9 horas da manhã!! E tinha gente que já estava ali há pelo menos umas 3 horas!
Outra moça sem nenhum tipo de identificação então me solicitou o papel com meu agendamento da perícia. Olha que ela estava tão brava e foi tão incisiva que fui logo entregando a bolsa, com exames, papéis e tudo mais. Mas ela pegou só o papel e me devolveu o resto, graças a Deus!
Grunhindo também, me indicou que sentasse e esperasse assim como pelo menos umas cem pessoas já o estavam fazendo. Melhor acatar.
Abri meu livro para passar o tempo mas pessoas desprovidas de credenciais passavam o tempo todo carregando papéis e dando ordens. Foi quando escutei numa voz estridente e forte um "cadê assss guia que estava aqui?". Claro que olhei, pois no meu entendimento, as pessoas que trabalham em lugares públicos deveriam ser concursadas, e para passar num concurso deveria ser de praxe a prática correta da concordância tanto na fala como na escrita. Será que estou muito errada?? E tudo isso reforçadamente elevado à décima potência quando se trata de uma atendente!
Pois eis que quando olho na direção da voz, enxergo uma senhora gorda de uns 60 anos, vestida de cozinheira, com avental e tudo!, segurando um monte de fichas e chamando os pacientes. Uma visão dantesca, uma audição dantesca também. Enfim, uma cena surreal.
Bom, pelo menos esta estava uniformizada!!

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