segunda-feira, 27 de setembro de 2010

WAZOWSKI

Sabe aquelas pessoas que querem agradar?
Mas estou falando daquelas que querem MUITO agradar... tenho certeza que todo mundo aqui já teve algum tipo de experiência neste sentido. A vaidade humana muitas vezes necessita de aceitação, às vezes até mesmo de elevação por parte de semelhantes. E é lógico que um bajulador, agradador! pode fazer muito bem para algumas almas inseguras.
Pois bem... tem gente que gosta disso... mas quem falou que todo mundo gosta???
Um agradador nem sempre é um puxa-saco. Não! É preciso diferenciar essa linha tênue entre os dois. O agradador quer agradar, quer fazer com que você se sinta feliz, quer que você perceba o quanto ele gosta de você fazendo parecer que tudo que você faz é lindo, inteligente e bom. Se você leva o seu cachorro passear junto com ele, é capaz que ele realmente enxergue alguma semelhança entre o cocô do seu cachorro e o David de Michelangelo. O agradador é sincero.
Agora me diga: quem precisa de pessoas assim? A impressão que tenho dessas pessoas é que estou conversando com um eco sem auto-crítica. Isso só pode ser ruim!
Outro dia um agradador concordou compulsivamente comigo em várias frases que citei e atribuí à "Wazowski". Ficamos assim algumas horas discutindo Wazowski, ele sempre concordando e fazendo inclusive citações que eu refutava impiedosamente pela característica filosófica do autor e todo o contexto que introduzi. Sim, porque o agradador vai sempre concordando com tudo que você faz mesmo não tendo um mínimo de domínio sobre o que está dizendo para simplesmente... agradar. Se você acha, ele louva.
Fui para casa então pensando pensando em Mike Wazowski do desenho Montros S. A.
E olha que nem sei se ele falou mesmo tudo aquilo!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

HISTÓRIA COM MORAL

A filha está aguardando a internação no grande hospital.
A mãe a acompanha enquanto entram no quarto que será sua morada na próxima e interminável semana. O procedimento é grande, invasivo, com recuperação lenta e dolorosa.
Com consciência pesada ela deita na cama hospitalar e recebe as pulseiras de identificação. Tudo é novo e diferente.
Vendo a mãe se alojar em um sofá desconfortável ela insiste para que troquem de lugar durante a noite, afinal de contas a mãe terá que se preservar para os cuidados pós-operatórios que virão a seguir.
Na manhã seguinte, a filha se antecipa ao chamado da enfermeira e resolve tomar o derradeiro banho pois sabe-se lá quando ela poderá entrar embaixo de um chuveiro novamente... enquanto ela toma seu banho, uma gritaria se ouve no quarto, mas ela nem liga, tão gostosa está a ducha forte do hospital.
Ela pensa que ouviu algo entre "o paciente não está identificado" e "me larga, me larga", mas acha que é só a sua imaginação impressionada com o que virá a seguir.
Ao sair da ducha, encontra o quarto vazio, na penumbra, sem viva alma no corredor. Parece que o dia já começou e todos estão ocupados. Ela volta ao seu sofá de acompanhante, abre uma revista e aguarda infinitamente sem que venham buscá-la para o procedimento. Demora um pouco até ela se dar conta de que LEVARAM A MÃE!
Moral da história: nunca deite na cama do doente sem precisar - você corre o risco de ser tratado antes da hora!