terça-feira, 17 de agosto de 2010

NAMORADO VIRTUAL

Tive uns dias de repouso forçado em casa onde eu não podia realmente fazer muitas coisas sozinha. Uma das ações que me foram permitidas foi o uso irrestrito do computador. Passei dias inteiros teclando e comendo. Nada saudável esse repouso!
Computador cansa! Depois de olhar todos os emails, ler todas as notícias, enviar mensagens para amigos e inimigos, tive a grande idéia: me inscrevi num site desses de arrumar um relacionamento afetivo pela net.
Para mim a coisa era muito simples. Eu me inscreveria, olharia no menu e escolheria, ainda sem critério definido, dentre as diversas opções. Aí era só escrever uma mensagem e aguardar o retorno do futuro pretendido. Simples assim.
Posso dizer que conheci algumas pessoas bem interessantes com as quais tenho mantido conversações quase que diárias e que tornaram-se bons amigos virtuais.
Por outro lado, conheci homens que interessados em pretender, estabelecem uma relação de conversas envolventes tentando alcançar um nivel de comprometimento... e TODOS! praticamente sem exceção, são doidos de pedra. E como tem cara doido por aí!!
Como consequência das más experiências que tive, criei uma série de critérios para exclusão de doidos. Não vou enumerar todos, mas dentro destes sites de relacionamento pela net considero um ótimo critério de exclusão aquele do cara com mais de 40 anos e que ainda mora com a mãe.
Você que está prestes a ser vítima de encantamento virtual, faça só duas perguntas: quantos anos você tem? E com quem você mora?
Tenho uma amiga que conheceu um cara pela net e um dia, com o relacionamento já fluindo solto, resolveram viajar. Qual não foi a surpresa da minha amiga quando o namorado disse que não havia trazido o pijama porque a sua mãe tinha esquecido de colocar na mala! Adivinha só quantos anos ele tinha e com quem ele morava? Hein hein???
Um amigo no entanto fez uma ressalva interessante: Jesus morou com a mãe até os 33 anos! Aí fiquei pensando nas exceções... Se Jesus realmente ouvisse a sua mãe o fim da história provavelmente seria diferente... acho!... talvez o Cristianismo nem existisse né? Portanto Jesus excepcionalmente seria um bom partido, com todo respeito é claro.
Acho que sites para relacionamentos virtuais deveriam manter os relacionamentos no campo virtual! Este mesmo amigo se animou com as minhas incursões e veio me contar que há algumas semanas conheceu virtualmente uma mulher que mora na Russia. Olha que sorte!! O melhor conselho que pude dar quando ele me disse foi: DEIXA ELA LÁ!!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O CHEFIA

Olha o que a gente faz com os seres vivos que gostam da gente... quando o amor é excessivo o ser humano tende à repelir, afastar, exterminar. Isso acontece com modulações mas inevitalmente ocorre sem exceções. Por exemplo, aqui em casa tinha um rato que visitava a nossa cozinha todas as noites. Ele amava a nossa cozinha! Eu até ficava esperando ele aparecer... e olha que o dia em que ele se atrasava eu gostaria de poder ligar na toca da mãe dele pergunatndo se tinha acontecido algo... um dia descobri que ele ERA a mãe. O remake de Psicose com elenco animal, e na MINHA cozinha!! Fiquei lisonjeada.
Ocorreu que após quase um mês de visitas pontualmente londrinas, meus pais voltaram de viagem. Ao saber da encenação teatral diária performada pelo elenco do rato (só tinha um mesmo) entraram em pânico. Especularam sobre doenças e sujeiras trazidas por esses animais, colocaram medo em todos os espectadores - no caso nós - e imediatamente começaram a pesquisar métodos de erradicar a peste. O Chefia (o rato à essa altura já tinha um nome) na sua ingenuidade continuava a frequentar o pedaço, saindo de seu camarim todos os dias na hora marcada pra encenar a sua Psicose.
Sem ao menos avaliar o talento e o valor artístico do espetáculo, meus pais contrataram uma empresa de desratização. Mesmo com meus apelos para a preservação da vida animal, vieram os homens.
Hoje o chefia se foi, não temos mais Psicose, nem vestígios de vida noturna na cozinha. Bom, tem a minha irmã que comia à noite e falava que era o Chefia que desarrumava tudo. Como não acreditamos em espíritos de ratos descobrimos que grande parte da bagunça era devida à um ser humano, no caso minha própria irmã, que vive entre nós!
Dos bichos selvagens que frequantam a nossa casa sobraram os mosquitos. Mas são poucos no inverno... e esses ainda matamos com requintes de crueldade, usando a raquete elétrica. Matamos porque até hoje eles não somaram no nosso invólucro cultural. No dia em que eles vierem dançando o Dom Quixote, com certeza serão louvados e poupados!
Olha o que a gente faz com os bichinhos que vêm viver com a gente...