sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ANGELOLOGIA

O que há de comum entre os povos?
Já repararam que entre as civilizações encontradas e relatadas existe em comum o fato de acreditarem em uma instituição superior? Em qualquer povo que se preze há um ou vários Deus ou deuses. Aposto que se hoje encontrarem uma tribo perdida no meio da selva amazônica, eles vão ter alguma espécia de crença em entidades espirituais. O mesmo para maias, incas e astecas, e todo mundo.
Os espíritos, deuses ou como queiram chamar, podem assumir diversas formas, mas sempre estão presentes como entidades que servem para explicar o inexplicável. Respeito os ateus e em certo aspecto posso me considerar em parte pertencente a este grupo, mas admito que a religião ainda é necessária dentro das comunidades. Ela responde perguntas sem respostas, cala os medos e serve para colocar certa ordem dentro da comunidade, sendo as entidades frequentemente observadas como supremas e punitivas.
Não sou nenhuma estudiosa do assunto, mas observando a história constato como era frequente a comunicação entre Deus ou deuses ou até mesmo anjos com a raça humana no início da criação. Hoje em dia é muito mais difícil de acreditar que alguém viu um anjo, principalmente porque para prová-lo, o mortal teria que passar por diversos testes de sanidade mental.
Onde eu quero chegar?... Repito que não sou estudiosa e que esta teoria pode muito bem já ter sido descrita em algum momento, mas por que não aventar a hipótese de que os anjos ou os deuses ou qualquer uma destas entidades espirituais, possam ser criaturas superiores, talvez até de outros mundos, que em algum momento de nosso desenvolvimento como humanos entraram em contato conosco para orientar-nos no sentido de nosso desenvolvimento como espécie?
Talvez este planeta seja uma grande placa de ágar onde outras espécies fazem experiências de criação. Teoria de microcosmo? Sei lá... E pode muito bem ser possível que durante as experiências iniciais alguns "cientistas" vieram aqui pessoalmente para conversar com a nova raça ou para dar certa ordem ao caos que estava se formando ou para orientar determinados tipos de comportamento. As figuras dos profetas, com suas longas barbas ou dos anjos como originalmente descritos, com várias cabeças, poderiam se referir a outros seres, de outros planetas onde as formas de vida são desconhecidas por nós. Os anjos caídos como descritos nas escrituras podem também referir-se a seres banidos em nosso planeta, criaturas isoladas numa cominudade em formação como forma de penitência. E como por aqui se encontravam, por aqui sobreviveram, procriaram mistos com a raça humana e determinaram regras, modos de vida, punições, maldades ou bondades...
Se algumas coisa foi descrita, então é porque alguma coisa aconteceu. Se houveram descrições de visitas e conversas com entidades superiores em tempos ancestrais, é porque realmente houve algo. E por que não acreditar que antigamente outras espécies, talvez aqueles que nos colocaram aqui, estiveram aqui para nos observar e orientar, e utilizar este planeta para excretar suas personas non gratas na forma de "anjos caídos" tal qual os conhecemos?
A megalomania humana por vezes nos faz crer que estamos sozinhos no universo. Quanta besteira.
E por que ninguém mais conversa com anjos ou Deus ou deuses como se fazia antigamente? Talvez porque a experiência na "placa de ágar" tenha atingido um nível tal de auto-suficiência que tenha perdido o interesse, ou que esteja caminhando sozinha não necessitando de interferência externa mas somente de uma observação esporádica.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MINHA IRMÃ SALVOU UM BICHO

Estávamos no carro quando percebemos o pequeno inseto.
Sempre fui a favor de não matar qualquer tipo de bicho. Salvo insetos e os devolvo à natureza, até mesmo aqueles que entram por engano na nossa casa, desviando-se de seus cursos naturais.
Tenho pena de qualquer bichinho. Só mato aqueles que nos fazem mal como por exemplo os pernilongos. Este texto pode parecer ingênuo, mas considero sério o fato de vivermos no lugar dos bichos, desmatando a natureza e destruindo seus habitats naturais, fazendo com que as espécies fiquem desorientadas e entrem em conflito conosco, sendo frequentemente exterminadas por nós.
Pois bem, percebemos dentro do carro o pequeno inseto. Minha irmã, comovida, logo tratou de armar um esquema para pegar o bicho. O objetivo era devolvê-lo à natureza. E deu trabalho. Ela cercou o inseto, tentou agarrá-lo, tomou cuidado com as asinhas, e depois de uns 40 minutos finalmente conseguiu segurá-lo com muita leveza para que nada de ruim ocorresse ao bichinho. Aí, tudo acontecendo muito rápido, antes que eu pudesse fornecer qualquer tipo de instrução, num golpe súbito de um lampejo de idéia, brilhantemente arquitetada - a idéia! - mais rápido do que o meu pensamento ou a minha fala, minha irmã abriu a janela e "libertou" o bicho!
Não fosse pelo fato de o carro estar a 120 Km/h, o ato teria sido belíssimo! Louvável!
O que vale é realmente a intenção.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

EU NÃO APRECIO

Não aprecio pessoas rabugentas.
(Obs: desde que meu pai me convenceu de que "odeio" é uma palavra deveras forte, tenho usado o "não aprecio", deixando o odeio para as verdadeiras porras às quais não seria possível usar outra definição).
Pois bem... Não posso deixar ressaltar a ogeriza que sinto ao me deparar com pessoas que se transformam no que tentam mediocremente fazer para chamar atenção. Como exemplo, vou recolocar o que havia falado anteriormente onde faço uma referência com louvor ao genial Carlos Queiroz Telles (ver http://depoiseagora.blogspot.com/2010/04/manual-do-cara-de-pau.html). Hoje estive pensando nos novos artistas, mas de uma forma geral devo ter pensado nos artistas medíocres sejam eles novos ou velhos. Pessoas que se transformam na profissão através de jargões utilizados globalmente pelos "wanna be", que almejam uma projeção dentro do doentio mercado midático propagandeando seus inexistentes dotes à qualquer - com muita ênfase: qualquer!!! - preço.
Putz, deu pra entender?
O que quero dizer é que não aprecio gente medíocre tentando aparecer à qualquer custo. E do jeito que a mídia invade hoje em dia, a gente é obrigado a conviver com isso.
Sendo assim, só posso fazer uma recomendação: VIVA A AUDIÇÃO SELETIVA!!!

sábado, 27 de novembro de 2010

ATUALIZANDO PRÁTICAS CULTURAIS

Como no mundo digital, o mundo real tem de ser atualizado de vez em quando.
Com uma frequência incrível porém terrivelmente lentificada observamos as transformações sócio-culturais do nosso mundo real através dos tempos, não com uma certa vontade de ditar regras que pareceram esquecidas num processo de atualização de certa forma irresponsável.
Alguns atrasos foram certamente esquecidos enquando outros tem o péssimo hábito de se fazerem frequentemente lembrados às custas de não esquecermos certas tradições "culturais".
Ontem assisti na tv um programa que falava sobre medicina chinesa e doma bárbara de cavalos por certos povos na China que insistem em mater suas tradições culturais acessas, como se hoje em dia não houvesse outras formas de sacrificar um animal para consumo próprio ou outras formas de se domar um animal sem envolver a violência bárbara empregada há algumas centenas de anos.
Já que não podemos esquecer a medicina chinesa e o modo bárbaro como os praticantes desta ciência milenar obtém alguns medicamentos, como por exemplo extratos de origem animal, bem como os ignorantes que os consomem... por que não ressucitar a guilhotina? ou o enforcamento em praça pública?
São também expoentes culturais que caíram em desuso, mas que podem muito bem representar a cultura de um povo em determinado momento histórico, bem como a doma bárbara de cavalos ainda praticada por habitantes nômades da mongólia.
Resgatar o passado para incrementar e abastecer o futuro é notável, mas manter práticas ancestrais às custas de não perder ritos e tradições bárbaras e absurdas (e inúteis) é de uma ignorância sem igual, infelizmente com precedentes.
Aproveito para incluir aqui as ridículas manifestações de afeto adolescente, tradicionais e baratas, românticas e... ridículas. O romantismo acabou, veio o realismo e a época contemporânea onde após a adolescência não sobra espaço nem paciência e nem tolerância adulta que suporte qualquer tipo de manifestação imbecil elevando sentimentos torpes e superficiais que com certeza acabarão antes que possamos contabilizar os dias de glória.
Vamos atualizar e levar apenas as coisas boas. Que caiam em desuso e no esquecimento global tudo que leva ao empobrecimento da alma. Vestimentas de época e práticas ancestrais obsoletas devem ser lembradas sim, mas em filmes e obras literárias. Talvez num teatrinho quem sabe... deixa o vento levar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

MUDAR DE IDÉIA

Mudar de idéia é tão velho quanto a história da humanidade.
Todo mundo pelo menos algumas centenas de vezes na vida já mudou de idéia.
Mudar de idéia é básico. Até Deus mudou de idéia por diversas vezes no processo de criação.
E o mundo criado pelos que gostam de mudar de idéia? Aposto que você nunca pensou nisso, mas a marcha ré foi inventada por essas pessoas... em todos os sentidos!
Imagina a quantidade de dinheiro perdida pelos que mudam de idéia? Estes claramente se baseiam na idéia primordial de que há solução para tudo nessa vida. Já ouviu isso? Pois é...
Imagina no meio de um filme ou de uma telenovela: você liga a televisão no dia seguinte para acompanhar o assassinato do seu personagem favorito, quando aparece todo o elenco em roupas de época, numa grande fazenda do início do século XX... Logo após uma mensagem do autordeflagra a tela: "caros telespectadores, até agora esta novela ambientava-se em época atual, com a internet e a computação gráfica à todo vapor. Pois bem, a partir de hoje, desconsiderem. Mudei de idéia". Então novamente a cena se abre com o elenco em produção de época e falando num português arcaico...
E no hospital então. Na sala de cirurgia: "enfermerira Fulana, me traga o baço de volta que agora resolvi extirpar o fígado!".
É... mudar de idéia pode às vezes dar um pouco de trabalho.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

RUA AUGUSTA DOS SEM CARTEIRA - por Daniela Rosenthal

1! 2! 3!..Desci a rua Augusta a 120 por hooooora!!! ...Uhuuu! 7 points na cartinha e 500 paus de multa. Chora queridinho!
Botei a turma toda do passeio pra fora
!...Uauuuu! Bonzão hein? 700 contos mais pobre, salvo se acertou algum motoboy, claro.
Larararara sem tocar na buzina, num lembro direito a letra massss, sem dúvida se naquela época tivesse a lei do psiu talvez esse louco adquiriria uns pontinhos com os "homis".
Parei a 4 dedos da vitrina, PUAAAATZ!!! Perdeu a carteira, barbeiro, BRAAAAÇÇÇOOOO!
Hi hi Jonny, hi hi Alfredo, quem é da nossa gangue não tem medo...O QUEEEEEEEEEE???
Aí espertinho...GANGUE???

FORMAçÃO de QUADRILHA!!!!

Perdeu, perdeu...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A ALMA DA PLANTA

O que acontece com a energia das coisas vivas quando elas morrem?
Tudo que é vivo envolve uma certa quantidade de energia para funcionar. Por exemplo os vegetais. Eles podem não se manifestar como nós, os animais. Podem ter códigos ocultos, restritos aos seus semelhantes, para comportamento, troca de conhecimentos culturais, gerais e profissionais. Podem não necessariamente falar ou gesticular, mas a atividade celular dos plantos (eu gosto de me referir aos vegetais no masculino, não me pergunte por que) microscopicamente falando, é frenética! como a nossa.
Então eu gostaria de saber por que ninguém comenta sobre a alma dos vegetais?
Se tudo que vive exige energia, e essa energia naturalmente se dissipa com a morte, e a energia que se dissipa invariavelmente chamamos de alma... o que acontece com a alma dos vegetais? E por que ninguém nunca se preocupou com isso?
Será que eles reencarnam?
O vegetal vai pro limbo? Se bem que eu também não acredito muito nessa história do limbo pros animais. Pô, se o animal é bom ele vai naturalmente para o céu. Tenho certeza disso! Nós somos todos animais e independente do modo como evoluimos, todas as espécies, acredito eu, tem direito ao céu.
Mas, e os vegetais? Qual seria o critério de céu e inferno? Como classificar as ervas daninhas neste turbilhão de almas verdes recém descobertas? Como se comunicar espiritualmente com almas de plantas falecidas?
Será que as plantas vêem gente morta? (vegetalmente falando, é claro).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

QUIMIO SHORT TAKES

Ela precisou fazer quimioterapia.
Depois do choque inicial e da impossibilidade de escolha, limpou a mente de pensamentos ruins e resolveu enfrentar o desafio.
Fez a primeira sessão. Sentiu-se mal por um ou dois dias e imediatamente retomou suas atividades esportivas. Saiu de casa, organizou uma recepção para a família, foi ao supermercado, enfim, sua vida voltou ao normal e num ritmo alucinante e acelerado, pois nada iria derrubá-la.
Voltou ao médico em 3 semanas apresentando ótimos níveis nos exames de rotina e dizendo que quimio nenhuma a derrubaria. O médico ouviu o quão bem ela estava encarando o desafio e ela notou uma pequena ruga, talvez de preocupação, em sua testa enquanto ele dizia "está tudo normal? hummm..." e fez então umas anotações em um papel entregando-lhe a seguir a prescrição para a segunda aplicação.
Três semanas após a 2a dose do pesado fármaco ela retorna para a avaliação médica. Ainda com uma ótima aparência! nem a queda de cabelos a derrubou. Ela comenta diante do estupefato médico que dessa vez havia demorado um pouco mais para retomar sua atividades. Ficou cerca de 5 dias acamada sentindo-se mal, mas depois deste período de reclusão retomou imediatamente suas atividades esportivas, praticando-as durante 2 a 3 horas diariamente. Dessa vez o médico apenas olhou-a franzindo ainda mais o cenho e rabiscou com fúria o seu pedaço de papel como que dizendo "ah é?!! então toma isso!!!", entregando-lhe a seguir a prescrição para a terceira dose. Ela só podia estar enganada, é claro que o médico estava apenas preocupado com seu bem estar...
Novamente 3 semanas se passaram e ela volta para a 4a dose. Dessa vez ela estava um pouco abatida. Revelou que ficou quase 10 dias sentindo-se um lixo e falou continuamente por quase 15 minutos sobre como se sentia por não mais conseguir praticar suas atividades esportivas. Ela estava arrasada, mas ainda inteira. Enquanto falava não pôde deixar de perceber o médico fazendo anotações. Desta vez ele estava leve, anotando com calma e escrita suave a sua próxima prescrição, e foi então que ela viu: no canto de sua boca, quase imperceptível um esboço de sorriso! Por via das dúvidas ela achou melhor não comentar sobre o pequeno mas já perceptível crescimento de seus cabelos. Afinal de contas o médico estava (e isso ela pôde afirmar, embora não tenha bem certeza dos reais motivos...): FELIZ!

ÓPERA MODERNA

Não quero aqui ser repetitiva e nem plagiária, mas estive pensando - levada pela chama da música clássica desta semana - no por que de não surgirem mais bons e abundantes compositores do gênero nos dias de hoje. Aliás, faz tempo que não aparece um cara bom. Enquanto os séculos 17 e 18 serviram de berçário para os grandes gênios da música, hoje em dia o que se vê são malucos medíocres tentando nos convencer de que fazem coisas boas, culturalmente falando. Em todos os aspectos!
Do mesmo modo que Deus não fala mais com a gente - digo diretamente, como fazia com os profetas de antigamente (vide texto http://depoiseagora.blogspot.com/2010/04/alguem-conhece-o-centro-da-terra.html). Pelo menos Ele não tem falado muito depois do advento da psiquiatria. Talvez por causa disso também faz tempo que não vejo ninguém convincente no ramo da comunicação divina. Nem no que concerne à arte cênica da representação divina. Pro cara convercer alguém de que é Deus ou de que falou com Ele, tem que ser bom! De verdade! Que nem naquela propaganda do Ronalo Fenômeno, sabe? Driblou os médicos!!...
É não tenho visto...
Mas o que eu queria comentar realmente é que se houvesse um compositor capaz de escrever uma ópera com toda a pompa de antigamente, o que será que ele escreveria? Qual seria a história? Sim, porque escrever sobre o fauno e as criaturas da floresta num ritual satânico de feitiçaria soaria no mínimo estranho. Isso me faz lembrar de Woody Allen em sua crônica sobre os balés que não deram certo e foram fracassos de audiência, citando por exemplo uma peça em que a princesa enfeitiçada seria metade cisne, metade mulher, mas no sentido longitudinal! E ela teria que convencer seu príncipe em um pas de deux complicadíssimo que para desfazer o feitiço ele teria que fazer um curso de taquigrafia por correspondência... é, não entendo por qual motivo não deu certo esse roteiro...
Talvez hoje em dia a ópera contasse a estória de uma executiva sem paciência sendo cortejada por um rapaz pobre e sonhador, operador de caixa do McDonalds. Por comer no McDonalds todos os dias ela desenvolveria uma doença hepática e morreria um dia antes de ser convidada para o jogo do Coringão no Pacaembu (de arquibancada!). A ópera terminaria com o rapaz desiludido cantando no meio do gramado do famoso estádio a ária final intitulada "Bando de Lokos". Num epílogo alucinante o Corinthians ganharia o jogo (só na ópera acontece isso!) e um bandeirão seria estendido sobre a platéia numa interatividade alucinante e apoteótica!
Aí as luzes se acenderiam e uma voz grave então se ouviria, alertando a platéia sobre tudo isso (o espetáculo em si) - principalmente a parte do resultado final do jogo - ser uma obra de ficção!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

UM POUCO DE MÚSICA CLÁSSICA

Quem foi que disse que música clássica não é divertido?
A cultura popular ao longo do tempo rotulou a música clássica. Para a juventude idiota música clássica é sinônimo de diversão para velhos e nerds, entre outros atributos depreciativos. Uma vez me lembro na faculdade que comentei sobre um concerto que gostaria de assistir e fui encarada pelo meu grupinho de amigos como se houvesse um ET ao meu lado segurando um sanduíche do McDonalds.
Ressalvas à parte, tenho de confessar que raríssimas vezes na minha vida me diverti tanto quanto no dia em que dancei uma rapsódia húngara dentro do carro com minhas irmãs e minha prima Mariana, numa visita à casa dos meus tios em Campos do Jordão. Estávamos com as janelas fechadas, mas quem via de fora, podia jurar que o som era do Ozzy ou algum similar.
Hoje fui a um concerto. Na Sala São Paulo. Ouvi a Orquestra Filarmônica da Radio France executar com primor a 5a. Sinfonia de Beethoven, entre outras no programa. Fazia muito tempo que não me divertia tanto. Quando a platéia aplaudiu de pé o gran finale e não arredou o pé até que o maestro voltasse para mais um pouco, fiquei exultante. Queríamos ouvir mais e mais e mais.
O bis foi tão intenso que eu poderia agarrar um microfone de captação pendurado no teto, usá-lo como tirolesa, descer do balcão à platéia principal e num êxtase, tirar o próprio maestro para um pas de deux. É claro que ouvi tudo contida, sem emitir som algum, com todos os sentidos vidrados naquela maravilha. Mas a sensação de assistir uma grande apresentação é tão intensa e tão boa, que essa gente ignorante não sabe mesmo o que está perdendo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TRÂNSITO

Eu odeio o trânsito, eu abomino o trânsito.
O único trânsito que eu me interesso é o meu trânsito intestinal.
O trânsito intestinal está intimamente ligado ao trânsito das ruas. Quando os dois param, ficamos "enfezados". Quando os dois aceleram, o nosso sentido de urgência se destaca, começamos de pronto a correr vertiginosamente querendo de imediato nos ver livres daquilo que nos incomoda.
Pior ainda, quando os dois trânsitos estão acelerados, risco sério de acidente grave.
Quando o primeiro está parado e o segundo acelerado então, multiplique o inferno de Dante pelo grau de miserabilidade do ser humano, e terás uma certa noção do que é pressa.
Dizem que o trânsito intestinal pode ser mais rápido que um piscar de olhos, mais rápido que a velocidade da luz, como diria joãozinho:
- A coisa foi tão rápida que não deu tempo de pensar em piscar o olho e de acender a luz, me borrei todo...
Voltando ao trânsito, essa coisa chegou aqui em Santos.
Fugi de São Paulo por causa dele. Estão pensando até em fazer rodízio por aqui.
Pasmem!
Por aqui estamos levando quase 20 minutos para ir de um extremo da cidade até o outro...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A MÚSICA EM MINHA VIDA

Seu hobby era a música. Desde pequena ela fazia aulas para aprender a tocar instrumentos.
Iniciou-se no aprendizado da flauta doce mas almejava mais. Ganhou uma flauta transversal, instrumento para o qual nunca levou jeito mas insistiu apaixonadamente desesperando seus vizinhos e familiares. Estudava por horas a fio levando os cachorros à loucura. Seu cachorro até desenvolveu uma técnica, apoiada por toda a sua família, de mijar em suas partituras, mas isso não a detia. O cachorro do vizinho, mais dramático, chegou a tentar o suicídio quando ela se dispôs a estudar gaita... foi demais para ele (o cachorro).
Depois da mal sucedida flauta transversal veio o desejo de estudar sax. Mas Deus foi Pai e ela seguiu para o solitário e coletivo violão. Estudava também por horas a fio o instrumento que, por uma concessão divina, não era amplificado.
Quando adulta entrou numa escola de música modernizada. Era o máximo. Fazia aulas de canto coral - um desespero para quem ouvia - e de teoria, até que entrou para uma banda sinfônica.
A banda era tão ruim que as "fugas" tocadas provocavam a evasão do maestro e da platéia.
Hoje, relembrando tudo isso, ela simplesmente sorri porque se divertiu a valer!

INVADIRAM MEU BLOG

Pois é, acabo de invadir este blog.
Na verdade acabei sendo convidado pela dona pra incluir nele minhas idéias distorcidas da realidade.
Eu digo sempre pra Andrea, não somos nós que pensamos diferente, é o mundo que pensa errado.
Como no alienista (o livro dâââ) , vamos acabar os dois parando no manicômio, e por vontade própria.
Sobre a invasão, tive nos últimos meses uma invasão do meu email pessoal, a coisa chegou a ponto de me obrigar a excluir meu email. Descobri então, o transtorno que é alterar um email. Existem zilhões de sites, e serviços, e pessoas, e cadastros, e ticétera, que usam seu email indiscriminadamente. Meu email não me pertencia mais...
E as pessoas que comecei a encontrar então? Indignados perguntando coisas como: - Poxa vida, você não viu o email que te mandei?
E as mensagens de trabalho? Te mandam um email e consideram o assunto resolvido: - Como? você chegou na reunião no dia errado? Problema seu, mandei o comunicado da mudança por email.
Fui obrigado a reativar o email só pra colocar uma mensagem automática dizendo que eu tinha desativado o email.
Kafka puro...

DRIBLANDO A MORTE

Já repararam como bandido não morre?
Outro dia ouvindo uma entrevista sobre um especialista em cangaço, soube que ainda hoje restam vivos alguns exemplares daquele tipo de "guerrilha", o que me leva a crer que os que não morreram em batalhas viveram quase que centenariamente, um feito até mesmo para os dias de hoje. Parafraseando Jô Soares, gostaria muito de saber o que eles comiam!!
Um outro exemplo interessante é a lenda nada surreal que se ouve entre equipes médicas de hospitais públicos que a toda hora atendem foras da lei baleados e feridos de alguma outra forma... os caras não morrem! se chegarem 2 caras igualmente feridos, um trabalhador e outro bandido, adivinha quem é que se dá mal? Não sei o porquê e nem tenho explicação teorizada da causa de tamanha resistência física. E olha que já vi bandidos escaparem miraculosamente de situações onde havia a morte certa rondando a maca.
Comentei o assunto numa tarde dessas com meu pai que logo pôs um fim à polêmica com a seguinte conclusão: quando a gente estiver mal, mas bem mal mesmo!, aí a gente vai assalta um banco!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Contando que é preciso prestar concurso público para assumir cargos em instituições públicas, é vergonhoso o despreparo dos profissionais que servem nestes locais.
Despreparo este que se verifica na falta de treinamento, na falta de psicologia na lida com o público, na falta do português correto tanto na fala como na escrita. É constrangedor.
A irritação muitas vezes palpável de tão densa, é uma presença constante nos locais destinados ao atendimento da população. Pessoas mal remuneradas, muitas vezes sobrecarregadas e sem vontade nem incentivo algum, são a normalidade dos serviços públicos em todas as áreas.
Prédios públicos feios, desconfortáveis e sujos, sem condições mínimas de trabalho para o atendente e o atendido são a normalidade também. Experimenta fazer uma pergunta extra para algum atendente. Você praticamente apanha sem o tapa. Bom... às vezes tem tapa.
O funcionário público se conhece de longe pelo jeito desleixado, a falta de ânimo, o arrastar dos pés nos corredores infinitos dos seus horrendos locais de trabalho.
Remunerar adequadamente o funcionário público, deixando para trás os subsalários a que são obrigados a se submeter pela falta de opção por empregos estáveis, já seria um bom ponto de partida... depois disso, tem todo o resto...
Um exemplo no texto abaixo.

UMA MANHÃ NO INSS

Ontem fui ao instituto de previdência dos funcionários públicos estaduais, uma espécie de INSS. Sou funcionária pública há quase 10 anos e precisei me afastar por alguns meses do trabalho por causa de um tratamento médico. Bom, o processo é complicadíssimo. Primeiro tive que pegar uma "guia" - não espiritual! - no meu local de trabalho para levar ao instituto e agendar a perícia.
Da primeira vez que fui lá, retirei uma senha e aguardei uns 53 minutos até que uma moça bastante mal humorada me chamou e disse que só teria vaga para uma perícia dali a 1 mês. Tentei argumentar que moro longe e que pela minha saúde, depois de 1 mês não poderia frequentar lugares aglomerados de pessoas, mas foi tudo em vão. Falei até com o chefe da seção de agendamento, que pelas minhas contas não deveria ter mais de 19 anos! - também em vão.
Tive que voltar em 1 mês, que foi no caso ontem.
Bom, assim que cheguei uma senhora atrás de um balcão olhou meus papéis e me indicou com um grunhido uma rampa no corredor que achei melhor subir. Detalhe, não havia crachás e nem uniformes na turma atrás do balcão, bem como posteriormente observei que esta prática de identificação de funcionários era inexistente no local.
Assim, indicada por uma popular desuniformizada e perita em comunicação na linguagem dos lobos, fui parar no segundo andar. Eram 9 horas da manhã e adentrei um salão apinhado de pessoas! Pô! 9 horas da manhã!! E tinha gente que já estava ali há pelo menos umas 3 horas!
Outra moça sem nenhum tipo de identificação então me solicitou o papel com meu agendamento da perícia. Olha que ela estava tão brava e foi tão incisiva que fui logo entregando a bolsa, com exames, papéis e tudo mais. Mas ela pegou só o papel e me devolveu o resto, graças a Deus!
Grunhindo também, me indicou que sentasse e esperasse assim como pelo menos umas cem pessoas já o estavam fazendo. Melhor acatar.
Abri meu livro para passar o tempo mas pessoas desprovidas de credenciais passavam o tempo todo carregando papéis e dando ordens. Foi quando escutei numa voz estridente e forte um "cadê assss guia que estava aqui?". Claro que olhei, pois no meu entendimento, as pessoas que trabalham em lugares públicos deveriam ser concursadas, e para passar num concurso deveria ser de praxe a prática correta da concordância tanto na fala como na escrita. Será que estou muito errada?? E tudo isso reforçadamente elevado à décima potência quando se trata de uma atendente!
Pois eis que quando olho na direção da voz, enxergo uma senhora gorda de uns 60 anos, vestida de cozinheira, com avental e tudo!, segurando um monte de fichas e chamando os pacientes. Uma visão dantesca, uma audição dantesca também. Enfim, uma cena surreal.
Bom, pelo menos esta estava uniformizada!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

WAZOWSKI

Sabe aquelas pessoas que querem agradar?
Mas estou falando daquelas que querem MUITO agradar... tenho certeza que todo mundo aqui já teve algum tipo de experiência neste sentido. A vaidade humana muitas vezes necessita de aceitação, às vezes até mesmo de elevação por parte de semelhantes. E é lógico que um bajulador, agradador! pode fazer muito bem para algumas almas inseguras.
Pois bem... tem gente que gosta disso... mas quem falou que todo mundo gosta???
Um agradador nem sempre é um puxa-saco. Não! É preciso diferenciar essa linha tênue entre os dois. O agradador quer agradar, quer fazer com que você se sinta feliz, quer que você perceba o quanto ele gosta de você fazendo parecer que tudo que você faz é lindo, inteligente e bom. Se você leva o seu cachorro passear junto com ele, é capaz que ele realmente enxergue alguma semelhança entre o cocô do seu cachorro e o David de Michelangelo. O agradador é sincero.
Agora me diga: quem precisa de pessoas assim? A impressão que tenho dessas pessoas é que estou conversando com um eco sem auto-crítica. Isso só pode ser ruim!
Outro dia um agradador concordou compulsivamente comigo em várias frases que citei e atribuí à "Wazowski". Ficamos assim algumas horas discutindo Wazowski, ele sempre concordando e fazendo inclusive citações que eu refutava impiedosamente pela característica filosófica do autor e todo o contexto que introduzi. Sim, porque o agradador vai sempre concordando com tudo que você faz mesmo não tendo um mínimo de domínio sobre o que está dizendo para simplesmente... agradar. Se você acha, ele louva.
Fui para casa então pensando pensando em Mike Wazowski do desenho Montros S. A.
E olha que nem sei se ele falou mesmo tudo aquilo!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

HISTÓRIA COM MORAL

A filha está aguardando a internação no grande hospital.
A mãe a acompanha enquanto entram no quarto que será sua morada na próxima e interminável semana. O procedimento é grande, invasivo, com recuperação lenta e dolorosa.
Com consciência pesada ela deita na cama hospitalar e recebe as pulseiras de identificação. Tudo é novo e diferente.
Vendo a mãe se alojar em um sofá desconfortável ela insiste para que troquem de lugar durante a noite, afinal de contas a mãe terá que se preservar para os cuidados pós-operatórios que virão a seguir.
Na manhã seguinte, a filha se antecipa ao chamado da enfermeira e resolve tomar o derradeiro banho pois sabe-se lá quando ela poderá entrar embaixo de um chuveiro novamente... enquanto ela toma seu banho, uma gritaria se ouve no quarto, mas ela nem liga, tão gostosa está a ducha forte do hospital.
Ela pensa que ouviu algo entre "o paciente não está identificado" e "me larga, me larga", mas acha que é só a sua imaginação impressionada com o que virá a seguir.
Ao sair da ducha, encontra o quarto vazio, na penumbra, sem viva alma no corredor. Parece que o dia já começou e todos estão ocupados. Ela volta ao seu sofá de acompanhante, abre uma revista e aguarda infinitamente sem que venham buscá-la para o procedimento. Demora um pouco até ela se dar conta de que LEVARAM A MÃE!
Moral da história: nunca deite na cama do doente sem precisar - você corre o risco de ser tratado antes da hora!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

NAMORADO VIRTUAL

Tive uns dias de repouso forçado em casa onde eu não podia realmente fazer muitas coisas sozinha. Uma das ações que me foram permitidas foi o uso irrestrito do computador. Passei dias inteiros teclando e comendo. Nada saudável esse repouso!
Computador cansa! Depois de olhar todos os emails, ler todas as notícias, enviar mensagens para amigos e inimigos, tive a grande idéia: me inscrevi num site desses de arrumar um relacionamento afetivo pela net.
Para mim a coisa era muito simples. Eu me inscreveria, olharia no menu e escolheria, ainda sem critério definido, dentre as diversas opções. Aí era só escrever uma mensagem e aguardar o retorno do futuro pretendido. Simples assim.
Posso dizer que conheci algumas pessoas bem interessantes com as quais tenho mantido conversações quase que diárias e que tornaram-se bons amigos virtuais.
Por outro lado, conheci homens que interessados em pretender, estabelecem uma relação de conversas envolventes tentando alcançar um nivel de comprometimento... e TODOS! praticamente sem exceção, são doidos de pedra. E como tem cara doido por aí!!
Como consequência das más experiências que tive, criei uma série de critérios para exclusão de doidos. Não vou enumerar todos, mas dentro destes sites de relacionamento pela net considero um ótimo critério de exclusão aquele do cara com mais de 40 anos e que ainda mora com a mãe.
Você que está prestes a ser vítima de encantamento virtual, faça só duas perguntas: quantos anos você tem? E com quem você mora?
Tenho uma amiga que conheceu um cara pela net e um dia, com o relacionamento já fluindo solto, resolveram viajar. Qual não foi a surpresa da minha amiga quando o namorado disse que não havia trazido o pijama porque a sua mãe tinha esquecido de colocar na mala! Adivinha só quantos anos ele tinha e com quem ele morava? Hein hein???
Um amigo no entanto fez uma ressalva interessante: Jesus morou com a mãe até os 33 anos! Aí fiquei pensando nas exceções... Se Jesus realmente ouvisse a sua mãe o fim da história provavelmente seria diferente... acho!... talvez o Cristianismo nem existisse né? Portanto Jesus excepcionalmente seria um bom partido, com todo respeito é claro.
Acho que sites para relacionamentos virtuais deveriam manter os relacionamentos no campo virtual! Este mesmo amigo se animou com as minhas incursões e veio me contar que há algumas semanas conheceu virtualmente uma mulher que mora na Russia. Olha que sorte!! O melhor conselho que pude dar quando ele me disse foi: DEIXA ELA LÁ!!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O CHEFIA

Olha o que a gente faz com os seres vivos que gostam da gente... quando o amor é excessivo o ser humano tende à repelir, afastar, exterminar. Isso acontece com modulações mas inevitalmente ocorre sem exceções. Por exemplo, aqui em casa tinha um rato que visitava a nossa cozinha todas as noites. Ele amava a nossa cozinha! Eu até ficava esperando ele aparecer... e olha que o dia em que ele se atrasava eu gostaria de poder ligar na toca da mãe dele pergunatndo se tinha acontecido algo... um dia descobri que ele ERA a mãe. O remake de Psicose com elenco animal, e na MINHA cozinha!! Fiquei lisonjeada.
Ocorreu que após quase um mês de visitas pontualmente londrinas, meus pais voltaram de viagem. Ao saber da encenação teatral diária performada pelo elenco do rato (só tinha um mesmo) entraram em pânico. Especularam sobre doenças e sujeiras trazidas por esses animais, colocaram medo em todos os espectadores - no caso nós - e imediatamente começaram a pesquisar métodos de erradicar a peste. O Chefia (o rato à essa altura já tinha um nome) na sua ingenuidade continuava a frequentar o pedaço, saindo de seu camarim todos os dias na hora marcada pra encenar a sua Psicose.
Sem ao menos avaliar o talento e o valor artístico do espetáculo, meus pais contrataram uma empresa de desratização. Mesmo com meus apelos para a preservação da vida animal, vieram os homens.
Hoje o chefia se foi, não temos mais Psicose, nem vestígios de vida noturna na cozinha. Bom, tem a minha irmã que comia à noite e falava que era o Chefia que desarrumava tudo. Como não acreditamos em espíritos de ratos descobrimos que grande parte da bagunça era devida à um ser humano, no caso minha própria irmã, que vive entre nós!
Dos bichos selvagens que frequantam a nossa casa sobraram os mosquitos. Mas são poucos no inverno... e esses ainda matamos com requintes de crueldade, usando a raquete elétrica. Matamos porque até hoje eles não somaram no nosso invólucro cultural. No dia em que eles vierem dançando o Dom Quixote, com certeza serão louvados e poupados!
Olha o que a gente faz com os bichinhos que vêm viver com a gente...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A "CERIMÔNIA DO LAVA PÉS"

Imagino que neste segundo semestre já começam os preparativos para a cerimônia do lava pé, ou lava pés. Fico pensando naquele monte de frades ou padres ansiosos almejando uma vaga na cerimônia onde o papa in persona vai lavar pé por pé dos candidatos escolhidos... e imaginando a correria para alcançar os consultórios dermatológicos ao som de "fui escolhido, fui escolhido!!!" visando exterminar micoses e afins antes de terem seus pés lavados transmitidos via satélite para o público mundial. "Fui escolhido, fui escolhido!!! Faz alguma coisa!! Fui escolhido!!!"... e por aí vai.

terça-feira, 27 de julho de 2010

SAIR NA CARAS!

Tem gente que não faz nada. Nada. NADA!
Recentemente passei por um procedimento cirúrgico que me deixou literalmente de molho... e nesses dias de repouso obrigatório, venho dormindo muito, indo muito a consultórios médicos e lendo muito... logicamente tenho lido muita besteira também, mas nada se supera às revistas de fofocas de celebridades, o que me leva à reafirmar: TEM GENTE QUE NÃO FAZ NADA!
Essa gente do mundo artístico por exemplo. Li sobre uma atriz que aparece aqui e acolá em algumas novelas e que agora está se dedicando à sua grife de roupas. ?!. Eu nunca ouvi falar da tal grife, mas a manchete anunciava com estardalhaço que a "bela" estava descansando em seu apartamento no Rio de Janeiro (descansando de que? - faz pelo menos uns 6 meses que não vejo a "bela" aparecendo por aí), exercitando-se diariamente com o namorado (outro inútil, presumo) e preparando-se para uma viagem à Índia para pesquisar tecidos para sua nova coleção - da grife abstrata! É lógico que não faltará um giro pela Europa nesse mega período de férias do nada.
E o pior é que essas pessoas arrumam namorados e noivos e maridos que também não fazem nada.
Me diz, quem é que consegue acompanhar diariamente a namorada em sessões intermináveis de ginástica e corridinhas na praia? E quem trabalha nessa união? E eles vivem do que?
E o pior, existem revistas especializadas em divulgar o "nada". Qual é o interesse comunitário na empreitada desta determinada atriz? E olha que essa atriz foi só um exemplo... porque a revista é recheada de gente que não faz nada!
Se eu deixar de trabalhar um dia que seja isso já é suficiente para fazer muita diferença no meu orçamento. Então pergunto novamente: essas pessoas vivem de que??? Como levar esse padrão de vida elevado sem fazer nada? Como fazer horas de ginástica todos os dias? Como sobreviver sem se matar de trabalhar???
Será que sair na Caras é melhor do que ganhar na Loto?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

PLATÃO E A ACADEMIA

Será que Platão fazia ginástica? E Nietzsche, com a sua teoria sobre as tarântulas e tudo?
Todo mundo tem que ter uma atividade paralela para descarregar o stress. Dizem que exercício físico é ótimo para isso. Libera endorfina né?
Será que pensar libera endorfina? Se liberar, deve ser em doses reguladas por microcontadores corpóreos, porque os caras pensam por muito mais tempo do que conseguem permanecer se exercitando.
Os grandes filósofos não deviam fazer exercícios, eu acho... tinham tempo de sobra para pensar. Não sossegavam suas ansiedades castigando, ou melhor, trabalhando o corpo. Não conseguiam descarregar seus pensamentos em um monte de atividade física...
Pensavam porque tinham tempo, porque não existia essa cultura de exercícios diários e exaustivos para todos como rota de fuga... porque não tinha TV!
E deixaram muitas teorias e conceitos que através dos tempos receberam inúmeras interpretações, servindo de guias para os pensamentos modernos.
Será que eles realmente quiseram dizer tudo isso? Ou interpretamos de modo que colocamos em seus pensamentos filosóficos conceitos que eles nunca esperavam ou não tinham a mínima intenção de ter "pensado". Acho que os grandes pensadores não tinham intenção de pensar nem metade do que à eles é atribuído.
Então, para evitar mal entendido, sou entusiasta do exercício físico como ponto de descarrego de energia acumulada. Tira o stress, tira o tempo que sobra, cansa a mente e o corpo e evita pensamentos filosóficos...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

MINHA DONA É UMA BOXER

Dizem que os animais são reflexos de seus donos.
Para quem não tem presença de demarcação e de liderança junto ao mundo dos bichos, o contrário também é verdadeiro.
Eu, por exemplo, acho muito mais fácil me impor junto aos seres humanos do que junto aos animais "irracionais". Afinal, quem realmente é o irracional?
A pureza, a determinação, a simplicidade e a honestidade dos bichos faz com que a gente sinta todas as dificuldades de um relacionamento interpessoal. Aí é que constatamos o quanto distorcida se encontra a nossa realidade, o quanto estamos "acostumados" a lidar com os defeitos da personalidade humana e como nos esquecemos das coisas mais simples da vida...
Assim sendo, quando chego em casa sou totalmente dominada pelo espírito canino. Minha cachorra é a minha dona - literalmente. Ela manda em tudo, inclusive em mim. Só não manda na Irene, que trabalha aqui em casa. Bom, a Irene também manda em mim...
E dessa forma confesso, até alegremente, que faz muito bem para a alma ficar livre de todo o lixo humano que nos cerca - nem que seja em casa, por algumas horas apenas, a noite.
Aprendemos com os bichos a sobreviver nos locais onde eles não podem entrar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A CRIANÇA

Que delícia que é o senso de humor infantil...
Ao contrário do que pensamos, a criança não é nada bobinha. É exigente, inteligente, coerente e refinada. E isso tudo sem saber nem ler nem escrever, sem ter estudado filosofia grega, sem conflitos de personalidade, sem traumas nem medos. Se você não tem aptidão para a comédia nem tente divertir uma criança.
Vai sair frustrado com certeza!
E pode acreditar: se você conseguiu atrair a atenção de uma criança, se você conseguiu divertir uma criança (nem que por alguns minutos apenas), se você conseguiu ser interessante segundo o parecer infantil, você é o verdadeiro palhaço.
Não corra o risco de ser fake! Faça o teste... se quiserem posso emprestar a criança.

domingo, 11 de julho de 2010

ESPÍRITOS

Agora é moda a inclinação para o espiritual.
O espiritismo então nem se fala. Filme de Chico Xavier, novela sobre vidas passadas e reencarnadas contando ainda com um espírito que se recusa a "subir"... bem, neste caso específico, devido ao espírito ser encarnado pelo filho do diretor, é bem capaz que ele dure perambulando entre os mortais até o último capítulo.
Tudo isso junto acaba levando a uma histeria coletiva onde as pessoas se informam o mínimo e acham que já tem aptidões para verdadeiros pais de santo, diretores de mesas brancas e reis da feitiçaria em geral.
O assunto é atraente. Quem por exemplo não tem curiosidade sobre o que acontece "do lado de lá", ou sobre quem fomos nas vidas passadas. Ou ainda o por que de tantos espíritos complementares acharem que estão reencarnado pela ducentésima vez... sim, porque com a população mundial aumentando de maneira vertiginosa, é virtualmente impossível que todos nós sejamos reencarnados. Alguém tem que ser novo por aqui!
O que eu me pergunto é: por que as pessoas querem tanto saber o que aconteceu antes? Por que não se preocupam com o aqui e agora? Poxa, se eu tenho dificuldades para saber quem eu sou agora, imagino a confusão que se formaria dentro da minha cabeça tendo que conciliar vidas passadas, princípios, reencarnações e explicações lógicas e ilógicas para todas as sinas...
Outro dia um amigo me falou que ia ao Centro, o que distraidamente confundi com o centro da cidade. Após uma meia hora de conversa, quando ele finalmente me falou que iria tomar um passe, pensei comigo mesma: que passe - de ônibus, de metrô - seria realmente deglutível? Até eu concatenar minhas idéias, vou te confessar que quase perdi um amigo, tanta era a discrepância na nossa conversa. Ainda bem que consegui contornar a situação e, apesar de ter estranhado, meu amigo não fez nenhuma pergunta complementar que denunciasse a minha própria loucura.
É... nesses tempos de espiritualidade aumentada temos realmente que redobrar a atenção.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O FRANGO

Hoje encontrei uma amiga que há muito não conversava. Atualizando novidades fiquei sabendo que esta havia acabado de voltar de um spa.
Afinal de contas, gostaria imensamente de saber por que as pessoas gastam rios de dinheiro para se torturar? Não seria muito mais lógico pagar um bom médico? Até a cirurgia bariátrica entraria neste conceito lógico.
Minha amiga porém, animadíssima, voltou da experiência contando com várias aventuras e gordos amigos novos no curriculum. A fome era tanta que eles se reuniam em gincanas infantilóides para tentar enganar o tempo e o estômago.
O máximo da minha diversão porém, foi quando ela me contou que numa determinada noite um cheiro forte de pena queimada invadiu o recinto comum em torno dos alojamentos. Todos correram preocupados procurando a causa para o odor incomum, quando deram por falta de um determinado gordo, muito popular entre os demais. Quando invadiram por fim o quarto dele, o cidadão estava tão louco de fome que havia matado um pato do laguinho japonês e estava tentando cozinhá-lo com o secador de cabelos!
Conclusivamente, levando em conta a quantidade de dinheiro necessária para uma internação num spa com laguinho japonês, deduzo que ser magro compensa, nem que tenhamos que enlouquecer para isso. Sendo assim, sugiro uma internação aqui em casa pela metade do preço e prometo: você vai sair louco e magro!

sábado, 12 de junho de 2010

INVERNO EM SÃO PAULO

Por que é tão difícil acordar e sair da cama quando está frio?
Muito provavelmente porque o ambiente não está aquecido. Devido aos dias de frio serem poucos no Brasil, não há essa cultura de aquecedores e lareiras, o que faz com que nossas manhãs se transformem num inferno polar e dentro da nossa própria casa!
O nosso banheiro fica tão frio que o banho se torna um pesadelo. Outro dia tive que colocar a água numa temperatura quase fervente para poder entrar embaixo do chuveiro. E - juro! - senti cheiro de carne queimada, que - presumo - desprendeu-se do meu próprio corpo.
Não sei se isso faz mal, mas por via das dúvidas resolvi comprar um sabonete de frutas silvestres... se eu cozinhar, pelo menos vai ser com tempero!

SMS

Relato de SMS´S recebidos esta semana, sem qualquer tipo de identificação mas devidamente respondidos:

9/jun/2010 12:41 - "É impressionante como o diabo vem cobrar. A gente recebe o salário, fica feliz (quando fica), mas o diabo vem cobrar. Exige o corpo e a alma. É o estupro intelectual e a exploração até a última gota do esforço físico e da paciência. Sempre poderia ser pior."

9/jun/2010 12:46 - "O salário já está gasto antes de cair na nossa conta. E o diabo cresce os olhos na mirada de qualquer possibilidade de arrancar da gente alguma economia a mais. Às vezes o diabo vem disfarçado de arquiteta."

9/jun/2010 12:49 - "O diabo é o comprador da nossa alma. Ele paga mensalmente. O contrato é de execução diferida no tempo. E ele vem buscar a nossa alma em forma de aluno. O diabo está aqui."

9/jun/2010 13:45 - "Aqui o diabo assumiu a forma de paciente. O plantonista que me substitui a tarde e chega SEMPRE atrasado me parece que também está possuído."

9/jun/2010 14:05 - "Muitas sogras também adquirem do diabo a personalidade e por vezes até assumem as suas clássicas e romanceadas feições (rabo, chifres)."

Nesse momento meu celular começou a tocar alucinadamente... achei melhor não atender.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ISLANDIA'S REVENGE

Resolvi abrir o meu coração para as novidades do mundo da música jovem e sem preconceito algum sintonizei uma emissora de rádio "jovem" por um dia inteiro - no caso hoje! - chegando à seguinte conclusão: não dá pra ouvir esse tipo música simplesmente porque não há música.
Os caras começam cantando e na hora do break vocal onde você teria que ouvir uma melodia, aparece uma voz que fala O T E M P O T O D O!!! Parece que isso aí chama ou chamava rap, mas é muiiiiiiiiiitttooooooo chato! De verdade que é chato!
Não existe mais melodia. Eu juro que tive a impressão de que passei o dia todo ouvindo a mesma música. Virou uma coisa só. Uma melodia parca seguida por uma voz meio rouca, que fala de modo contínuo e interminável, com um outro babaca repetindo as sílabas finais de todas as frases: "Eu vou -vou! - comprar - prar! - um laxante - ante!..." e assim por diante. E isso tudo repetidamente, infinitamente, continuamente, aborrecidamente!
Num mundo culturalmente massificado, eu fico pensando na Islândia, um país pequeno onde as pessoas quase não aparecem para o restante do planeta. No ano 2000 a Islândia tinha cerca 280 mil habitantes. Há pouquíssimos islandeses na face da Terra. Já houve uma época em que o status social de um indivíduo era medido pelo número de islandeses que ele conhecia. E não valia citar a Bjork! Agora com esse lance do vulcão de nome impronunciável que está provocando um caos em metade do mundo, os islandeses estão mostrando a que vieram. Sim, eles existem! E são espertos, porque explodir os céus da Europa sem dar a mínima chance das pessoas dizerem o nome do vulcão foi uma puta jogada de marketing! Em todo lugar que se fala do bendito vulcão tem que existir um islandês para pronunciar a bagaça.
E só para vocês saberem o ranking do status social subiu de 2 para 5 islandeses! E ainda para deixar bem claro, NÃO VALE CITAR A BJORK!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

FARMVILLE - CONSIDERAÇÕES

É a grande febre do Facebook.
E não vou dizer que não é legal. É muito legal... você planta e colhe e cria animais fazendo prosperar a sua fazendinha virtual num ritmo progressivo e alucinado... permanecendo por preciosas horas conectado e por vezes colocando até mesmo um despertador para não perder a hora da colheita. Mas continuo afirmando: é legal!
Gostaria porém de deixar uma sugestão: depois do nível 32, onde você já plantou alimento suficiente para abastecer a Grande São Paulo, acordando cedo ou na madrugada para cumprir prazos de plantações virtuais, poderia existir a opção "catástrofes naturais". Haveria um botãozinho na barra de ferramentas onde seria possível escolher: furacões, terremotos, avalanches, tsunamis, vulcões em erupção (tenho que agradecer ao meu pai pelas sugestões das catástrofes), entre tantas outras sortes para lutarmos contra, e na nossa própria fazenda! Olha que bacana!!
Antigamente existia um joguinho assim, onde a gente podia contruir uma cidade inteira, próspera (demorava uma infinidade de dias inteiros na frente do computador!), e depois podia escolher uma grande catástrofe para assolar a nossa população. Era assim... mais ou menos parecido com o que os políticos fazem por aqui em tempo real.
Não podemos lutar contra a natureza humana. Qual é a graça de brincar de contruir, se não podemos derrubar depois? Manja castelinho de areia?
Aproveito ainda para tentar consolar meu grande amigo David que almeja botar fogo na sua fazenda. Achei que defender o nosso botão "catástrofe" no mural do Facebook ia soar meio agressivo... mas quero reiterar o meu total e incondicional apoio para pleitear essa opção junto aos desenvolvedores!

sábado, 22 de maio de 2010

O TEXTO

Certo dia ela estava em seu consultório quando recebeu o telefonema.
Estavam recrutando a sua pessoa para iniciar um processo seletivo para trabalhar em um grande e renomado hospital. A etapa incial consistiria de uma prova de conhecimentos gerais na sua área e fora agendada para a próxima semana. Nem havia como se preparar, fora pega de surpresa e a prova estava em cima, logo aí. Seria na cara e na coragem, com a bagagem da profissão, sem preparo literário para tal.
No dia da prova ela estava lá. Chegou mais cedo, aguardou e finalmente fora colocada na sala com mais 64 candidatos a 4 vagas. As instruções iniciais foram dadas e no final veio a grande surpresa: eles teriam que fazer uma redação. Uma REDAÇÃO! Sobre qualquer tema.
Pô, desde o vestibular que ninguém lhe pedia um texto! E aí ela pensou: pra que?
Pra que eles querem um texto? Seria para eliminar os analfabetos? Bom, se chegara até aquela etapa onde o curriculum já havia sido analisado, provavelmente não havia analfabetos no recinto. Se bem que hoje em dia não dá para saber... com essas faculdades todas onde o critério para a admissão do aluno só leva em conta a possibilidade de pagar a mensalidade, não dá mesmo pra saber se todos os diplomados sabem realmente ler e escrever.
Seguindo o raciocínio, não podia ser para excluir os analfabetos... seria então para eliminar os subversivos! Mas, quem é que numa prova seletiva para um grande emprego escreveria um texto adotando posições radicais sobre qualquer que seja o assunto? Quem, em seu juizo normal, escreveria um texto com idéias subversivas? Só se fosse muito burro, louco ou analfabeto, posições evidentemente eliminadas pela análise inicial do curriculum... assim imagino.
Então só me resta pensar que esse maldito "texto" solicitado no bendito processo (antagônico não?) serviria única e exclusivamente para... eliminar os chatos!
E no final eu até achei uma boa idéia essa forma de análise do candidato.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sites de Relacionamento.

Algumas pessoas consideram errado jogar farmville no Facebook. Outras já não acham muito certo reencontrar os amigos... E eu já estou no nível 23 do farmville!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

MANUAL DO CARA DE PAU

Odeio é uma palavra forte, portanto para não ser radical, digamos que eu não aprecio os modismos e vícios de linguagem comtemporâneos. Eu sei que os adolescentes no computador escrevem de modo ininteligível para todos aqueles tem pelo menos 5 anos a mais do que eles. Sei também que adultos com Síndrome de Peter Pan fazem um esforço sobre humano para tentar falar que nem estes adolescentes, o que soa deveras ridículo em todos os aspectos: visual, auditivo, verbal e olfativo - não me pergunte por quê.
O cara cresceu! Fala que nem homem, homem feito, homem adulto, pô!
Quando eu era pequena, colecionava quadrinhos do Grimmy, aquele cachorro genial do Mike Peters, e me lembro muito de um em especial que mostrava a dona velhinha do cachorro falando com ele em linguagem infantil enquanto o cachorro silenciosamente pensava "pelo amor de Deus, faz ela parar com isso!".
Pois bem, isso serve perfeitamente para os dias de hoje e todos os horrendos vícios de linguagem modernosos. Grimmy, eu te amo!
Aproveitando então o contexto, me lembro também de um cara com visão estratosférica sobre este assunto que é o Carlos Queiroz Telles. Para todos aqueles que almejam a inclusão social dentro de grupamentos determinados, ele escreveu o "Manual do Cara de Pau". Neste livro o autor ensina frases de efeito com gírias próprias de alguns grupos sociais para a rápida inclusão de leigos em rodinhas de conversas específicas. Outro dia assistindo uma entrevista de um grupo musical de reggae lá do Rio Grande do Sul, ouvi entre bah's e trilegal's, vários "tá ligado?", "sacô", "demos uma roupagem nova à levada deste som", "só...", "a batera isso e a guita aquilo" e assim por diante. Depois, ouvindo outros músicos, percebi que todos usam os mesmos termos, tudo está estereotipado. É uma regra: quer ser músico tem que falar desse jeito e pronto.
A língua portuguesa é tão rica, tão bonita, permite tantas combinações, e no entanto todo mundo quer falar igual. Os que ainda insistem em falar com alguma concordância verbal são marginalizados. Eu mesma tenho até medo de falar direito no meio de um grupinho de linguagem pré-estabelecida. Eu hein, vai que o pessoal te entende errado! Melhor não arriscar.
Então, peço três vivas para o Manual do Cara de Pau! Genial esse Carlos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

DEDO NO NARIZ

Outro dia uma amiga minha tomou uma multa por dirigir falando ao celular.
Tá certo, também acho errado. A distração causada pelo celular já é incrível quando atendemos via bluetooth. Na verdade acho a distração muito mais relativa ao teor da conversa do que por segurarmos o aparelho com a mão, o pé ou os dentes - tenho um amigo que consegue!
O que me intriga no entanto é que a infração é caracterizada por segurar o aparelho com uma das mãos e dirigir o carro com a outra, a mão que está livre - só para frisar!, mesmo ato cometido por aqueles motoristas que costumam limpar o salão enquanto dirigem. Agora a pergunta: colocar a mão no nariz enquanto dirigimos não é infração??? E os radares, será que algum deles pega a "mão no nariz"?
Outro dia fiquei parada atrás de um carro, cujo interior estava preenchido totalmente - o cara era enorme! - por uma figura extremamente empenhada em deixar seu próprio nariz livre de qualquer impureza. Tenho impressão de que se eu não buzinasse insistentemente ele ia limpar a própria cara do seu próprio nariz.
Os caras da CET ficam alertando que no atender ou ao enviar mensagens de texto enquanto dirigimos, ficamos não sei quantos segundos sem prestar atenção ao trânsito que nos rodeia. Imagina o cara com o dedão no nariz!!! Quando a meleca é grande e deve ser retirada cuidadosamente, ou quando a meleca cai no chão do carro desidratada de tanto ser rolada entre os dedos... eu sei que é nojento, mas imagina quanto tempo o cara não perde de trânsito no exercício desta arte! E o pior: não é considerado infração!!!
É revoltante.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ALGUÉM CONHECE O CENTRO DA TERRA?

Julio Verne jura que esteve lá. Foi, fez um inventário, contou umas estorinhas e jurou que é tudo verdade. E que gostou. E muito.
Se gostou, por que então não voltou?
É sobre isso que eu querdo falar: sejamos racionais!!! É óbvio que o cara detestou. E como tem gente tentando convencer a gente a comer merda!
A gente sabe que é ruim, ouve que é ruim, cheira que é ruim, intui que é péssimo, mas vem alguém extremamente convincente e a gente faz sabe o que? COME! E acha ruim!
Pô, sejamos racionais!!! Pensemos, pessoal!
E tem mais, antigamente tinha um monte de profeta que recebia mensagens divinas quase que diariamente. O céu abria, tinha aquele teatro todo e aparecia um anjo que OBJETIVAMENTE dizia... coisas... Hoje em dia, com a comunicação dispondo de milhares de recursos, por que é que ninguém fala com a gente?
Outro dia perguntei para um religioso amigo meu e ele me jurou que recebemos diariamente mensagens divinas, muitas vezes telepaticamente, à nível de intuições e blá blá blá.
Se é asim, por que ninguém me manda nenhuma mensagem telepática dizendo por exemplo: não contrata essa arquiteta! ou, não compra esse carro, ou toma cuidado com esse contador... e assim por diante.
A gente fica esperando um aviso divino, uma intuição, um sexto sentido e, quem não tem aptidão para profeta sempre se ferra!
É por isso que repito: sejamos racionais!!!
Essa é a oração de antes de dormir para hoje a noite.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

COMO É DIFÍCIL MENTIR

Não, não é um chavão, nem nada parecido. O que eu quero dizer é... como é sofrido sustentar uma mentira.
Outro dia assistindo a um programa destes sensacionalistas, me deparei com aquela sempre bizarra cena de tentativa de reconciliação de casais separados. Sempre pensei que os pares em questão fossem artistas contratados, mas a julgar pelo sofrimento do cidadão, fiquei mesmo na dúvida.
Bom, o caso é que depois de um barraco romanesco, narrado em mi bemol maior por um barítono da ópera municipal, eles estavam lá: no meio de um cenário próprio, com uma platéia enorme - multiplicada por recursos digitais - e uma apresentadora do tipo burralda loirinha, tentando fazer as pazes. É claro que no caso de um insucesso na paz, seguranças estavam a postos nas coxias para conter uma eventual tentativa de assassinato entre os participantes. O circo estava montado!
Bom, circo montado, fiquei pensando em quanto devem ter oferecido ao cidadão, vestidinho de peça azul masculina do joguinho, para participar do espetáculo. A mulher, peça vermelha, não deve ter ganhado nada além de reconhecimento e 4 minutos de fama entre as vizinhas - 5 é muito nesse caso. Além é claro de um corte novo de cabelo com tintura "boreal", cor de bosta de vaca com disenteria.
Mas, voltando ao cara... o coitado do cara, que tinha jurado na sinuca que não queria ver a biscate nunca mais, que tinha honrado sua alma com promessas de cuspe e sangue pisado entre os amigos, que tinha saído com metade das piranhas do bairro sem camisinha para lavar a alma do convívio com a vagabunda... o cara... este sim foi pego de surpresa! E ofereceram um bom dinheiro pra ele! Dinheiro... O coitado desempregado, precisando angariar mais fundos do que a sinuca lhe dava para a cachacinha de todo dia... realmente precisando e muito!

De repente ele se vê frente a frente com uma equipe sensacionalista lhe oferecendo dinheiro, e mais dinheiro ainda se a reconciliação fosse obtida. E tudo isso em público!!!! E na frente de todos os seus amigos do pacto, da sinuca, do bar do Zé! Putzzzzzzzz...
ELE ACEITA!
E vai lá com aquele carão pra frente das câmeras. Nem o pó de arroz ajudou dessa vez. O coitado suava e fazia aquela cara de "puta que o pariu e agora?"... O choro era verdadeiro, mas era entre os dentes... as lágrimas caiam dizendo que não enquanto ele "emocionado" aceitava a mulher de volta dizendo que sim... e pensando secretamente o que faria com aquele presente de grego ao chegar em casa televisionado ao vivo e em cores.

Quantas vezes na vida a gente não chora pensando numa coisa completamente diferente daquela que todos pensam que você está pensando? QUANTAS VEZES!!!!, hein?
É... a vida sorri de forma diferente para cada um de nós... e... como é difícil mentir...

sábado, 17 de abril de 2010

O PORRETE BÁVARO

Tenho que admitir que nunca soube nada a respeito de armas medievais, mas imagino que nas batalhas travadas pelos bravos guerreiros da Idade Média vencia aquele que tivesse o porrete bávaro, objeto deveras semelhante a um secador-enrolador de cabelos anunciado no Domingão do Faustão domingo passado.
Mesmo após muitos anos de luta para igualdade e todas aquelas baboseiras, a mulher continua sendo vista como uma criatura extremamente vaidosa e... emburrecida!, de modo que todas as propagandas direcionadas ao bicho feminino puxam para o apelativo embelezante.
Em pleno século XXI na minha super moderna televisão lcd enorme, com captação digital, considero uma afronta assistir a uma propaganda do porrete bávaro, onde uma mulher com uma quantidade absurda de maquiagem anuncia sem perdão que não podemos deixar de possuir uma ferramenta como aquela. E alisando uma espécie de vibrador erótico com espinhos (de utilidade dúbia), olha diretamente para a câmera com olhos faiscantes anunciando um número de telefone. Diante de tal ameaçadora visão, a telespectadora sente-se praticamente obrigada a discar imediatamente se quiser então evitar o pior!... E pra falar a verdade, tenho de confessar: eu mesma quase liguei!
Após tais fatos e imagens próprias para o anuncio do Juízo Final, venho a pensar que a máquina do tempo deve ter secretamente existido... só não sei se foi usada para vir ou para voltar, porque o modelo do porrete é próprio de qualquer livro de história do ensino primário. Ou o bávaro veio e levou o porrete consigo, causando frisson nos mercados de armas da época, ou algum publicitário foi lá e resgatou a arma, dando - com um pouco de tecnologia - uma nova utilidade para o porrete nos tempos modernos.
O pior é que o objeto de inestimável valor histórico garante a certeza absoluta de que as pobrezinhas conseguiriam alisar e cachear seus cabelos SOZINHAS! Conseguiriam utilizar com sucesso o tal artifício, SOZINHAS!... Vai... vai tentando hehehe... daqui uns dias venho checar se deu certo. É, daqui uns dias, porque tenho certeza de que vc ainda vai estar aqui, na frente do espelho, com olheiras maiores que a cara, ainda tentando... e olha que eu to sendo otimista!
É claro que se usado na sua forma medieval, com instruções para porretear sem ligar nada na tomada, fica muito mais fácil acreditar na possibilidade de acontecer qualquer coisa. Eu tinha uma amiga que bateu a cabeça - sem o porrete! - evoluindo com traços de Liza Minelli. Ela canta New York até hoje pra qualquer um que a encare por mais de três segundos.
O porrete é bom, mas devia ser anunciado junto com o spray de pimenta. Garanto que faria muito mais sucesso.

terça-feira, 6 de abril de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

DIFÍCIL

Muitas vezes lendo antigos textos meus, tenho que repassar as frases para tentar entender o que eu queria dizer naquela época.
E na maioria das vezes não entendo. Acabo elaborando outra interpretação para aquilo tudo que está escrito e fica o dito pelo não dito.
O estado de espírito influencia a objetividade dos textos né?!
Eu tento sempre ser muito objetiva, dizendo exatamente o que penso na hora que escrevo. Porém, alguns meses depois, leio tudo aquilo e tudo aquilo me diz coisas completamente diferentes do que eu estava pensando na ocasião da escrita original, gerando uma subjetividade absurda.
Deduzo então que: ninguém entende o que eu falo!
Se nem eu mesmo entendo o que era perfeitamente entendível quando eu estava falando da primeira vez, deduzo que as pessoas interpretam livremente e sem objetividade alguma o que estou dizendo agora, em tempo real.
Complicado né!?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A CULPA É SEMPRE MINHA

Olha, eu não quero aqui ficar me lamuriando ou desfiando problemas.
Esse apêndice é só para lançar uma verdade incontestável: "a culpa é sempre minha!"
Sou culpada por honestidade, lealdade, imaturidade e mais um tanto de "defeitos" que todo mundo tem. Mas na minha pele tudo faz com que eu tenha muito mais... CULPA!
Se eu pago adiantado por um serviço eu sou culpada de honestidade. Os porras não vêm de jeito nenhum pra consertar as merdas que eles fizeram e que estão na "garantia". E quem é a culpada???
Acertaram: EU! EUZINHA! - que paguei por todo o serviço na data correta e com cheques cheios de fundos. Nesse caso, a alegação é de que eu não deveria ter pago. Isso criaria um vínculo com os porras que para receber o acerto, gerariam uma probabilidade maior de eu ter a minha garantia, vinculada obviamente à uma enorme chance de ter também meu nome num processo judicial como devedora - ou coisa parecida que exista.
Lição número 1: "não seja certinho!"

Outra coisa: quando você vai prestar serviço na casa de alguém você deliberadamente entra na garagem e estaciona o carro na vaga do patrão???

Pois é, por duas vezes encontrei carros de prestadores na minha vaga do prédio e fui... CULPADA! Culpada por reclamar e mandar os cavalheiros/damas em questão estacionarem seus carros na rua!!???
A culpa nesse caso provem do fato de que reclamando eu poderia provocar a ira deste gentleman que num ato de fúria provocaria um dano de difícil reparo no meu imóvel!!???
Lição número 2: "tenha medo! - se você encontrar o carro do seu empregado na sua vaga, não reclame! procure uma vaga na rua ou pague para parar seu carro no estacionamento ao lado da sua casa" - é mais seguro assim.

Recentemente gastei uma pequena fortuna para receber um serviço de décima categoria, que teve de ser em grande parte refeito e mesmo assim ficou meia boca. Sabe o que aconteceu quando eu comecei a reclamar? A administradora do serviço ficou "brava" comigo!!??? E começou a me destratar!!??? Aí eu pergunto: não deveria ser o contrário? Não há aí uma inversão de papéis? Mas a culpa é... MINHA! Nesse caso, a alegação é de que eu "não sei falar direito com as pessoas, mesmo estando coberta de razão".
Lição número 3: "não fale com as pessoas".

Então, dentre várias outras lições concluo que viramos reféns. Se você for um ladrão, um estelionatário, uma pessoa que não cumpre com seus compromissos, pode ficar tranquilo. Mas se gostar das coisas bem feitas, tá perdido! Somos reféns da incompetência e da escória humana.

E... só pra vocês não esquecerem, a lição mais valiosa: NÃO FALE COM AS PESSOAS!

sábado, 16 de janeiro de 2010

MAMOGRAFIA

Por que o homem reclama?
Conversando com uma amiga na hora do almoço, chegamos a fantástica conclusão de que é muito menos inoportuno ter uma próstata do que dois peitos e um sistema reprodutor feminino, para não usar palavras que possam ferir os vossos ouvidos.
Imagina a mulher indo fazer seus exames de rotina. Ela acorda toda feliz, chega ao laboratório - ainda feliz! isso é importante - e entrega os pedidos médicos em sânscrito solicitando que enfiem tubos, tirem o seu sangue e espremam seus peitos num compressor radioativo. E ela vai feliz fazer os exames!
De repente chamam seu nome, a colocam numa sala, mandam que tire a roupa e uma enfermeira coloca seus peitos, um de cada vez, num rolo compressor. Como se não bastasse isso, manda que ela páre de respirar, e dispara uma carga de elementos radioativos até ela ficar azul de hipoxemia. Quando finalmente ela é liberada para respirar e consegue se sentar em uma cadeira - milagrosamente ainda com os peitos (os dois!) - a assistente técnica entra novamente na sala e ao invés de falar "pode se vestir", solta: "infelizmente o exame saiu tremido e teremos que repetir". Isso dito a enfermeira pega os seus peitos - um de cada vez, de novo! - e com o seu tórax seguindo logo atrás do peito agarrado, a mulher paciente assiste - novamente! - com lágrimas nos olhos, ao torno mecânico sendo acionado sobre cada um dos seus tristes peitos.
Será que com peitos falsos de silicone dói menos?
Perto disso tudo, e ainda nem falei sobre o ultrassom transvaginal e a colposcopia!, me pergunto novamente: POR QUE OS HOMENS RECLAMAM TANTO?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

AGRADECIMENTO

Apesar de não ser o perfil deste blog, não posso deixar de registrar aqui - em nome de toda a equipe - o nosso imenso agradecimento ao pessoal lá do México que lê e prestigia nosso querido blog.
Obrigada!
A Diretoria.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Dona Morte.

Quem só escreve nas férias, qando se está feliz e tranquilo, deve sempre escolher um tema assim, digamos, leve. Férias também é período de médicos e check up, depois de certa idade. Um médico de uma clínica de cardiologistas estima que o uso do fio dental traga mais seis anos de vida, por remover bactérias que agridem os dentes e o coração. Acontece que as pessoas inevitavelmente pensam que quando chegar o dia, ao avistarem a Dona Morte, com sua foice, poderão argumentar: "Ei, espere aí, eu usei o fio dental todos os dias, ainda tenho direito a mais seis anos!". Não adianta. Sem barbarizar, o negócio é aproveitar. Ao descobrir que fácil irritabilidade, dores de cabeça frequentes, dor de estômago, insônia, dentre outros sintomas, são consequências do estresse, podemos, maravilhados, sentir tudo sem culpa! Não tem jeito, são consequências de uma moderna doença, o estresse; não estamos nos auto corroendo, não temos culpa e nem controle sobre isso. Enquanto tentamos relaxar, para nos livrar dos sintomas do estresse, os infelizes, pessoas que nada têm para fazer, por falta de interesse, de imaginação e de curiosidade, tentam vorazmente tomar o nosso tempo. Temos que nos libertar. O ócio apenas para os espertos e inteligentes estimula a imaginação, permite a busca para a solução dos problemas, para novas atividades, mudanças saudáveis. Filhos, familiares em geral, livros, filmes, cultura geral e cultura específica, ócio e chocolates devem garantir pelo menos mais cem anos de vida.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

INÉDITO

É difícil ser inédito.
É quase impossível que tudo o que pensamos, cantamos ou filosofamos já não tenha sido dito por alguém.
Pô, a escala musical só tem 7 notas! Será que ao longo dos anos todas as sequências melódicas já não foram exploradas? Será o plágio intencional (me refiro aqui às coincidências ocasionais)? Até o Noel Rosa recompôs o Hino Nacional. Quando descobriu mudou um pouquinho aqui e ali e saiu "Com Que Roupa"... e isso naquela época!
E é quase que emocionante o fato dessas pessoas - essas que já disseram tudo - terem vivido há muito, muito mesmo, tempo atrás. Exceção feita às piadinhas familiares, criadas nesse caso a toda hora ao redor da mesa de jantar. Mesmo assim, tenho certeza de que a grande maioria dessas tiradas são genéticas.
A falta forçada de originalidade é irritante. Mais ainda quando a gente acha que tá em pleno processo de criação.
Portanto, venho por meio desta comunicar que tenho idéias extraordinárias... só que nasci meio tarde.