quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A VODKA - by Mr. Incrível

A Vodka tem sido objeto de adoração desde a idade média. Entre as polonesas, russas, francesas e finlandesas este fabuloso líquido norteia as mais diversas idéias oriundas de festas e eventos sociais. Mágoas, golpes militares, tristezas, alegrias e as mais fabulosas histórias são contadas regadas com este líquido mágico.

Em minha última investida no mundo vodkês, resolvi realizar infusões de cereja e oferecer a minha dedicada sogra e uma maravilhosa tia que estavam prontas e ansiosas para provar o divino fruto. Tal foi o sucesso da cereja na vodka ou talvez uma quantidade excessiva de vodka com a cereja que após alguns tragos estávamos casando toda a família, inclusive aqueles que considerávamos mal casados. Foi uma festa misturar de tudo, vodka e a família e imaginar o bendito fruto do casamento de uma cunhada de 38 anos com um senhor idoso recém viúvo de 68. Coitado do viúvo!!!! Após mais alguns tragos o senhor cunhado de 38 anos casava com a viúva de 68 e mais um pouquinho nem o senhor nem a cunhada casavam, ambos viajam em busca de novas aventuras, obviamente regadas a muita vodka.

Seguindo ainda neste caminho, após a cereja, desistimos das infusões e continuamos numa russa, purinha, purinha, cremosa, quase congelada. A esta altura, já havia três tias e várias sogras (desgraça pouca é bobagem) e todas falavam em me casar com um senhor viúvo de 68 anos. Sendo assim, me retirei do recinto morrendo de medo das idéias que surgiam a cada trago.

Concluindo, vodka, tias e sogras não combinam, se beber uma evite beber as demais!!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

CONSIDERAÇÕES SOBRE A GENÉTICA

A variedade genética está aí para satisfazer a infinidade de gostos pessoais.
A multiplicidade de combinações possíveis gera uma gama infindável de genótipos que ainda podem ser variados depois de prontos, com a criação de uma imensa quantidade de fenótipos.
Apesar das muitas combinações possíveis não posso deixar de notar a mesquinha tendência do ser humano a se agrupar em pequenas formações semelhantes, adotando fenótipos semelhantes e comportamentos semelhantes, tirando toda a graça inerente à capacidade genética de combinações.
Pra que tanta combinação se os caras vão se agrupar?
E os que não se agruparem provavelmente serão considerados fora do padrão estético, com grandes chances de serem colocados à margem da sociedade...
A tendência natural à união em grupos estruturados, com semelhança entre os participantes, faz com que a evolução genética e a multiplicidade maravilhosa de combinações perca um pouco a graça.
Por isso lanço aqui uma campanha de voltarmos a ser quem somos, de não obedecermos a padrões estéticos - e não estou aqui defendendo o meu ganho de massa corpórea! tem gosto pra tudo... NÉÉÉ???
Acho que o mundo se beneficiaria com uma variedade maior de pessoas não grupalizadas... pelo menos ia ser muito mais divertido!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

10 MINUTOS DE TV

Ficamos 2 meses sem postar merda nenhuma, mas estamos de volta. Êêêêêêêêêêêê!!!
Ficamos... quem? Eu e as minhas personalidades ocultas ou eu e todas as dead people que eu vejo... ou também eu e quem vocês queiram imaginar que sejam os outros.
Não há nada mais irritante do que usar o plural para nos referirmos a nós mesmos.
Na verdade, há: o gerúndio! Ah, o gerúndio... o próprio nome é chato: GERÚNDIO. Acho que eu nunca seria amiga de alguém chamado Gerúndio. Imagina o cara te ligando "oieeeee! é o Gerúndio!". O "oieeeee" característico das pessoas chatas com a voz inconfundível e que insistem em se identificar fazendo com que seja impossível você desligar ou simular um 'engano'. A voz inconfundível do Gerúndio - desnecessária a identificação! - já chega se identificando pra honrar o nome, bancando o simpático, inviabilizando uma derrota telefônica. Como seria bom, como me daria prazer um desligasso agudo, com direito a porrada na base do telefone e tudo. Mas o Gerúndio não deixa... ele é esperto... o puto simpático.
Outra coisa terrivelmente irritante é chegar em casa depois do dia todo no trânsito-trabalho e ligar a televisão. Dez minutos... só DEZ minutos bastam para tirar a paciência de qualquer um.
As propagandas são cada vez piores. Difícil encontrar uma propaganda que te faz cantar a musiquinha depois - como antigamente, que te faz sorrir, que te faz parecer inteligente porque comprou.
Pra que??? Pra que faculdade de Publicidade se hoje em dia você liga a tv e tem lá um cara com os olhos arregalados dizendo "VOCÊ NÃO PODE PERDERRRRRRRRR" + "qualquer coisa"... os caras pensam que a gente é idiota! Se é propaganda pra pobre tem lá um cara com os olhão esbugalhados, parecendo um hipertireoideo sem compensação hormonal, todo agitado, dizendo "VOCÊ NÃO PODE PERDERRRRRRRRR".
Se é propaganda pra rico tem lá um hipertireoideo vestido de almofadinha, dizendo a mesma coisa de uma merrequinha que deve custar apenas... CINCO MIL REAIS!!!
"VOCÊ NÃO PODE PERDERRRRRRRRR".
Pô, os caras pensam que a gente É mesmo idiota. Não é possível pensarem outra coisa.
Depois de um bombardeio de baixa publicidade, vem a novela. Ahh... a novela. Pelo menos um momento de prazer, de romance, de desligamento da rotina, de historinha boba que não precisa pensar... coisa reconhecidamente pra idiotas, mas pelo menos aí a gente assiste ciente disso. Só dá um pouquinho de raiva quando eles filmam no exterior - a bola da vez é o deserto da Jordânia - e com uma música que sugere um assassinato de camelos em massa, repetem infinitamente as mesmas cenas pra encher linguiça. Os caras já voltaram da Jordânia mas metade do capítulo é destinado a lembranças do deserto, sem nem sequer se darem ao trabalho de mudar a edição das cenas. É bonito sabe? Mas se continuarem insistindo nessa música dramática, de quem matou um camelo e foi ao cinema, é capaz de eles fazerem os personagem retornarem à Jordânia pro Julgamento Final.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

SERVE...

A falta de entusiasmo é genética.
E olha que se o cara não for um verdadeiro chato, a falta de entusiasmo provavelmente denuncia um elevado nível de inteligência.
Venho notando na minha família que o "desentusiasmo" se acentua com o aumento do nível de conhecimento.
Meu pai por exemplo é uma pessoa feliz, de bem com a vida, engraçado, simpático e agregador. Mesmo com todas essas características carismáticas, meu pai não é uma pessoa que se entusiasma facilmente. Para despertar o entusiasmo do meu pai, a coisa precisa ser realmente boa, precisa valer muito a pena. Ele não ri a toa, a piada precisa ser refinada! E dificilmente usa palavrões para se expressar - não precisa disso. Ele não lê bobagens, não se dá ao trabalho de dirigir a sua atenção às coisas desinteressantes do mundo, da vida.
Meu pai tenta até hoje me ensinar a canalizar a energia para as coisas que valem a pena, sejam elas boas ou problemas a resolver. Se o problema não vale a pena ele nem se dá ao trabalho.
E eu tento desesperadamente aprender tudo isso para economizar minhas boas energias, tanto para rir, como para chorar! Acho realmente que esse conhecimento só me virá - se algum dia vier... - quando eu atingir um grau elevado de desenvolvimento.
Minha irmã por exemplo, já conseguiu muito mais do que eu. O seu senso de humor é refinadíssimo, ela não se impressiona facilmente, e consegue realmente pensar antes de emitir uma opinião. Ela é justa como meu pai. E refinadamente engraçada como meu pai! Às vezes damos gargalhadas apenas com uma troca de olhares, uma já sabendo o que a outra está pensando.
Cada vez menos as pessoas entendem sarcasmos e ironias sem serem grosseiras. O senso de humor geral está cada vez mais vulgar. E cada vez mais... chato!
Talvez seja por essa massificação que a minha família desenvolveu essa falta de entusiasmo crônica. Para dirigirmos nossa atenção, a coisa tem que realmente valer a pena. Meu avô, que nunca ria de nada gratuitamente e nem prestava atenção no que não valia a pena, já na sua época, quando alguém lhe fazia uma exposição e perguntava sua opinião, ele invariavelmente respondia: "serve!".

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ACHEI UMA PESSOA PURA

Achei uma, na verdade duas!, pessoas puras. Artistas com auto-estima elevadíssima - ou baixíssima... dependo do ponto de vista. Despojados da necessidade de aparecer, com bons papéis anônimos.
Assistindo à um balé antigo, com Margot Fontaine, Nureyev e um corpo de baile belíssimo, subitamente visualizo em um número os vilões da trama. Bailarinos de primeira categoria, com técnica impecável, cujos nomes hoje significam muito pouco para nós leigos.
O fato é que esses vilões entraram mascarados, com umas máscaras que cobriam inteiramente suas faces - tipo halloween sabe? (lembra aquela máscara de king kong da nossa infância?). Agora imagina você qual o sujeito hoje em dia que se encontra completamente despojado da necessidade de aparecer? Nem que seja nos agradecimentos! OS CARAS AGRADECERAM DE MÁSCARA! Aí eu pensei: são ícones, verdadeiros ícones! Gravam um balé importantíssimo, assistido até hoje pela humanindade, propagado entre gerações e... anônimos! Não é o máximo? Os caras estão num espetáculo pra que? Pra aparecer obviamente! Mas a gente assiste e re-assiste e continua não sabendo como ou com quem eles se parecem.
Hoje em dia, artistas anônimos como esses a gente só vê dentro do Mickey na Disneylândia. Ainda assim periga do cara acabar o turno e vir se gabar de que era ele dentro do bonecão.
Achei o máximo!

NÃO QUERO SABER

A curiosidade é uma merda.
Tudo bem que a curiosidade move montanhas e regra descobertas, mas quando eu páro para pensar em quanto tempo da minha vida eu perdi - sem absolutamente nada agregar ao meu parco conhecimento - por causa da curiosidade... Outro dia estava no trabalho quando me dei conta disso. Agora realmente acredito que o auto-controle da curiosidade é extremamente benéfico. E qualquer melhora de vida nessas alturas já tá sendo recebida com balãozinho e língua de sogra.
"A curiosidade matou o gato" é um dos melhores chavões que eu conheço. Matou de tédio! De desgosto!! Matou provavelmente porque o gato era civilizado e teve um infarto antes de externar seu descontentamento e pular no pescoço de um chato.
Vou explicar...
Há uma probabilidade gigantesca de balões e línguas de sogra no momento em que nos damos conta de que não vale a pena perguntar. As pessoas são traiçoeiras, contam as coisas instigando nosso defeito genético mais primitivo que é a curiosidade. Quantas vezes não sentimos a total necessidade de perguntar "por que?" ou "onde?" ou pior ainda: "COMO???"
A essas pequenas palavrinhas inquisitórias segue-se quase sempre uma ladainha interminável, sonífera, abominavelmente chata, a que somos obrigados a aguentar zelando pela boa e pacífica convivência em sociedade.
Já pensou em sair gritando frente a histórias desinteressantes e intermináveis geradas por uma minúscula palavra de quatro (QUATRO!!) letras? Já pensou em arrancar todos os cabelos fio a fio do narrador a sua frente? Já pensou em dizer "CHEEEEEEEEGGGGAAAAAAAAAA!!!!!!" sem poder fazê-lo por causa do que chamamos bons costumes?
Pô, bom costume é saber que essas perguntas são pro forma! É saber que essas perguntas "como, onde, quando, etc." são retóricas! Bom costume é ter bom senso. E ninguém tem! NINGUÉM!!
A curiosidade custa muito caro. Custa tempo!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

BOTOX

Ela não precisava. Era jovem e linda, mas todas as amigas iam fazer... então ela se decidiu: pagou uma nota por 20 e poucas injeções na testa. O que poderia fazer alguém pagar por uma injeção na testa se não a questão estética? E ela pagou não só por uma, mas por 20 E POUCAS!
Acontece que o procedimento não foi de todo inócuo. Uma das injeções atravessou um inadvertido "vasinho" e provocou um pequeno - na sua concepção, gigantesco! - hematoma subocular. Hematoma este que denunciava todo o ato secreto do culto estético a que se submeteu. E olha que das amigas ela era a que mais defendia a causa do natural. Tratamento estético eu??? Imagina! PRA QUE???
Resumindo: foi escondida, pagou uma nota, tomou 20 e poucas injeções NA TESTA e por fim foi deliberadamente delatada por um hematoma que não diminuiu nem um milímetro com a exaustiva aplicação de gelo local (o que acabou por ocasionar um congelamento de seu nariz - mas essa é outra história).
Na manhã seguinte a mãe, olhando a mancha roxa sob seu olho esquerdo, perguntou:
- E agora, o que você vai fazer?
- Vou trabalhar com minha máscara do Zorro! - sim, ela tinha uma máscara do Zorro!
- Mas o que você vai dizer no escritório?
- No máximo "aiô silver"!!!!
Tudo bem que esse era o Cavaleiro Solitário, mas não me ocorreu mais nada pra dizer...
Ficou fácil agora identificar mais um dos tratamentos estéticos descritos neste blog: se você vir alguém com a máscara do Zorro no escritório, não tem como errar. Agora, se estiver com a fantasia completa, pode chamar o pessoal do Pinel porque Botox é só na cara.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

IDÉIAS

Ontem acordei no meio da noite com uma idéia. Maravilhosa. Era boa mesmo!
Tinha tudo na cabeça, o texto pronto. Era só escrever.
Daí dormi de novo... acordei de manhã com o despertador e... esqueci!
É bom acordar com a mente vazia.
Dormi na madrugada repetindo o mantra da idéia que eu tive, mas não sonhei com isso e nem me lembrei dela quando acordei.
Na verdade continuo não me lembrando.
Não seria maravilhoso se eu conseguisse fazer isso também com tudo que não interessa?
De repente esquecer e a pessoa... sumir! De repente esquecer e o "escritório público" implodir sem deixar vestígios.
De repente esquecer e a idéia evaporar. De repente esquecer e pronto!
Já pensou, passar na frente de locais ou pessoas indesejáveis e ter essa espécie de amnésia seletiva?!!
Melhor que tomar 1 litro de vodca hein!!
Bom, talvez seja só uma questão de treino...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O ACELERADOR DE PARTÍCULAS

Eu adorava o acelerador de partículas. Tinha verdadeira fé de que uma hora o choque provocado pelas partículas em questão iriam ocasionar o aparecimento de outras espécies, talvez - quem sabe com um pouco, bem pouco mesmo já é o suficiente! de sorte - espécies melhores do que a nossa.
Muito bem, aconteceu o previsto... o acelerador de partículas quebrou. Depois de algum tempo de reflexão, na espera do conserto da máquina, percebi que a nossa vida não vai mudar em nada se ficarmos a par de certas informações... não vai fazer nenhum sentido a mais. A gente vai continuar sendo... a gente.
O mundo é isso aí. Nós somos isso aí! E é fácil identificar os mais insatisfeitos, pois eles se punem criando chiwawas, animal em abundância na fronteira franco-suíça. Não é lá que está o acelerador?

Aí eu me pergunto: pra que??? saber de onde viemos??? pra onde vamos??? se a humanidade descende de Adão, Eva, geração espontânea ou teoria Darwinista???
Pra que???
Não estamos todos AQUI???!!!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PRESENTES

Não há nada pior do que um presente mal dado... e nada ainda pior do que um presente mal recebido.
Presente, essa tortura psicológica.
O presente pode induzir a uma instabilidade psíquica. E olha que me refiro aos dois lados dessa moeda. Já foi ao shopping tendo que comprar um presente pra alguém sem a mínima idéia do que escolher? É UMA TORTURA!!!
Ontem fui a casa de minha irmã e olhando um pequeno detalhe da decoração não me contive em elogiar um determinado objeto sobre o balcão da cozinha. No que eu falei "que bonito isso..." apontando para a tal peça decorativa, imediatamente ouvi na voz da minha irmã um "você acha?", logo seguido de um sincero "quer levar pro seu apartamento?", o que me provocou uma irresistível vontade de olhar de novo e reavaliar o meu gosto por candelabros.
É difícil mesmo dar um presente, ganhar um presente, trocar um presente, arrumar um lugar na casa para guardar um presente. Nem que seja dentro do armário. Dá trabalho! E aquele parente que só dá presente de gosto duvidoso ou peças lindas de roupas (tamanho PP!!) compradas em liquidação? NÃO DÁ NEM PRA TROCAR!!!
E quando a gente se compra um presente? É tão ou mais terrível do que ganhar um. Quando a gente se compra a coisa errada, é igualmente difícil se livrar da coisa. Criamos um vínculo sentimental com aquilo que escolhemos e compramos, acreditem!, por livre e espontânea vontade... por mais incrível que isso pareça.
Uma vez, viajava com minha irmã pela Bahia quando comprei uma cabeça de ancião esculpida em um côco. Olha... sinceramente falando, uma pica esculpida em um cocô seria de mais bom gosto do que aquilo. E o pior é que nem apostando o côco num carteado com outros hóspedes do hotel conseguimos nos livrar do souvenir. Resultado: está lá, na estante, até hoje! O ancião, no côco.
Me lembro bem de um episódio da minha infância, quando meus pais chegaram da Amazônia com um arco e flecha embrulhado em plástico bolha. Trouxeram também um cocar, mas este veio na cabeça do meu pai, que desembarcou com ele do avião.
Depois de alguns parcos dias pendurado em homenagem a decoração da parede da sala, o arco e flecha foi parar atrás da porta do "quarto de bagunça" - um quarto usado em casa para depositar quinquilharias - onde passou vários anos hospedado.
Um belo dia acordo com gritos de "iáááááá" e muita euforia provenientes do jardim. Levanto sobressaltada e percebo que meu cavalinho de pelúcia sumiu. Eu era criança, adorava o cavalinho! Abro então a janela do meu quarto e finalmente vejo: meu pai, vestido de índio, ostentando um belo de um cocar e atirando com o arco e fleha no cavalinho estrategicamente postado sobre o muro do quintal. A empolgação era tanta que só vimos meu pai novamente na hora jantar. Ficamos com muito medo de encontrar um oca no quintal mas parece que a empolgação durou apenas um dia mesmo. Por outro lado ficamos realmente muito felizes por finalmente achar uma utilidade para o arco e flecha (e o cocar!) empoierado atrás da porta. Sem falar no cavalinho supra-citado, que também foi presente de viagem. Aliás, meu pai sempre comentava como conseguiu heroicamente transportar o cavalinho juntamente com os demais passageiros dentro da cabine do avião - detalhe: era um cavalinho tipo um mini-pônei, de balançar! Pelo menos o cavalinho teve um final heróico né? Faleceu numa caçada indígena...
Há um estresse inerente às coisas que compramos e guardamos por total falta de utilidade. Há mesmo! Indiscutivelmente!
Assim, concluo que a propensão para escolher presentes errados é genética, e o pânico gerado pela pressão psicológica de dar e receber presentes ou comprar souvenirs é de caráter estritamente familiar. Mas tendo em vista a qualidade e o gosto duvidoso dos presentes frequentemente recebidos por amigos e familiares, penso que este é um mal moderno cada vez mais diagnosticado, do qual sinceramente padece a humanidade.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

MENTE DOENTE

Já dizia o dito popular: "mente vazia é a morada do Diabo", ou qualquer coisa assim... portanto, HOJE é o Diabo quem vos escreve.
Mas vos escreve sobre o que? Se a mente está literalmente vazia?
A única coisa em que este pobre diabo consegue pensar no momento é na inconstância da competência alheia.
Por que as coisas só funcionam sob pressão???? Por que por que por que???
Se cada um fizesse o seu seria tão mais fácil, inclusive para aqueles que no momento nem estariam sob pressão, economizando o seu estresse para outras situações cotidianas.
As pessoas são naturalmente más, ruins mesmo, medíocres, INcompetentes. É a natureza humana.
A tentativa de esconder a maldade é que gera as desavenças. Se fôssemos maus e sinceros, todo mundo ia saber o que pensamos e acredito que ocorreriam muito menos decepções e desavenças... acho!
O fato é que do jeito que o mundo "E" as pessoas trabalham vamos todos acabar juntos um dia no aconchego flamejante do meu eterno lar. E isso é uma certeza! Aguardem...
E viva a transparência!

sábado, 8 de agosto de 2009

A GENTE NÃO CONHECE...

É impressionante como não conhecemos as pessoas. Nos últimos meses uma série de acontecimentos tem me mostrado de forma cada vez mais clara o quanto o ser humano pode ser esquisito.
A verdade é que na maioria das vezes não conhecemos nem a nós mesmos. Quantas vezes não nos surpreendemos com nossas próprias atitudes?
Um dia me flagrei dando conselhos do tipo faça o que eu digo mas não faça o que eu faço. Putz, falei coisas belíssimas!, frases que nunca pensei proferir um dia. Mas era o que eu realmente achava sabe?
Frente a situações novas, elaboramos novas atitudes. E todo mundo faz isso! Não adianta dizer que você é diferente, porque não é!
Um pouquinho da personalidade mantemos, mas somos estranhos. Estranhos a nós mesmos. E daí vem as decepções e as falências das nossas expectativas. NINGUÉM é previsível. Festas surpresas por exemplo são uma ameaça seríssima a qualquer amizade. Eu tenho até uma experiência recente com esse assunto, mas graças a nossa amizade sólida, de anos de cultivo, nada foi afetado pela imprevisibilidade dos seres envolvidos...
Minha irmã já dizia sabiamente que bastam apenas alguns momentos para se fazer amigos, mas é preciso uma vida inteira para se livrar deles. Sábia irmã!!!

Bom, para finalizar deixo um recado aos que moram comigo: tenho duas notícias para dar a vocês hoje, uma boa e uma ruim.
A ruim é que vou voltar a estudar flauta, e nem adianta contestar. A decisão está tomada, e para finalizar a parte ruim, anuncio que arrumei um professor de música.
A boa notícia é que ainda não consegui falar com ele.
Mas podem me aguardar! Sem mais por hoje...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

UM JOGO

Um jogo de relacionar as colunas:

1. Nada ficou no lugar, eu quero matar o seu gato, e suicidar o seu peixe e o resto dos seus passarinhos (dica: música gravada pela Adriana Calcanhotto).

2. Caio, comentarista do Globo Esporte.

3. Quero voltar, entrar na máquina do tempo e...
(dica: música do tipo "atentado aos ouvidos" muito tocada - inexplicavelmente! - nas rádios atualmente).


4. Pato sem cabeça, porra sem esperma, sou eu... (dica: outra música! E tem bônus pra quem
adivinhar quem também gravou!).

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Agora as alternativas:

A. Que é pra ver se você volta, que é pra ver se você vem...

B.
E ser enviado ao Período Jurássico onde com muita sorte serei engolido por um dinossauro e não cantarei nunca mais essa música hedionda. Entra vai! Entra mesmo na máquina... me faça esse favor!

C.
Assim sem você...

D.
O mudo (alguém já viu esse cara abrir a boca?).

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Momentos de prazer.

"Morte aos maus!" - determinou aos gritos a rainha, quando chutaram-lhe a poltrona em um espetáculo público. Os guardas se amontoaram. Feito loucos, afoitos, saltaram uns sobre os outros para cumprir com honra e alegria a nobre sentença. O público é mal educado. Não se deve generalizar, trata-se da maioria. O problema é mundial. Certa vez, em Praga, no melhor teatro, lindo, fui muito aborrecida ao tentar assistir ao balé Cinderela. Conversas, movimentos, pessoas que não se importam com olhares feios, broncas, súplicas, pedidos carinhosos para que não fulminem raros e caros momentos de prazer. Já ouvi no lugar da Leni Andrade a cantoria alta e sem piedade de uma moça sentada atrás de mim. Não era nos momentos em que o público era convidado a participar e cantava junto. Era o show inteiro. No lugar da Leni. Quando olhei com tristeza a moça disse: "não se pode nem se divertir", e continuou cantando. Algumas ela não sabia, só fazia o ritmo (o ritmo dela), batendo na poltrona. Estragou o show. O filme "Os segredos de brokeback mountain" não me traz boas recordações. Não sei se é ruim ou se simplesmente tive uma deprimente sessão de cinema, da qual não quero nem lembrar. Uma senhora (não era adolescente) me chutou tanto que pedi com educação que ela parasse. Ouvi um berro: "É uma princesinha, não se pode nem encostar". As pessoas sentadas ao redor pediram silêncio ("chh, chh"). Senti vergonha pela exposição. Passei parte do filme sendo chutada e a outra parte com raiva, indignação. A nona sinfonia foi apresentada com entrada franca uma vez, no municipal de São Paulo. Fui. Conversas havia como se não fosse um teatro. Chutes, barulhos, aplausos no meio das músicas, comidas, bebidas, um inferno. Um aborrecimento. No filme "Jean Charles", cinema vazio, sentou-se na finha frente uma moça. Mandou tantas mensagens de celular, com uma luz tão forte, que precisei mudar de lugar. Mas às vezes não há lugares sobrando. É certo que há casas melhores. O circuito alrternativo de cinema apresenta uma seleção superior de filmes e um público mais bem comportado. Mas não é preciso uma dose muito grande de azar para ter péssimos momentos. Já foi chutado? Já teve a emoção roubada, o pensamento trazido à realidade na marra, boas sensações mortas a tiros, por pessoas espaçosas, folgadas, mal educadas, impiedosas? Já perdeu tempo e dinheiro em casas de espetáculo? Chame a rainha. Ou reclame para o papa. Sou favoravel à positivação das regras de educação e bom comportamento, mormente em cinemas, teatros, casas de espetáculo. A sanção poderia ser a pena de reclusão - a ser cumprida em regime fechado.

terça-feira, 28 de julho de 2009

A ESCOVA DEFINITIVA

Estava aqui sem idéias para contar quando minha irmã me lembrou de um assunto muito em voga aqui em casa. Esse tema na verdade tem ocupado quase 20 horas do nosso dia. Nas 4 horas que nos restam tentamos dormir apesar deste inconveniente.
Antes de começar devo que salientar que não somos fúteis. Eu por exemplo detesto fazer compras ou ir ao salão de beleza. Não há perda pior de tempo do que passar a tarde no cabeleireiro. Dormir é melhor do que isto!
Mas na ânsia de permanecer de acordo com a moda sucumbimos à tentação da escova definitiva. Fizemos tantas vezes o procedimento que aprendemos a detectar com facilidade as almas que aderiram à esse atentado aos fâneros.
E olha que não são poucas pessoas. Então este texto serve como utilidade pública ao leitor que quiser se divertir identificando os aderentes deste procedimento. Aí vai: o sinal mais comum é o chifre.
Vários chifres agressivos e explosivos, localizados em regiões diversas da circunferência craniana, causados pelos fios que se quebram em massa, associados ao tufinho alisado que AINDA resiste bravamente aos químicos. Os chifres vão surgindo espontaneamente ao longo dos meses.
Você acorda com chifres! E com novos chifres a cada dia! E o cabeleireiro jura que não foi culpa dele, como se os chifres fossem fruto de geração espontânea.
Daqui um tempo vai ser ainda mais fácil distinguir essas criaturas pela ampla gama de mulheres carecas que veremos pelas ruas.
Poxa! Qual o problema de sairmos na rua à imagem da Maria Bethânia? Eu disse à imagem, não à semelhança. É só saber combinar... corpo e cabelo... tá ligado? Tem gente que pode até se sair bem... eu acho. Viva a Vanessa da Mata!

sábado, 25 de julho de 2009

UM DIA

Um dia não mais terei escrúpulos.
Responderei a todas as perguntas com a sinceridade desmascarada.
Abdicarei da política social.
Serei completamente honesta em minhas observações.
Darei nome a todos os merecedores de meu batismo, todas as Vanechatas da Mata, os Josés dos Escrotos Inchados, e finalmente, as Marias da Porra.
Não que eu não me considere honesta e sincera, mas às vezes todos nós evitamos conflitos e desagrados... muitas outras vezes tentamos fazer com que as pessoas que nos rodeiam se sintam bem.
Um dia serei velha...
A idade limita a paciência. Os velhos são intolerantes, perdem a compostura. Surgem os "rabugentos" aos olhos sociais.
Ser "rabugento" significa a mais completa liberdade de expressão!
O cara pode não ser lá muito agradável, mas é com certeza muito sincero.
Partindo deste princípio...
Um dia serei "velha"! mas com todo prazer!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

DIA DE CHUVA

A surdez da minha irmã nunca foi um segredo, muito menos um problema. Ninguém dá muita bola para isso e confesso que por vezes esquecemos completamente do fato. Mas há ocasiões que por alguns meses, até mesmo anos, nos fazem reavivar a memória e nos obrigam a encarar com mais seriedade os pequenos problemas alheios.
Era inverno, morávamos em Vitória, estava frio e chovendo.
Escutávamos no rádio e na TV notícias incessantes sobre o fugitivo Edimilson. O preso de maior periculosidade da época havia fugido da prisão numa ação cinematográfica, deixando toda a polícia de prontidão, à sua procura.
Chovia muito naquele dia, e a população havia sido alertada a permanecer com as portas trancadas e as grades das janelas fechadas, visto que o Edimilson estava a solta.
Estávamos vendo TV, sozinhas em casa (meus pais estavam viajando) quando toca a campainha. Mandamos minha irmã mais nova, a surda, ver quem estava na porta.
Após alguns minutos ela volta, branca, pálida!, como se tivesse visto um fantasma! anunciando que o primo do Edimilson estava na porta, tocando a campainha... TOCANDO A CAMPAINHA???
Em primeiro lugar: você acha que o primo do Edimilson ia TOCAR A CAMPAINHA???
Em segundo lugar: você acha que o primo do Edimilson ia tocar a campainha e se ANUNCIAR?

Em terceiro lugar: o nosso vizinho se chamava Denilson...
Bom, a essa altura minha irmã já havia ligado para a polícia enquanto o pobre coitado encharcado continuava tocando a campainha de casa e gritando alguma coisa que realmente era difícil de entender com aquela chuva toda.
Por via das dúvidas ficamos esperando a polícia chegar, o que aconteceu em milésimos de segundos, pois todos queriam pegar o Edimilson!!
A joaninha estacionou na porta de casa enquanto olhávamos pela janela o sujeito ser agarrado por dois guardas fortemente armados... bom, só aí, quando a voz do suspeito realmente se elevou, conseguimos entender o que ele dizia:
- Me larga!!! Eu sou primo do DENILSON!!! - o vizinho!
A confusão estava formada... meus pais tiveram o maior trabalho pra desfazer o mal entendido com o coitado do Denilson e seu primo encharcado. O primo, não encontrando ninguém na casa do Denilson, bateu lá em casa e pediu abrigo da chuva... só isso! O que fez com que a surdez da minha irmã fosse valorizada por alguns meses após o episódio.
No momento a referida patologia encontra-se em total esquecimento, até o próximo fora romanesco, que esperamos ansiosamente para lembrarmos depois com ataques de riso.

domingo, 12 de julho de 2009

Prazo.

Ou o nome "anja da guarda" some do rol de colaboradores hoje, ou eu não escrevo mais. Caso opte pela segunda hipótese, saiba que estará a descumprir a promessa de exclusividade.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Agora a solução.

O Estado Democrático de Direito cuidará dos bons. Bastam algumas providências: o cumprimento das leis, a crença na punição, o fortalecimento das instituições, a certeza do ágil e justo funcionamento do Judiciário, a condenação dos corruptos, o dinheiro sobrando para ser aplicado na educação e na saúde... É fácil.

Sem saudades.

Não sintam falta da rainha que morte aos maus declarava.
Estava contaminado o governo, que hereditário e vitalício se revelava.
Fosse uma besta o seu filho, que irremediavelmente reinava,
Coitadinho dos bonzinhos: um a um ele matava.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Exclusividade prometida e não cumprida.

Quem é que escreve como Anja da Guarda? Ou eu sou a única colaboradora ou não escrevo mais.

Morte aos maus!

Morte aos maus!, bradava a rainha louca. Era impiedosa com os mal educados, os arrogantes, os que maltratavam os consumidores, os que estragavam o dia e a vida dos outros. Só se preocupava com o processo de conhecimento. Segura da autoria, a execução era imediata. Quando assistia ao mau comportamento ou, pior, era ela mesma a vítima, gritava no ato a sentença irrecorrível. Seus guardas, fiéis, executavam a pena. Brigavam até para fazê-lo. Era, a monarca, amada pelos seus súditos. O reino era harmonioso; o convívio, exemplar. Defeitos todos temos, pensava a rainha, mas há aqueles insuportáveis. Os assassinos, os estupradores, os que maltratavam os animais, os que agrediam as crianças, os arrogantes, os maus alunos que atribuíam aos bons professores o seu mau aproveitamento, os que ignoravam e riam do consumidor que cumpria com as suas obrigações e não recebia em troca o prometido não tinham futuro naquele lugar. Admitia a rainha os defeitos toleráveis. Não punia os impacientes (era ela própria uma sofredora desse mal), nem os feios, nem os mal cuidados. O Estado Democrático de Direito, em que é exercido o poder pelo povo, ainda que através de seus representantes, todos sob o comando das leis, salvou os estúpidos. A justiça é mais lenta, a pena capital foi extinta. Quem salvará os bons?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

PEQUENOS FATOS A SEREM DISCUTIDOS

Outro dia notei que por diversas quando trabalho, por mais que adore aquilo que faço, me sinto mal.
Não por nada que esteja fazendo, mas me sinto fisiologicamente mal. Tenho tonturas inexplicáveis e dores no peito, como que se evoluísse com uma queda brusca da pressão arterial e meu coração brigasse com o resto do corpo querendo saltar para fora e dar uma puta bronca em todo mundo. Todo mundo entenda-se todos os outros órgãos.
O corpo da gente também pode sofrer uma pane administrativa. Será que o trabalho faz mal?

Outra coisa que anda me incomodando é a vontade dessa gente rica de... aparecer.
Rico que é rico mesmo tem até a capacidade camaleônica de se transformar em gente pobre, só para aparecer. Por exemplo, quem é que nunca viu um rico cantando e dançando pagode em roda de samba no verão? E rico desfilando em escola de samba e beijando fraternalmente seus amigos pobres na avenida? PÔ! Cadê esses amigos no resto do ano???? Eu não vejo essas pessoas frequentando a high society nos dias que se seguem à quaresma!

Tenho mais coisas pra escrever mas não consigo me lembrar agora. Talvez isso seja bom, não me lembrar...
Fica pra próxima.

domingo, 5 de julho de 2009

NOSSOS PEITOS

Qual é a mulher, fora aquelas das cirurgias plásticas... qual é a mulher que se encontra num estado de satisfação total em relação aos seus próprios peitos?
Os homens não sabem mas as mulheres conversam muito sobre peitos.
Por exemplo, sem citar nomes, uma pessoa do meu círculo de amizades, numa mesa de bar - outro dia destes! - , me falou que seus peitos estão preocupadíssimos em socializar com as outras partes de seu corpo. No momento inclusive, eles estão se relacionando extremamente bem com seus pés!
Outra pessoa do mesmo círculo me disse que ultimamente seus peitos estão brigados, o que os faz olharem em direções opostas quando supostamente deveriam estar juntos nessa. O problema foi resolvido com uma "máscara de ferro", um sutiã armadura que os mantém, mesmo contra as suas vontades, olhando para o mesmo horizonte nas funções do dia a dia. É claro que quando chega a noite e ela volta pra casa, os seus peitos são libertados da camisa de força e voltam a virar a cara um para o outro.
É pessoal, os nossos peitos também têm vida própria. A diferença de nós para os homens é que ainda não chegamos ao ridículo de lançar apelidos carinhosos a eles, os nossos peitos. Mas tenho para mim que isso só acontece porque na maioria das vezes eles nos desagradam. E propositadamente!!!
Putz, quanta besteira...

PRÓLOGO - outro texto sério!

Acho que passamos muitos dias da nossa vida nos lamentando, seja por coisas que não deram certo, por romances mal vividos ou mal acabados, por estresses momentâneos, que passados alguns meses são irrelevantes. Coisas tão passageiras que se concluem sem importância frente a essa vida plena, a essa saúde que temos para viver tão mais felizes.

A ansiedade é em grande parte a vilã. Se tivéssemos paciência de esperar, concluiríamos por conta própria a desimportância das nossas preocupações rotineiras, que nos estressam e nos fazem perecer de somatizações diversas.

Uma prova de que tudo isso é verdade: se escrevermos hoje tudo o que nos aflige, coisas que gostaríamos de dizer aos outros, honras que gostaríamos de lavar, situações que nos desagradam... e deixarmos essas anotações numa incubadora, veremos em dias ou meses, que reescreveríamos tudo de forma bem diferente. Cortaríamos diversas frases importantes hoje, mas que no futuro nos soariam ridículas. Coisas hoje da maior relevância tornam-se sem efeito, e estamos falando de um futuro muito próximo!!

Concluo então que escrevamos cartas de amor ou de ódio, mas que guardemos essas cartas por instantes contínuos. E se após a "incubação" ainda forem palavras de efeito, aí sim, valeram a pena serem escritas e veremos que nosso tempo não foi ridiculamente gasto.

Por outro lado, na maioria das vezes, após a incubação só atestaremos que gastamos nossa saúde a toa, pensando e repensando em inutilidades que tornam-se desimportantes assim que passado o momento.

Penso que quase tudo o que acontece em matéria de aborrecimentos torna-se sem importância em nossa vida, pois tendemos a lembrar coisas boas. Com a maioria das pessoas penso que é assim... os aborrecimentos tendem a ser menosprezados, desvalorizados, e o que era grande hoje fica reduzido a pó amanhã.

Não sei se devemos perdoar, mas com certeza não devemos guardar rancor, o que é por si só uma forma de perdão. Não é? E se pensarmos bem, as pessoas não guardam rancor. O rancor corrói a alma de quem o sente e não muda a vida dos causadores de todo o mal.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMPO - um texto sério!

O tempo dissolve tudo. O tempo resolve. O tempo dilui.
Inteligente é aquele que consegue manipular o tempo.
Tempo precioso. Tempo escasso. Tempo que não dispomos.
Recurso não renovável. A ser usado com parcimônia.
O tempo não se alonga.
Não se dá tempo ao tempo. O tempo não é generoso.
Ele evolui com a inexistência. Retira silenciosamente frações de vida.
O tempo é um recurso emocional. O raciocínio se faz fraco frente ao tempo.
O tempo é nosso inimigo oculto. Falso e enganador. Perverso, cobra caro por seus préstimos.
Esperar o tempo curar é como vender a alma ao tempo.
Enfrentar o tempo exige um respeito supremo.
Respeito ao tempo exige honestidade a nós, para sabermos manipular, driblar e diminuir.
Para sabermos ganhar... tempo.

sábado, 27 de junho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

O CONTROLE DO TEMPO

Quem é que nunca pensou em controlar o tempo?
Me lembro de vários filmes, a maioria de péssima categoria, onde um carinha com um relógio vagabundérrimo (mas mágico!), apertava um botãozinho e tudo ao seu redor congelava!
Na minha experiência com esses reloginhos vagabundos, ao apertar o tal botão ocorriam vários fenômenos, sendo o mais frequente a desintegração do aparelho. Não posso deixar de lançar um tributo aos fabricantes de mercadorias da 25 de Março, pois o relógio que se desintegra sob a leve pressão de um botãozinho não deixa de ser... mágico!!
Minha reverência profunda aos produtores de aparelhos digitais mágicos!! (vocês não estão vendo, mas já dei 7 voltas ao redor do computador e rezei um "mangalé 3 veiz").
Bom, voltando ao tema, quem é que nunca pensou realmente em controlar o tempo? Não seria demais?!!
A gente de certa forma pode fazer isso, simplesmente lendo.
Quando lemos, damos vida aos personagens esquecidos em palavras no meio de páginas, à estórias e histórias que só se refazem porque nós pensamos nelas e as recriamos enquanto tiramos seus elementos de volumes escritos.
Então, quando o livro é muito bom, invariavelmente eu leio mais devagar, como que para poupar de um destino certo aquele personagem condenado, para lentificar o tempo da crônica. Se você não ler que determinado personagem vai morrer, ele não morre! Já pensou nisso?
Quantas vezes eu já não reli um livro interrompendo-o na melhor parte, para assim congelar o tempo e controlar os acontecimentos!
Os livros são como a vida: o que está escrito, está escrito. Não há como mudar na vida.
Mas nos livros há como interromper, lentificar, fechar um livro na melhor parte e deixar tudo lá parado, congelado! por acontecer...
Não deixa de ser ficção, mas é a melhor forma de controlar o tempo que eu conheço. Se alguém tiver idéia melhor, sou toda ouvidos.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

FÉRIAS PRA QUÊ?

Hoje estou de férias!!! Uhuuuu, êêêêêêêêêêêêêêê, yessssssss, etc (mas sem muito entusiasmo)...
Cheguei em casa, tirei a roupa do trabalho, voltei pra cama e fiquei - de verdade - uns 15 minutos olhando para o teto, imaginando o que fazer.
MAS NÃO TEM NADA PRA FAZER!!
E eu que esperei tanto, almejava tanto estas férias, de repente me senti perdida (quero dizer, MAIS perdida).
E grande parte dessa culpa se deve a um sentimento romântico que me arrebatou hoje pela manhã.
Eu estava tão feliz, indo pro meu último dia de trabalho pré-férias que, em meio a um congestionamento romanesco, fui "agredida" pelo sentimento romântico supra-citado.
Comecei então a ver as coisas rotineiras com mais cores do que o habitual. E não, eu não tomei nada de diferente no café da manhã!
Na ida pro trabalho, observei um bando de pombos em revoada, depois vários urubús nas margens do rio Tietê... e fiquei pensando: pra quê pagar uma nota em ecoturismo se eu vejo animais selvagens em seus habitats naturais todos os dias? É só reparar. Tudo tem a sua beleza...
Bom, na hora em que vi uma garça, minhas férias perderam totalmente a razão de ser!
Agora eu me encontro nesse dilema entediante, sem nada pra fazer e sozinha em casa com uma cachorra que, desde ontem, encontra-se obcecada por uma bola de futebol verde.
E me pergunto: férias pra quê?
Acho que vou dar mais uma passeada na Marginal.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O FIM DO MUNDO

Se o mundo estiver realmente com os dias contados, eu quero saber se isso vai acontecer antes ou depois de o banco descontar os meus cheques pré-datados e as promissórias do meu apartamento.
Pelo menos terei uns minutos de felicidade... ou não. Depende do prazo para o juízo final.
E aí, vai ser ANTES ou DEPOIS???

Outra dúvida: e se o inferno for aqui? E agora?
Já pensou se essa vida for o inferno de um outro mundo, de uma outra dimensão?
E se já estivermos cumprindo a pena divina?
E ainda se por uma inversão total de valores, os mais malvados da vida real - da outra dimensão, é claro - receberam uma recompensa da administração dos infernos para nesta "vida" gozarem de regalias, riquezas e serem ricos e famosos?
Por que os maus é que sofrerão no inferno? O inferno é o paraíso dos malvados! Para mim está tudo muito claro: os bons se dão bem no céu e os maus se dão bem no inferno. Eu prefiro histórias com finais felizes: todo mundo se dá bem, seja lá em cima ou lá embaixo. Na verdade é uma questão de gosto pessoal: quer ir pra onde?
Concluo então que se esta linha de raciocínio estiver correta, eu fui uma pessoa boa! mas devido a algum erro de logística devo ter sido mandada para o lugar errado porque até agora não recebi nenhum upgrade. Continuo no aguardo de maiores instruções.

domingo, 31 de maio de 2009

Ainda no trânsito.

No trânsito há algum tempo por vezes me distraio imaginando a vida privada de cada pessoa dentro dos carros ao redor do meu. E não é que temos algo em comum? Pelo menos estamos na mesma via, na mesma hora, numa enorme cidade. Coincidência, não? Incrível mesmo. Imagine se conhecer depois e dizer: sabe que no dia tal, exatamente a certa hora, eu estava na rua Natingui... e o outro diz: não é possível!! Eu também!!! E imaginar, ao meio-dia e meia, que a mulher do carro ao lado busca tranquila seu filho adolescente, já fizera as compras para o jantar, pensa na festinha de depois de amanhã, o que usar... Será que eles estão felizes? Tristes? Teria acontecido alguma coisa em suas vidas? Hoje? Se algo relevante, muito bom ou trágico acontecer naquele local e naquele instante teremos o mesmo destino. Ou ao menos apareceremos lado a lado em algum noticiário.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Música boa é das antigas... Há, porém, uma desvantagem.

Chuck Berry e Elis Regina (e alguns outros) têm o mesmo problema: eles não cantam nada de novo. Não se trata de humor negro. Os antigos parecem sempre ser os melhores, mas em determinado momento não conseguimos mais escutá-los. É sempre o mesmo repertório. Não jogue, no entanto, o irritante cd pela janela do carro. Guarde-o por seis meses e depois parece inacreditável que decorreu tanto tempo sem escutar coisa tão boa. É só passar o enjôo. Bem, o da Elis Regina pode deixar guardado por uns seis anos... Escutei a última vez quando eu tinha 11 anos e ainda não consegui retomar... É, faz mais de 20 anos... O tempo é relativo. E não adianta variar com a Maria Rita. Não é a mesma qualidade.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

MÓRBIDO E ÁCIDO

Esta semana um amigo me abordou (animadíssimo!) dizendo ter todas as dicas de como proceder para fazer um pacto com o Demônio. Já pensou!!! Um PACTO COM O DEMÔNIO!!!
Curioso isso não? Eu fiquei pensando no que ele disse, nas possibilidades, na viabilidade da coisa e cheguei a seguinte e óbvia conclusão: se Deus é o bonzinho e o Demônio é o mauzinho, não seria muito mais lógico se associar a Deus?
Aí meu amigo que não tinha sequer aventado esta hipótese, me falou que nas suas pesquisas descobriu vários prováveis nomes de associados - acionistas! - ao Terrível, à Lúcifer, ao Cão dos Infernos. Segundo ele, pessoas famosas, incluindo uma gama completa de políticos e habitantes do alto escalão do nosso honestíssimo governo.
E cheguei então à derradeira: com tanta gente fazendo pacto com o Demo, não me admira a situação estar como está! E pra piorar tudo o inferno ainda é brasileiro, como já dizia o dito popular: um dia falta balde, outro dia falta a merda, e todo mundo aproveita do jeito que dá.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A BOMBA PEIDOGÊNICA

Você já pensou no seu local de trabalho como se fosse um front de batalha?
Já sentiu vontade de colocar o seu chapéu de viking e seguir a caminho da empresa?
Fica tranquilo! Segundo uma enquete que acabei de fazer - na verdade perguntei pra uma pessoa apenas, mas de extrema confiança!! - você, que já pensou nisso tudo, é N O R M A L.
Mesmo aqueles que adoram o que fazem têm o seu dia de luta. Deve ser por isso que trabalho é sinônimo de "luta", "lida", "labuta", nomes fortes de batalha, de defesa e ataque, de combate.
Imagina um amigo ligando pro outro no escritório ou mandando um torpedinho via celular: "e aí cara, tudo bem? No trampo?"
E a respota: "hoje tá f... tô aqui no front combatendo os inimigos, muito serviço, minha lança-bic não tá sendo suficiente".
No que o amigo prontamente responde: "olha, hoje você vai ter que se virar sozinho, não vai dar pra parar pro rango porque os inimigos estão invadindo tudo aqui! Tô sem reforços!".
Passa um tempo de silêncio, quando o amigo recebe outro torpedo: " o Tentente Oliveira (no caso um terceiro amigo, da turma) foi combater hoje?"
E recebe prontamente: "o Tentente Oliveira está no turno da batalha vespertina, sabe como é... tempos de guerra..."
Passa mais um tempo e ele manda: "Putz, soltei uma bomba peidogênica aqui no recinto! Campo evacuado, INIMIGOS MORTOS!!! Se quiser, posso mandar um pelotão de reforço com essa munição - teve atum no refeitório do batalhão."
Diante do teor da última informação segue um silêncio profundo... O amigo por via das dúvidas acha prudente não dar mais corda e acaba com a brincadeira. Vai que alguém se machuca!
Esse diálogo poderia muito bem caber num contexto medieval não é mesmo?
Evoluimos? Ou estamos ainda na Idade Média?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

NO TRÂNSITO

Pelo tanto de bobagens que eu escrevo neste blog, vocês (e eu estou falando sim com vocês, meus TRÊS!! leitores) devem achar que eu não tenho nada para fazer. Não é verdade. O tempo em que eu maquino esses pensamentos são simplesmente as horas infinitas diárias que eu passo no trânsito. O trânsito é uma fonte inesgotável de inspiração. O trânsito é ativo, coisas acontecem o tempo todo, dentro e fora (mais dentro do que fora!) da nossa cabeça. Tenho tantas idéias que vocês iriam ficar bobos. O problema é que quando chego no computador, já esqueci uma boa parte delas. Por isso, a partir de hoje vou levar um gravador de voz pra não esquecer de nenhuma besteira.
Ah! E também vou iniciar uma série de fotos urbanas. Só não publico as primeiras - tiradas hoje - porque ficaram tremidas. Tá meio difícil dirigir e tirar fotos, mas isso é só um problema de logística que será em breve resolvido (acho!).

PS: Só pra esclarecer, meus 3 leitores são: a daniela, o loopy e o anônimo, que eu estou seriamente desconfiada que se trata de uma dessas duas pessoas supra-citadas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

EU ME AMO

Como eu gosto muito de mim, venho por meio desta informar que estou aumentando minha área útil. Só na última semana ganhei 2 Kg!
Por hoje é só.
Atenciosamente,
Rose.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

MINHA IRMÃ

Tenho que admitir que nem tudo que eu escrevo parte da minha pessoa. Em casa todos têm um senso de humor bastante singular, portanto, falamos besteiras o tempo todo.
Vocês vão achar que eu tenho fixação no mundo animal, mas é pura coincidência!
Bom, ontem assistindo Animal Planet, aprendemos muito sobre o tubarão... esqueci o nome! (esses programas trazem um conhecimento deveras fugaz né?). Continuando... Minhã irmã que detesta esses programas onde tem um cara que fica observando e/ou (mais "e" do que "ou") enchendo o saco de um bicho, fez uma colocação interessante: você gostaria que alguém entrasse na sua casa e ficasse no batente da porta estancado, que nem uma estátua, te observando?
É assim que a gente fica observando os bichos, e o pior: ficamos em silêncio!, imaginando que assim interferimos menos no ecossistema. Tem coisa mais irritante do que alguém ficar te observando, e em silêncio? Já que você tá aí, dentro da minha casa, olhando tudo que a minha família faz, FALA ALGUMA COISA PORRA!
A gente humana é muito esquisita mesmo.

sábado, 25 de abril de 2009

CÃES, GAMBÁS E AFINS

Outro dia li uma notícia no mínimo intrigante.
Parece que um cachorro caiu de um veleiro em alto mar, nadou 10 Km até uma ilha deserta e surpreendentemente iniciou uma nova etapa de sua vida. Alguns viajantes até chegaram a notar e reportar o cachorro. Pô, não é todo dia que se avista um cão de raça numa ilha deserta. Quando eu era pequena tinha uma moça que trabalhava em casa que era fã incondicional da teoria da geração espontânea... mas um cachorro de raça numa ilha deserta já é demais!
Bom, o fato é que o cachorro foi notado e não teve realmente um bom início na ilha. Parece que começou a perder peso, ficou feio, pêlo sem brilho, e isso durou alguns meses. Subitamente porém a vida lhe sorriu e o cachorro foi novamente avistado, mas desta desta vez cheio de energia, engordando e feliz. Descobriu-se depois que o cão aprendeu a caçar - o que não faz o instinto primitivo!
Os animais são mesmo criaturas fabulosas e auto-suficientes. Aí vem o homem e os transforma em seres semi-humanos, dependentes, chatos. Imagina como ia ser muito mais legal se o cachorro ensinasse pra gente tudo o que ele sabe, ao invés de tentar ficar aprendendo o que nós tentamos lhe ensinar!
Segundo Gary Larson, o cão só entende mesmo - de verdade - o próprio nome. Então imagina que você chega em casa e elabora frases bonitas, fala com seu cachorro durante horas, ensina mil coisas novas... enquanto ele - o cachorro - fica balançando o rabinho. Ora! Ele balança o rabo toda vez que escuta o próprio nome - pode reparar, pro cachorro você tá dizendo: csmdjIYWE wyJSKAXnj... "REX" - e aí vem uma balançada de rabo!
Pra finalizar, parece que o cachorro da ilha foi finalmente resgatado pelos donos, num estado psíquico primitivamente animal, arisco e valente. Esse vai ter que levar o aprendizado pro túmulo, porque voltando a ser humanizado, não vai mais precisar dos instintos aflorados, ao menos que os donos algum dia lhe pareçam apetitosos!

Os bichos humanizados, além de ficarem dependentes e chatos, também podem ser tão doidos como nós. Alguém já falou que o cachorro absorve a personalidade do dono... ou seria o contrário?
Minha cachorra outro dia teve gravidez psicológica.
Pois é, ela achava que estava grávida e com filhotes. Comecei realmente a levar a sério quando ela adotou o telefone. A gente tinha que colocar o telefone pra mamar e tudo. O telefone tocava e ela atendia. No dia em que uma amiga ligou e avisou depois que minha cachorra tinha atendido eu achei que era hora de fazer terapia: na cachorra, na minha amiga - que deixou um recado com a cachorra, e obviamente em mim, que a essa altura já estava precisando mesmo de um bom psiquiatra.
Bom, em um outro episódio de prenhez psicológica, ela adotou um gambá, ou saruê, como chamam aqui. Ela passeava com esse bicho delicadamente enfiado dentro da boca, e ninguém podia mexer no filhote de saruê, que obviamente estava na hora errada e no lugar errado. Imagina a cabeça desse gambá, tirado de sua mãe e adotado por uma boxer que achava que tinha realmente parido aquele bicho estranho. O saruezinho cabia inteiro dentro da boca dela, mas o rabo do bicho saía pra fora da boca, enorme e compridíssimo, fazendo um conjunto absolutamente bizarro. A gente olhava aquilo e falava pra cachorra que aquele bicho não parecia com ela, mas nada adiantava. E nós aqui em casa que temos mania de humanizar os nossos animais, piramos! Foi difícil ver a nossa boxer maluca, mãe psicológica de um gambá e irredutível quanto a isso!
Os bichos não estão livres da loucura. Não pense que reencarnando num bicho você vai se livrar do Prozac.
Por exemplo, outro dia atropelei uma pomba. ATROPELEI UMA POMBA!! Não consigo explicar o porque de uma pomba, que voa!, estar atravessando a rua a pé. E fora da faixa de pedestre!
Eu também conhecia uma égua que via gente morta. "I see dead people", sabe? Você tava em cima, tranquilo no trote, quando do nada ela disparava, e para o nada, e como que por um pedido do além, ela parava sozinha. São coisas que não conseguimos explicar... o que se passa na cabeça do bicho?
Imagino o gambá do episódio da gravidez, velhinho, reunido com a família no Natal, contando pros saruezinhos da nova geração sua epopéia de vida: "sabe, quando vovô era jovem, vocês nem imaginam o que me aconteceu...". E toca o pau a contar a história do boxer: "imagina que o vovô foi engolido por um cão feroz, um monstro!..." - no estilo Jonas e a Baleia!
Os bichos são que nem a gente. Cada um no seu estilo, eles passam o conhecimento por via oral através das gerações. E a gente sempre achando que o velho endoidou.
Na maioria das vezes os velhos não estão senis. Vai lá, verifica a história porque há uma chance enorme daquilo ter acontecido sem sombra de dúvidas!
Olha só o exemplo do gambá!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

SAMBA LELÊ

Samba lelê está indisposto
Está com o crânio fraturado
Samba lelê necessitava
É de uma boa advertência

Samba samba samba lelê
Samba samba samba lelê
Samba samba samba lelê
Samba samba samba lelê

terça-feira, 14 de abril de 2009

SEM OPÇÕES

Já reparou como não temos opções? A gente pensa que tem, mas não tem!
Quem é que abre o leque, destila opções e realmente muda de rumo? Eu respondo: quase ninguém. Dá pra contar nos dedos das mãos e dos pés numa gama de milhares de pessoas, o que não é muito!
Na realidade, as pessoas que realmente tem opções são aquelas que NÃO tem opção nenhuma. O grupo de pessoas que pode escolher é formado por seres sob pressão. Não é ridículo isso?
A gente, que está dentro de um contexto "equilibrado", não tem o poder de escolher nada. Quem é que tem a coragem para seguir um caminho diferente, escolher outra cor ou mudar o estilo, se está tudo "bem" do jeito que está?
A gente acha que é só abrir o leque ou escolher as cartas, mas as cartas já estão postas. O baralho vai ser redistribuído sim, mas só na hora que o jogo acabar, quando não restar outra alternativa senão optar - sob pressão. É ridículo mesmo!
A vida não é uma folha em branco e os caminhos não estão se ramificando esperando a gente escolher uma estrada. O traçado já está feito, pelo menos na estrutura básica. Você pode até mudar uma cor ou outra, mas o desenhinho já vem pronto. A vida leva a gente. Ninguém está optando. O livre arbítrio é ilusório. Pode ver! Pode pensar e repensar.
Talvez o arbítrio até exista, no início quando Deus criou o céu e a terra... mas depois de criado filhão, é difícil mudar. Não temos a chave nem a coragem para abrir novas portas. Não temos a coragem!
Você acha que tá no controle? Que tá se mexendo? Que não tá acomodado? Vai achando então!
E não, eu não tô deprê. Só estou constatando um fato.
Pode reparar!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A LOUCURA É ESSENCIAL

Desde que estou menos doida, minha inspiração está escassa... não que isso faça muita diferença pro resto do mundo, mas é horrível acordar de manhã de bom humor.
Aqui não é a Disneylândia.
É terrível não pensar em um único problema, meu ou do mundo, que seja.
O mau-humor é necessário!
A falta de tolerância é inspirativa. O humor nasce do mau-humor.
Abaixo os anti-depressivos!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

VOCÊ FAZ PLANOS, DEUS RI - parte 2

E a próxima encarnação?
Tenho uma série de planos para a próxima encarnação! Coisas que seriam impossíveis de realizar nesta.

Por exemplo, na próxima encarnação quero ser mulher! De verdade! Dessas que vão no cabeleireiro, fazem ginástica, cirurgias plásticas e tratamentos estéticos. Dessas que ficam em casa esperando os maridos e cuidam das crianças. Dessas que fazem cursos de pintura e aulas de francês.

Putz, seria o máximo!

Não dá pra ser mulher e trabalhar que nem homem. E além do mais, nessa encarnação eu nasci achando tudo isso chatérrimo. Vai ter que ser na próxima.
Também fico pensando em talvez reencarnar como um bicho.
Quando eu era adolescente, tinha um amigo que queria reencanar numa minhoca. Segundo ele, que levava uma vida ralante e rastejante, pelo menos ia nascer com aptidão pra isso.

Se fosse pra voltar um bicho, eu ia voltar como um urubu. Eu já trabalho o dia inteiro e muitas vezes a comida que eu como é um lixo, pelo menos na próxima encarnação eu vou voar! Não é o máximo! Não vou mais sofrer por não saber cozinhar.

O urubu voa mais alto, não tem predadores, come lixo e é feliz. Eu pelo menos nunca vi um urubu triste. Você já viu?

Por tudo isso considero o urubu um ser praticamente sagrado, como uma vaca. Um caiçara me falou uma vez que gostava dos urubus porque eles limpam a natureza. E sem cobrar nada por isso!

O urubu é inocente, ele tem o privilégio de desfrutar da inocência dos animais mais primitivos. Sim porque eu tenho certeza: urubu só come carniça porque ainda não descobriu a arte da defumação!

VOCÊ FAZ PLANOS, DEUS RI


Tenho pensado muito na morte.

Mas o curioso é que penso nela frequentemente com uma pontada de humor. Não posso deixar de lembrar dos quadrinhos do Gary Larson... ou de Dudley Moore ouvindo o diabo dizer "eu morava no céu, mas um dia Deus me abordou numa esquina com um presentinho na mão e disse: experimenta essa roupinha vermelha! vai ficar uma graça em você...". Ou ainda de um programa de rádio AM que minha irmã ouvia na adolescência onde um pastor em altos brados exorcizava um demônio baiano. Bom, depois de toda gritaria pro tal demônio abandonar o corpo em questão, ele - o demônio - simplesmente respondia com seu sotaque baiano “saio não!!” o que desencadeava novo surto psicótico no locutor que começava tudo de novo.

A morte e os assuntos que a cercam, como Deus, o demônio e o que acontece com a gente depois que tudo acaba, é um ótimo tema para comédias. Adoramos fantasiar e comediar sobre o que não temos a mínima chance de compreender. Pelo menos não em vida. E ninguém também nunca voltou pra dizer como é que é. Trabalhamos com especulação.
Mas não é mesmo engraçado? Lutamos, estudamos, trabalhamos, vencemos... ou não... para depois morrermos!??? É no mínimo injusto. A morte ri da gente. Ou será que é Deus quem ri?

O fato é que a morte atrai. Assim como os antigos marinheiros a morte chega recheada de novidades e mistérios. Tudo bem que fica entre ela e o morredor, mas ela É a novidade em "pessoa", é aquela que vai te contar o que ninguém mais sabe. Devo admitir que isso é no mínimo... interessante!
Tenho um jogo que costumo fazer quando estou de muito mal humor. Fico olhando as pessoas na rua e imaginando como elas vão morrer... nunca penso em coisas óbvias, mas elaboro doenças e sintomas únicos, poderosos, exclusivos para cada vivente. Tente também!! pode ser divertido... é sério isso!!

A morte provoca sentimentos antagônicos. Também dá medo.
Lembro de Luis Fernando Veríssimo e sua sugestão para o epitáfio "por favor dêem mais uma sacudida!".
Quem nunca pensou em ser doador de órgãos só pelo medo de ser enterrado vivo?
Doando os órgãos as possibilidades de isto acontecer são bem remotas... mais ainda depois que retirarem seu coração - eu garanto! Tenho reconhecer que essa idéia brilhante não foi minha, mas é ótima não é?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

FALOU COM O RÁDIO?

Sempre que estou presa no trânsito consigo distinguir o meu estado estado de humor pelas conversas que tenho com o rádio do carro.
Em primeiro lugar, só o fato de falar com o rádio já é um sinal indicativo de que as coisas não estão indo muito bem.
Hoje estava ouvindo uma música tão chata, de um cara que se lamentava tanto por um amor mal resolvido, que até eu que sou forte fiquei com ânsia de vômito. Não pude deixar de comentar em alto e bom tom: "também cantando essa música você merece mesmo ser corno! Não vê que a mulher não vai voltar nunca porque você é CHAAATTTTTTOOOOOOOO!!!"
Como é que pode cair na mídia uma música dessas? E aí eu me pego conversando com o rádio e faço a minha avaliação sobre o humor do dia... péssimo obviamente.
O rádio frequentemente irrita a gente... então se a gente responde, funciona como quando a gente compra uma briga ao invés de ficar quieto. A gente briga sozinho porque ele - o rádio - "quase" nunca responde! Sim, porque às vezes ele surpreendentemente responde, como quando a gente abre um livro em qualquer página e lê qualquer frase, e acha - na verdade, tem certeza!! - que fez uma previsão para o futuro próximo. Assim são as respostas do rádio, como horóscopos! palavras e frases soltas que de vez em quando fazem um sentido imenso.
Preste atenção, observe... quando você responde pro rádio ou simplesmente quando dá aquela vontade pruriginosa de responder, o seu humor não está lá essas coisas. Mas às vezes é bom, desabafa, a gente se sente mais leve e afinal, não estamos falando falando sozinhos né? O rádio é que provocou!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

SAPOS DE BANHEIRO

Sabe aqueles artefatos que a gente compra para o piso do banheiro, que grudam no chão por vácuo e teoricamente nos protegem de eventuais quedas por aumentarem o atrito entre nossos pés e o chão? Fui clara? SABE OU NÃO SABE???
Bom, esse adendo de hoje a noite é pra você que sabe.
Um dia desses ganhei dos meus pais uns sapinhos - cinco deles para ser mais precisa - de banheiro, desses que grudam no chão. Se eu fosse um polvo, ainda faltariam 3 pés para brincar de esqui aquático no espaço de cerca de 2 metros que perfaz o meu box.
É o sonho de qualquer ortopedista: um box forrado desses sapinhos que escorregam como se a gente estivesse pisando em pedras de sabão.
A única que pareceu pressentir o perigo desse aparato foi a minha cachorra que no dia seguinte à aquisição dos sapos pegou um por um e depositou (todos) no corredor lá de casa, como que me avisando do perigo iminente.
Depois de esquiar lá no box por algumas vezes - sim, eu insisti em usá-los! porque pensei que um treco desses fabricado no "states" não ia estar de brincadeira, ainda mais uma brincadeira dessas, com esqui sem os tacos!! - decidi que os sapos iam virar elementos decorativos e grudeio-os na parede.
Putz, cada vez que eu tomo banho, o vapor do chuveiro faz os sapos se soltarem da parede e por várias vezes eu achei que ia ter um infarto fulminante. Sabe o que é você estar totalmente relax, cantando músicas bonitas no banho e de repente um sapo voar da parede na direção do box onde você está, e sem roupa???!!!
O duro é que estes sapos já adquiriram um valor sentimental, ganhei da minha mãe!!! E não consigo mais me livrar deles. Criei um vínculo. Se um dia eu entrar no box e não vir os sapos, vou ficar chateada - tenho certeza! Já pensei até em evitar o banho, tomar banho em dias alternados, sei lá. Mas a higiene ainda fala mais alto e eu me encho de coragem - todos os dias - e enfrento os sapos!!
Tá difícil tomar banho lá em casa...

terça-feira, 31 de março de 2009

NINGUÉM

Eu tinha um amigo que falava que ele era "ninguém". Então, se o telefone tocasse no trabalho e a voz do outro lado da linha pedisse para falar com "alguém" ele imediatamente chamava outra pessoa. Por outro lado, se o telefone tocasse com insistência, o que era muito comum pois ninguém ali atendia!, e a pessoa do outro lado da linha reclamasse "pô, mas não tem NINGUÉM aí!!!", ele imediatamente, com um sorriso no rosto respondia "pois não!".

Quando eu era criança sempre sonhei em ser "alguém", mas com o passar dos anos, compreendi que somos cada vez mais "ninguém". E ser ninguém é básico!! O barulho do riso vai ficando cada vez mais semelhante ao ruído do choro e todos nos tornamos o medíocre Mr. Cellophane.

TODOS somos ninguém e ninguém está nem aí pra ninguém, o que nos torna portanto todos iguais.


Também ninguém, no sentido vazio da palavra, lê o que eu escrevo. Nunca, em toda minha vida, eu tive tão pouco trabalho para esconder meus textos do que depois que os tornei públicos! Se eu soubesse disso antes, não me preocuparia tanto em guardar meus medíocres pensamentos a sete chaves - putz! quanta besteira!


Ainda tenho mais uma coisinha pra falar: tudo bem que somos ninguém, Sócrates já afirmava isso há anos atrás, com a máxima "só sei que nada sei". Mas como ainda resta um fiozinho de auto-estima em mim, eu tenho que registrar aqui o meu protesto contra essa frase que persegue a humanidade. O que EU sei é muito! Posso não saber tudo, mas sei bastante coisa... pra mim, obviamente.

Sim, eu quero saber mais, mas daí a falar que eu não sei nada... NADA!!! É injusto pra caramba.

sábado, 28 de março de 2009

A MOSCA

Outro dia me disseram que "feliz é a mosca, que tem um código genético muito semelhante ao nosso, mas absolutamente nenhuma curiosidade sobre o que isso significa".
Feliz é a mosca que - dizem - vive 24 hs e consegue nesse período de tempo ter um ciclo completo de vida: nasce, cresce, forma família, tem filhos, envelhece e morre.
Eu que tenho 37 só consegui o nasce e cresce... na próxima encarnação podia ser mosca, o que por falta de tempo hábil eliminaria boa parte dessa ansiedade expectante... hahaha - não teve graça nenhuma!
Pelo menos eu ainda tenho auto-crítica. Bom sinal... né?



sexta-feira, 27 de março de 2009

TEORIA DA COMIDA

Quando eu tinha mais ou menos uns 10 anos de idade eu criei essa teoria e nunca tive a oportunidade de compartilhar com ninguém, o que talvez tenha poupado muitas amizades que cultivo até hoje.

O silêncio é o maior perpetuador de amizades que existe! Se todo mundo falasse tudo o que pensa (lá no fundo) não ia ter metade dos amigos de hoje. Talvez alguns seguidores fiéis, mas amigos mesmo...

Como o blog é meu e eu já falei que não vou ler mesmo, aí vai:

Dá para presumir a personalidade de uma pessoa pelo modo como ela come.

É só observar a pessoa tomando sorvete e administrando a calda.

Pode ser também sopa com massinha!! :-)

Se for uma pessoa emocional, ela vai terminar um dos componentes antes do outro. Provavelmente vai comer toda a calda e vai sobrar sorvete, ou vai comer toda a massinha, deixando sobrar a sopa.

Uma pessoa mais racional saberia então controlar, dividir, racionalizar o alimento para obter o presumido prazer do início ao fim.

A pessoa que administra a comida provavelmente vai agir assim com a maioria dos assuntos cotidianos.

Será mais feliz aquele que aproveita com o maior prazer o sorvete enquanto ainda há cobertura? Ou mais feliz é aquele que obtém prazer do início ao fim, com pequenas doses de cada componente racionalizadas e devidamente calculadas para durarem até o final?

Talvez a cobertura do segundo cara seja pouca para a massa de sorvete que ele tem pela frente... talvez quando acabar a cobertura do primeiro cara o sorvete também perca a graça... dez anos a mil ou mil anos dez???